Legislativo vazio

Uma agenda para ninguém botar defeito no Congresso Nacional. Confira: festas juninas, campanha eleitoral e desmotivação para dar quórum e votar. Não bastasse isso, o último jogo do Brasil nesta primeira fase da Copa será no dia 27 de julho, às 15h, contra a Sérvia. É uma quarta-feira e, quem sabe, a semana será enforcada. Depois, serão apenas duas semanas e... chegou o recesso parlamentar, ao final do qual a campanha estará na rua e o Congresso, vazio. Um Legislativo vazio não é nada bom para um País com crise por todos os lados.

Na opinião do deputado federal gaúcho Afonso Motta (PDT), os interesses todos vão ter uma parada no Congresso Nacional. Uma espécie de existência institucional. Ele acentuou que o que os parlamentares terão que procurar é antecipar os debates das grandes questões nacionais, a partir das candidaturas também dos presidenciáveis. Segundo ele, "é muito pouco provável que debates importantes, como o que envolve as relações trabalhistas, e outras de questões mais complexas tenham repercussão no momento".

Quanto à situação dos caminhoneiros, Afonso Motta não acredita numa nova greve. "Mas é possível", ressalta. Ele afirma que "a sociedade já sentiu que uma greve de caminhoneiros traz um prejuízo muito grande e é um risco que o setor vai correr, a sociedade já está avisada, vai ter uma solução, só não sei de que maneira".

Na avaliação do parlamentar do PDT, a campanha acontece sem emoções, com cada um trabalhando em sua região e constatando que a "motivação é mínima". Comentou que "os parlamentares e os candidatos ao governo do Estado estão cumprindo uma agenda, muito mais interna, de visitas institucionais, até o dia 7 de julho, e depois têm que parar.

Enquanto Brasil e Suíça jogavam, no domingo à tarde, a Polícia Civil do Distrito Federal visitava a cela do ex-senador pelo Distrito Federal Luís Estêvão (ex-MDB, atualmente no PRTB), preso na Papuda, em Brasília. A ordem judicial era para saber se havia regalias, na cela, agora dividida com José Dirceu (PT). O que os policiais não esperavam era sair de lá com cinco pendrives que Estêvão tentou esconder, mas não escapou ao olhar atento de um policial. No desespero, o ex-senador jogou um pendrive na privada. Em vão, pois apreenderam o precioso arquivo. Estevão está condenado a 26 anos de prisão por desvio de verbas públicas. As denúncias indicam que ele transformou a biblioteca da Papuda em escritório particular. E, enquanto lê alguns livros, usa o computador disponível para atualizar os seus arquivos. Preciosos arquivos, agora nas mãos da polícia.

As comemorações do primeiro ano da nova lei trabalhista começam hoje, no salão nobre da Câmara dos Deputados, com as "Jornadas Brasileiras de Relações do Trabalho". Serão discutidos os aspectos que englobam essa lei e sua aplicação pelos operadores do Direito, que são os magistrados responsáveis pela sua aplicação. Outros 15 eventos semelhantes ocorrerão nas capitais brasileiras, além de outros que acontecerão em dezenas de cidades no interior.