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Arte

- Publicada em 19 de Outubro de 2021 às 21:49

Legislação faz Porto Alegre ter quase 200 obras de arte em novos edifícios

Cerca envidraçada em prédio no bairro Petrópolis, em Porto Alegre, permite a visualização de obra de arte

Cerca envidraçada em prédio no bairro Petrópolis, em Porto Alegre, permite a visualização de obra de arte


/ANDRESSA PUFAL/JC
Uma década após a implantação da lei que determina a instalação de obras de arte visíveis à população em edifícios novos de grande porte, Porto Alegre está perto de atingir a marca de 200 obras criadas neste modelo. O volume permitiu até uma mostra, com a curadoria de Sabrina Stephanou, que retratou os efeitos da lei municipal que prevê a instalação de uma obra de arte em cada nova construção na Capital com mais de 2 mil metros quadrados de área adensável.
Uma década após a implantação da lei que determina a instalação de obras de arte visíveis à população em edifícios novos de grande porte, Porto Alegre está perto de atingir a marca de 200 obras criadas neste modelo. O volume permitiu até uma mostra, com a curadoria de Sabrina Stephanou, que retratou os efeitos da lei municipal que prevê a instalação de uma obra de arte em cada nova construção na Capital com mais de 2 mil metros quadrados de área adensável.
O trabalho de artistas é exposto em frente aos prédios de vários bairros, a fim de permitir que sejam vistos por quem passa pela rua. Próxima ao shopping Iguatemi, a obra Cumplicidade # 7, do artista Túlio Pinto, fica junto à parada de ônibus da avenida Nilo Peçanha. Na Zona Sul, uma peça em aço corten de autoria de Ana Homrich fica na calçada da avenida Cel. Marcos, em frente ao número 2.449. "Esses novos edifícios de maior porte estão oportunizando à cidade, ruas e passeios mais animados, descentralizando a cultura nos diversos bairros de Porto Alegre", destaca Sabrina.
Dentro da área do condomínio de número 400 da avenida Soledade, a obra Bossa, de Cláudia Stern, pode ser vista da rua através do vidro que substitui o muro no limite com a calçada. Essa foi a solução encontrada para atender a demanda por cercamento da área ao mesmo tempo que mantém o diálogo visual entre o público e o privado. "Trabalhar com a fachada mais permeável e artística devolve ao público uma sensação agradável de caminhar no espaço urbano", avalia Paulo Henrique Rodrigues, sócio na Stemmer Rodrigues, responsável pelo projeto e pela construção do edifício.
No espaço urbano, a arte pode assumir um papel de mediação entre as escalas, aponta o arquiteto e urbanista Vinicius Vieira, integrante do Conselho Nacional de Política Cultural. "As artes visuais não ocupam lugar, elas criam lugar", continua. É como um novo ponto de referência que se forma no lugar onde estiver instalada, diz, "tornando as fachadas mais ativas e garantindo aos passeios a animação necessária para ter uma cidade para as pessoas".
Além da arte instalada em função da lei, as próprias edificações podem cumprir o papel de exibir arte a quem circula pela cidade. Historicamente, arte e arquitetura eram uma coisa só, lembra José Francisco Alves, doutor em História da Arte. A separação é recente, quando no século XX a arquitetura se torna autônoma, mas mantendo o aspecto artístico.
No entanto, essa relação que já foi intrínseca acabou se desfazendo com o passar dos anos, observa o especialista. Não há um único fator a apontar. Alguns exemplos lembrados por Alves são as limitações financeiras e de criação no setor público, e a produção vinculada ao custo e à disponibilidade dos materiais na iniciativa privada.
Ainda assim, há espaço para a arte na paisagem urbana construída. "O cidadão contemporâneo abre os olhos e tudo que vê ao redor é arquitetura", aponta Márcio Carvalho, sócio da Smart Arquitetura. É uma intervenção técnica na cidade que, quando dialoga com a arte, adquire um caráter subjetivo, avalia.
Mas Carvalho aponta uma volta à concepção da arquitetura como arte, em que o mercado imobiliário trabalha com o contexto autoral e não somente com a infraestrutura do edifício. "Muito se fala em preservar o passado, mas é preciso criar algo que as futuras gerações queiram preservar. É a oportunidade da nossa geração", provoca.
Trabalhar a arte no próprio edifício é uma forma de passar a mensagem de que aquela construção também é da cidade. Como exemplo, Carvalho cita o painel de Heloísa Crocco na fachada de todo o prédio da avenida Iguaçu, 537. "De dentro de casa enxergo as formas e quem olha da rua vê a mesma forma. Ela é minha ou de quem está na rua?", questiona. Alternativa à demanda de mercado por condomínios fechados, a Stemmer Rodrigues tem transformado o que seria muro em fachada de vidro, cobertura verde ou murais artísticos. A permeabilidade "devolve ao morador e à rua a sensação de varanda", sustenta Rodrigues.
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Painel na fachada de prédio no bairro Petrópolis, em Porto Alegre

Espaço Urbano Espaço Arte chega à 7ª edição

Estão abertas até o dia 18 de novembro as inscrições para a sétima edição do edital Espaço Urbano Espaço Arte, que irá selecionar um projeto para obra de arte na Trincheira da Anita Garibaldi. A realização é da Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre, através da Coordenação de Artes Visuais. O valor destinado ao edital é de R$ 240 mil e a obra de arte vencedora fará parte do mobiliário urbano do Município. Acesse este link para mais informações e para a inscrição.