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Pensar a Cidade

- Publicada em 23 de Abril de 2020 às 17:20

Em Minas, 'Quartos da quarentena' tem foco em grupos de risco da periferia

Arquiteto e urbanista Alexandre Nagazawa é um dos articuladores da campanha

Arquiteto e urbanista Alexandre Nagazawa é um dos articuladores da campanha


Arquivo pessoal/JC
Em Minas Gerais, onde iniciou no Brasil, a campanha "Quartos da quarentena" surgiu através de relatos vindo das comunidades de baixa renda sobre a dificuldade de realizar o isolamento necessário nesse período de pandemia de Covid-19. Quem explica é o arquiteto e urbanista Alexandre Nagazawa, vice-presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) em Minas e um dos coordenadores do projeto.
Em Minas Gerais, onde iniciou no Brasil, a campanha "Quartos da quarentena" surgiu através de relatos vindo das comunidades de baixa renda sobre a dificuldade de realizar o isolamento necessário nesse período de pandemia de Covid-19. Quem explica é o arquiteto e urbanista Alexandre Nagazawa, vice-presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) em Minas e um dos coordenadores do projeto.
"Há um altíssimo risco nessa população que não consegue se isolar adequadamente. Muito diferente da classe média que consegue ficar isolada e trabalhar remotamente", explica. A partir disso, um grupo formado por lideranças comunitárias, médicos e arquitetos e urbanistas passou a discutir quais são os "equipamentos de uso coletivo que estão ociosos, passíveis de ocupação para um uso mais nobre ao invés de ficarem vazios".
Com dados do Cadastro Único para programas sociais do governo federal, estimaram que 15% da população que vive na periferia de Belo Horizonte integra algum grupo de risco para o coronavírus, o que corresponde a cerca de 67 mil pessoas. Na outra ponta está o setor hoteleiro, com mais de 90% dos seu 20 mil leitos vagos nesse período de quarentena - as informações são dos organizadores da campanha "Quartos da quarentena".
"De um lado está a iniciativa privada do ramo hoteleiro com estrutura pronta para receber pessoas sadias, mas sem funcionar. De outro lado, uma população ultra vulnerável, sadia, mas que, se contaminada, pode ser impactada", explica Nagazawa.
Assim como previsto na campanha lançada há uma semana no Rio Grande do Sul, a relação entre hotel e hóspede seria intermediada pelo poder público. Em Minas, a iniciativa está no ar há quase um mês. O grupo já apresentou a proposta na prefeitura de Belo Horizonte e aguarda retorno.
Medida similar é adotada desde o início da quarentena no Rio de Janeiro, por iniciativa da própria prefeitura. Lá, idosos saudáveis que vivem em aglomerados em periferias são convidados a realizar o isolamento em hotéis, com estadia paga pelo poder público.

No Rio Grande do Sul, campanha pode ser ampliada a outros grupos

Com a adesão do IAB nacional à campanha, ela passou a ser replicada em outros Estados, adaptadas à leitura local de necessidade. É o caso do Rio Grande do Sul, que optou por focar na hospedagem de profissionais da saúde.
Alexandre Rosa Bento, diretor do IAB RS e um dos coordenadores da campanha no Estado, explica que essa é a proposta inicial e abrange profissionais de toda a rede de saúde, não somente hospitais.
"Depois, (é possível) estender isso para pessoas vulneráveis das comunidades e moradores de rua. Pode ser em escola ou prédios públicos com condição ou infraestrutura para receber essas pessoas", explica Bento.
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