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Pensar a Cidade

- Publicada em 12 de Maio de 2020 às 21:36

Porto Alegre reativa cerca de 200 canteiros de obras

Movimento voltou nas sete empreitadas retomadas pela MRV, que mobiliza 950 trabalhadores na cidade

Movimento voltou nas sete empreitadas retomadas pela MRV, que mobiliza 950 trabalhadores na cidade


/MARCO QUINTANA/JC
Em pouco mais de duas semanas de retomada da construção civil em Porto Alegre, cerca de 200 canteiros de obras foram reativados, retornando ao patamar anterior ao início da pandemia de Covid-19. A informação é do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS). Foram 30 dias parados, entre o fim de março e o fim de abril.
Em pouco mais de duas semanas de retomada da construção civil em Porto Alegre, cerca de 200 canteiros de obras foram reativados, retornando ao patamar anterior ao início da pandemia de Covid-19. A informação é do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS). Foram 30 dias parados, entre o fim de março e o fim de abril.
A interrupção dos trabalhos por um mês vai alterar o prazo para a conclusão de obras que já estavam no estágio final antes da quarentena. Uma entrega da MRV prevista para abril vai acontecer em junho. Na Maiojama, a entrega de junho deve acontecer em agosto. Em ambos os casos, os engenheiros acreditam que será necessário somente repor os dias não trabalhados.
Mas essa não é a única interferência que o setor vai sofrer, já que a retomada não é com força de trabalho total. Passados 20 dias do retorno das atividades, nem todos os 30 mil trabalhadores do setor na Capital voltaram às obras.
"Sofremos o impacto do retorno em função de fornecedores terceirizados que haviam concedido férias ou pela suspensão dos contratos, já que a reversão não foi tão simples como se imaginava", conta Lúcio Caldas, gestor de engenharia da Maiojama. A construtora emprega cerca de 200 funcionários em duas obras.
Na semana passada, os nove canteiros da Cyrela Goldsztein em Porto Alegre contavam com cerca de 500 trabalhadores diretos e indiretos, o que representa 84% do efetivo total. O diretor de Engenharia da empresa, Gustavo Navarro, explica que parte da mão de obra é de empresas terceirizadas, e, por isso, a retomada é gradual.
A MRV manteve o patamar de funcionários de antes da parada, afirma o gestor de obras Pedro Henrique Batista. Em sete obras na Capital, emprega em torno de 550 funcionários diretos e 400 indiretos, e, na semana passada, abriu processo seletivo com 60 novas vagas para cinco cidades da região.
Para evitar que a movimentação de trabalhadores do setor coincida com os horários de pico do transporte coletivo, as obras podem operar das 9h às 16h, incluindo o intervalo de almoço. Na comparação com antes da quarentena, é como operar um dia a menos na semana.
O presidente do Sinduscon, Aquiles Dal Molin Júnior, alerta que a redução da jornada "pode ocasionar atraso na entrega das obras em função da impossibilidade de cumprir os cronogramas".
Juliano Melnick, sócio-diretor da Melnick Even e diretor do Sinduscon, explica que o cronograma da obra se dá pela "linha crítica, que é quando precisa terminar uma atividade para começar a próxima. Dependendo do momento da obra, se atrasar a linha crítica, tem atraso. Mas, se o atraso for no que não tem conexão, então não impacta".
Para Gustavo Navarro, só será possível avaliar a efetividade desse novo formato quando fechar um ciclo mensal. "As obras que estão em fase inicial sentem menos. Mesmo assim, trabalhando em jornada reduzida não se produz a pleno", conclui.

Arrecadação de ISS e ITBI em Porto Alegre cai no período

O mês de obras paradas teve reflexo nas contas do município de Porto Alegre. A construção civil é a segunda maior fonte de arrecadação de impostos da prefeitura, afirma Aquiles Dal Molin Júnior, presidente do Sinduscon.
Em abril, o segmento teve a segunda maior queda no valor declarado à prefeitura de Imposto Sobre Serviços (ISS): R$ 727,5 mil, queda de 26% em relação ao previsto pela prefeitura para o mês. Já a arrecadação do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), outro tributo ligado diretamente ao setor, liderou a queda percentual na arrecadação: 43,8% a menos em relação ao projetado para o mês. Os dados são da Secretaria Municipal da Fazenda.
Juliano Melnick sustenta que a retomada das atividades do setor "ajuda nas contas da cidade" com a geração de impostos. Além desses dois tributos - ISS sobre a mão de obra da construção e ITBI sobre a venda -, cada unidade construída gera, ainda, o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) por toda a vida útil do imóvel.
Melnick avalia que a postura do prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) foi "mais conservadora" ao suspender temporariamente a construção civil e entende que a medida obteve sucesso em conter a disseminação do vírus. "Coerentemente, foi a primeira atividade a voltar", completa.