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- Publicada em 21 de Abril de 2020 às 19:10

Profissionais da saúde podem ocupar vagas em hotéis no RS

Ilita Patricio, proprietária do Hotel Praça da Matriz, no Centro de Porto Alegre, já hospeda uma enfermeira

Ilita Patricio, proprietária do Hotel Praça da Matriz, no Centro de Porto Alegre, já hospeda uma enfermeira


/LUIZA PRADO/JC
Lançada há uma semana no Rio Grande do Sul, a campanha Quartos da Quarentena propõe que os leitos ociosos em hotéis sejam ocupados por profissionais da área de saúde que atuam na linha de frente do combate à Covid-19. A relação entre o hotel e o hóspede seria intermediada pelo poder público, que pagaria pela hospedagem.
Lançada há uma semana no Rio Grande do Sul, a campanha Quartos da Quarentena propõe que os leitos ociosos em hotéis sejam ocupados por profissionais da área de saúde que atuam na linha de frente do combate à Covid-19. A relação entre o hotel e o hóspede seria intermediada pelo poder público, que pagaria pela hospedagem.
Os organizadores da campanha em Minas Gerais, onde a iniciativa surgiu, comparam que o valor de uma diária em leito de UTI para casos graves custa em torno de R$ 500,00 e, em um quarto de hotel, pode sair por R$ 150,00 ou menos.
"É muito mais barato prevenir do que ficar gastando depois com remediação, correndo o risco de muita gente morrer porque o sistema colapsado simplesmente não vai (conseguir) atender essas pessoas", alerta o arquiteto e urbanista Alexandre Nagazawa, vice-presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) em Minas Gerais.
A proposta, então, é permitir o isolamento para todos que têm dificuldade de voltar para casa porque moram com pessoas de algum grupo de risco para a doença. Isso inclui médicos, enfermeiros, funcionários da limpeza ou da cozinha, explica o arquiteto e urbanista Alexandre Rosa Bento, diretor IAB-RS, entidade que organiza a campanha no Estado ao lado do coletivo Minha Porto Alegre.
O site da campanha diz, ainda, que a medida pode contribuir para a sustentabilidade financeira e a manutenção de empregos na rede hoteleira. A proposta é bem recebida por empresários do setor em Porto Alegre e vai ao encontro de práticas já adotadas.
Ilita Patricio, sócia-proprietária do Hotel Praça da Matriz, conta que, desde o início da quarentena, hospeda uma enfermeira que não quer colocar a mãe em risco. Nesse período, o estabelecimento reduziu valores. Em fevereiro, a diária mais barata, já com valor promocional, saía por R$ 100,00. Agora, a estadia quinzenal custa R$ 1 mil - dois terços do preço anterior. "É o jeito de não ter desgaste tão grande com o hotel vazio", conta Ilita.

Sobre o projeto

A campanha Quartos da Quarentena prevê o envio de e-mails ao governador Eduardo Leite (PSDB) como forma de pressionar pela adesão à iniciativa, por meio do endereço bit.ly/2RTE8YX. Paralelo a isso, IAB-RS e Minha Porto Alegre informam ter solicitado à Secretaria Estadual de Planejamento, Orçamento e Gestão que a campanha seja colocada em prática. À coluna, a secretaria respondeu que não recebeu o pedido, mas afirma estar aberta a abordar essa possibilidade.
 

Apoio para hospitais de campanha

Em São Paulo, um exemplo é o hotel Holliday Inn, que está hospedando profissionais da saúde que atuam no hospital de campanha do Centro de Convenções do Anhembi. O gerente comercial da Rede Master, Felipe Apolônio, conta que informou a prefeitura de Porto Alegre e o governo do Estado que as unidades da capital gaúcha estão preparadas para prestar esse mesmo apoio por aqui.