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- Publicada em 14 de Abril de 2020 às 21:04

Estado já prepara plano para hospitais de campanha

Ginásio Gigantinho, em Porto Alegre, é um dos locais que poderão abrigar a estrutura de emergência

Ginásio Gigantinho, em Porto Alegre, é um dos locais que poderão abrigar a estrutura de emergência


/MARCO QUINTANA/JC
Um plano para a ampliação de leitos hospitalares e construção de hospitais de campanha está sendo gestado pelo governo do Estado, antecipando o que será o período mais crítico no combate à Covid-19 no Brasil, entre os meses de maio e junho, conforme projetado pelo Ministério da Saúde.
Um plano para a ampliação de leitos hospitalares e construção de hospitais de campanha está sendo gestado pelo governo do Estado, antecipando o que será o período mais crítico no combate à Covid-19 no Brasil, entre os meses de maio e junho, conforme projetado pelo Ministério da Saúde.
Informações foram detalhadas à coluna pelo secretário estadual de Governança e Gestão Estratégica, Claudio Gastal, um dos responsáveis pelo gabinete de crise para enfrentamento da Covid-19 no Estado. O projeto busca atender, estrategicamente, a regiões com maior necessidade da estrutura de apoio.
Gastal explica que, antes de partir para as construções provisórias, o plano de contingência da Secretaria Estadual da Saúde prevê ampliação de até 1,8 mil leitos em hospitais já existentes, além de reserva na iniciativa privada. "Temos, hoje, projeto para 80 leitos na primeira montagem, a um custo de R$ 400 mil a R$ 500 mil", adianta.
Para os hospitais de campanha, o Estado vai priorizar o uso ginásios ou centro de eventos que sejam cobertos e já contem com instalação elétrica e hidráulica, por exemplo. Para a montagem, a ideia é usar estruturas modulares, que permitam ampliação facilitada de acordo com o aumento da demanda.
As estruturas provisórias devem ser destinadas ao atendimento de casos de menor gravidade, como enfermaria e triagem, sustenta Gastal. Novos leitos para Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), essenciais no atendimento aos pacientes mais graves de Covid-19, devem ser remanejados dentro das atuais unidades hospitalares.
A proposta do projeto é "deixar tudo pronto caso haja necessidade", afirma Gastal, o que será avaliado a partir dos dados epidemiológicos apresentados diariamente em boletins do Departamento de Economia e Estatística. "O governo vai definir qual o gatilho que dará sinal verde para o projeto avançar", diz o briefing desse plano.
Parte do panorama terá como base os dados da pesquisa de prevalência da Covid-19, conduzida pelo Centro de Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas em parceria com o governo do Estado e com a iniciativa privada.

Imóveis e terrenos estão sendo catalogados

O Rio Grande do Sul está catalogando lugares próprios ou ofertados que podem ser transformados em hospitais de campanha. Na iniciativa privada, Grêmio e Internacional disponibilizaram o uso da Arena e do ginásio Gigantinho. Também constam nessa lista Banrisul, Fiergs, Souza Cruz e Sesi - este com estruturas em diferentes partes do Estado.
Já o governo federal, por meio da Secretaria de Patrimônio da União do Ministério da Economia, destinou quatro lugares em Porto Alegre com potencial para abrigar hospitais de campanha. A instalação será analisada pelos Ministérios da Defesa e da Saúde conforme a necessidade local.
Três são terrenos sem edificações no Centro e nos bairros Praia de Belas e Santa Tereza. O quarto imóvel é um edifício de 17 pavimentos e 8,2 mil metros quadrados de área construída no Centro, na esquina da Praça Rui Barbosa com a avenida Júlio de Castilhos. De acordo com o Ministério da Economia, o prédio encontra-se desocupado.

Iniciativas municipais se antecipam à crise

Até o momento, nove cidades gaúchas já contam com projetos ou hospitais de campanha montados: Bagé, Nova Petrópolis, Cachoeirinha, Canoas, Caxias do Sul, Pelotas, Uruguaiana, Santa Cruz do Sul e Charqueadas - as duas últimas já estão recebendo pacientes.
Nesses casos, a iniciativa é do município, e o Estado presta suporte. O mapeamento de demandas das prefeituras é feito pela equipe da Consulta Popular. Pelo levantamento do governo, essas estruturas contemplarão ao menos 1,1 mil leitos de baixa, média e alta complexidades.

Origem do nome

O termo "hospital de campanha" tem origem militar e representa a estrutura que pode ser montada fora de um hospital propriamente dito, em área remota e em situações emergenciais e temporárias. Essa expertise do Exército é adaptada para o combate ao novo coronavírus em todo o mundo.
Para esses casos, o Exército é uma força de prontidão. O secretário Claudio Gastal informa que o General Miotto, chefe do Comando Militar do Sul, já disponibilizou ao poder público o batalhão de engenharia, estrutura de tendas e a equipe de saúde para a instalação de hospitais de campanha no Rio Grande do Sul.