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Urbanismo

- Publicada em 16 de Junho de 2020 às 21:48

Asbea propõe incentivo ao uso coletivo de terraços

Prédio na Barão de Santo Ângelo tem elevador até o terraço, que serve de lazer para usuários

Prédio na Barão de Santo Ângelo tem elevador até o terraço, que serve de lazer para usuários


CERDÁ ARQUITETURA/DIVULGAÇÃO/JC
O uso coletivo de terraços não é uma novidade na arquitetura, embora seja pouco incentivado em Porto Alegre. O assunto está em debate com a proposta apresentada à prefeitura pela Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura no Rio Grande do Sul (Asbea-RS) para mudar o regramento de uso do último pavimento em edifícios residenciais e comerciais. 
O uso coletivo de terraços não é uma novidade na arquitetura, embora seja pouco incentivado em Porto Alegre. O assunto está em debate com a proposta apresentada à prefeitura pela Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura no Rio Grande do Sul (Asbea-RS) para mudar o regramento de uso do último pavimento em edifícios residenciais e comerciais. 
O rooftop - termo inglês para cobertura de prédios - pode abrigar a área condominial de edifícios residenciais e, em prédios comerciais, ser privativo de uso público, com comércio ou serviço, por exemplo. A ideia, além de permitir um melhor aproveitamento do espaço, é estimular o uso por meio de incentivos, explica o arquiteto Vicente Brandão, presidente da Asbea-RS.
No parecer enviado à prefeitura, a entidade sugere que a área de terraço não conte na altura da edificação para cálculo de recuo e que seja não adensável em caso de uso para fim condominial. Já a instalação de placa fotovoltaica (para captação de energia solar), mesmo quando intercalada a pergolados, não seria considerada área construída - cujo regramento também pode ser revisto.
O documento está sob análise na prefeitura. Para acolher as propostas, alguns pareceres municipais devem ser revistos e parte das sugestões podem ser acatadas em um decreto. O que não puder ser alterado dessa forma deve ser pauta na revisão do Plano Diretor.

Por dentro do conceito

O que é área adensável e não-adensável:
  • Adensável é a parte da edificação utilizada para morar ou trabalhar.
  • Não-adensável são as demais áreas do prédio, como sacada ou área de circulação.
  • A soma das áreas adensável e não-adensável resultam na área máxima construída.
Fonte: Prefeitura de Porto Alegre

Prédio no Moinhos tem elevador até a cobertura

O escritório Cerdá Arquitetura assina o projeto do edifício Barão 479 (foto na abertura da coluna), na rua Barão de Santo Ângelo, bairro Moinhos de Vento, que se valeu de um parecer recente de regulamentação do Plano Diretor de Porto Alegre para levar o elevador até a área de cobertura.
"O projeto previa a cobertura sem atividade nenhuma, com a proposta de telhado verde, conta Fernando Maia, sócio do escritório Cerdá.
Como o prédio ainda estava em construção, foi possível a adaptação antes de concluir a obra. No local, hoje, funciona um coworking, e o terraço se tornou um espaço de lazer, de acesso livre a quem frequenta o local.

Sem estímulo, topo dos prédios na Capital costuma ter uso privativo

Limite de altura permitido no Plano Diretor é uma das razões para não incluir terraço em projetos

Limite de altura permitido no Plano Diretor é uma das razões para não incluir terraço em projetos


MARCO QUINTANA/JC
Um dos motivos para o baixo aproveitamento dessas áreas é a questão econômica, ligada ao limite de altura permitido pelo Plano Diretor. "Os apartamentos mais altos são os mais caros. Trocar uma unidade do último pavimento por área condominial não é atrativa ao empreendedor, ainda mais em Porto Alegre, com restrição de altura versus recuo que impossibilita prédios muito altos", avalia o arquiteto Fernando Maia.
O desestímulo ao melhor aproveitamento do terraço pode ser cultural, entende Vicente Brandão, pela ideia de que o construtor usaria dos incentivos para, depois da obra pronta, fechar o espaço e atribuir a ele um uso privativo. Ao tomar essa conduta como padrão para definir a regra, o poder público estaria prejudicando quem segue o regramento.
Para Maia, que integra um dos grupos de trabalho da Asbea-RS que elaborou o parecer enviado à prefeitura, as mudanças propostas qualificam o uso do espaço sem prejuízo ao empreendedor ou ao poder público, além de observar como os terraços são usados atualmente e podem ser adaptados.

Colégio adaptou terraço com quadra esportiva

Cobertura ganhou quadras esportivas, com isolamento acústico para andar inferior

Cobertura ganhou quadras esportivas, com isolamento acústico para andar inferior


SANTINI E ROCHA ARQUITETOS/DIVULGAÇÃO/JC
Em 2018, o Colégio Panamerican, em Porto Alegre, adaptou a cobertura do prédio para a instalação de quadras esportivas. A obra precisou adequar uma estrutura já existente.
"Foram realizados reforços para permitir o uso da laje de cobertura como terraço", explica Vicente Brandão, sócio no escritório Santini & Rocha Arquitetos, que assina o projeto.
Um dos cuidados foi instalar material que garante isolamento acústico da cobertura em relação ao piso inferior, onde funcionam salas de aula.