Buracos de rua

Gostaria de cumprimentar o colunista Fernando Albrecht, página 3 do Jornal do Comércio, pelo oportuno puxão de orelhas que deu no Executivo municipal sobre os múltiplos buracos nas ruas de Porto Alegre (edição de 22/11/2019). É que a prefeitura pretende multar 1.104 moradores do bairro Floresta pela má conservação de suas calçadas, mas - como bem lembrou Albrecht - os moradores não têm como penalizar a prefeitura pela existência de tantos buracos nas ruas, que causam inegáveis prejuízos nos veículos. Sem contar a deficiente sinalização de trânsito, com tantas faixas de segurança apagadas. Que moral têm a prefeitura e a EPTC para multar os contribuintes? (Sérgio Becker, Porto Alegre)

Ainda bem que a prefeitura vai recuperar o piso da Rua da Praia, que está mesmo muito desgastado. Porto Alegre merece ser mais bem cuidada. (Nelson Rodrigues)

A direção da EPTC acabou de assinar confissão de erro grave, ao anular cerca de 2 mil multas por denúncia de parlamentar da Câmara de Vereadores. No mínimo, pergunta-se: houve falta de planejamento? Não foram observadas as resoluções do Contran? Por que o erro foi reconhecido somente após a denúncia? Pelo menos essas três perguntas precisam ser esclarecidas, pois a repercussão será negativa não somente para a EPTC, mas irá permear para todos os órgãos de trânsito - federais, estaduais e municipais - eis que o sistema é único e atende à mesma legislação federal. Fatalmente, voltaremos a ouvir que, de fato, existe a tão famigerada "indústria da multa", o que até então sempre se repudiou com segurança e altivez. O Sintran vem de público manifestar sua inconformidade com esta situação, pois os agentes de fiscalização de trânsito irão padecer nas ruas, ao serem afrontados pelos infratores. Sirva este fato lamentável de alerta para que a direção da EPTC atenda antiga solicitação dos agentes de fiscalização de trânsito e transporte: serem ouvidos para contribuir na antecipação dos fatos. (Marcelino Pogozelski, presidente do Sindicato dos Agentes de Fiscalização de Trânsito do Município de Porto Alegre/Sintran)

Em uma carta, um mês atrás, eu disse que aqui, no Estado, quando era permitido que as estatais deficitárias fossem privatizadas, elas eram "vendidas" discretamente para o governo federal. Pois não é o que o secretário estadual da Fazenda, Marco Aurelio Cardoso, disse em entrevista (JC, 02/12/2019), que quer fazer de forma indireta, ao propor que o governo federal adiante R$ 2 bilhões pela venda antecipada da CEEE, que nem se sabe se conseguirá ser vendida? E se depois não conseguir vender, como fica o "empréstimo"? Somente um governo tolo aceitaria esta proposta, mas aqui, no Brasil, isso não está fora das possibilidades. (Rafael Alberti Cesa, Caxias do Sul/RS)