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Opinião Econômica

- Publicada em 09 de Janeiro de 2022 às 20:10

Como equilibrar as finanças

Marcia Dessen
Planejadora financeira CFP (“Certified Financial Planner”), autora de “Finanças Pessoais: O Que Fazer com Meu Dinheiro”
Planejadora financeira CFP (“Certified Financial Planner”), autora de “Finanças Pessoais: O Que Fazer com Meu Dinheiro”
Os gastos aumentam no fim do ano com as comemorações em família, entre amigos, e a compra de presentes. E se acumulam com as despesas do início de ano, que não são poucas: a viagem de férias, novo período escolar e os impostos IPTU, IPVA e Imposto de Renda.
Mesmo os orçamentos mais equilibrados e controlados sentirão o aperto, e será um desafio pagar todas as contas sem recorrer a empréstimos, hipótese que precisa ser evitada para não agravar o problema.
Não podemos usar a desculpa do inesperado, tínhamos conhecimento dessas despesas com muita antecedência, e o ideal seria nos prepararmos previamente, formando uma reserva para bancar os gastos extraordinários, guardando dinheiro durante o ano todo, um pouquinho a cada mês, ou a cada entrada extra de dinheiro.
A restituição do Imposto de Renda, por exemplo, deveria ser guardada para pagar o IR do ano seguinte ou parte do IPTU e do IPVA. Os assalariados que recebem um salário mais generoso nas férias deveriam destinar esse bônus exatamente para a finalidade atribuída, a viagem de férias com a família ou amigos.
Quem planeja e guarda uma reserva para esse acúmulo de despesas atravessa esse período com tranquilidade. Quem não se preparou precisa de um plano, de alternativas.
O parcelamento das compras feitas via cartão de crédito e dos impostos é uma delas. Entretanto, o parcelamento adia, mas não resolve o problema. O orçamento mensal será comprometido pelo acréscimo dessas despesas extraordinárias.
Não adianta parcelar se, simultaneamente, não tivermos um plano para fazer caber no orçamento. E só há duas formas de fazermos isso, reduzindo despesas ou aumentando a renda.
Importante não confundir o parcelamento das compras feitas com o cartão, sem juros aparentes, com o parcelamento da fatura do cartão, feito com a utilização do caro e impagável crédito rotativo.
Se a despesa original não cabe no orçamento, mais complicado será quando forem acrescidos os juros. Parcelar uma fatura de R$ 1.000 em 12 prestações de R$ 185, com juros de 15% ao mês, pode parecer uma solução, mas não é. Ao final dos 12 meses, mais de R$ 2.000 saíram do seu bolso.
Sabe aquela compra (ou mais de uma) de R$ 1.000 que parecia um bom negócio? Pois é, custou R$ 2.000, o dobro, se a fatura do cartão foi parcelada. Péssimo negócio.
Buscando soluções para resolver os problemas provocados pela falta de planejamento, vejamos o que podemos fazer... Realizar trabalho extra para aumentar a renda, vender algumaa coisa que tenha valor, realizar permuta oferecendo prestação de serviço em troca de outro serviço, adiar compromissos que permitam essa possibilidade, renegociar contratos de serviços, essas são algumas alternativas.
Quem foi prudente e guardou dinheiro para essas despesas excedentes tem a chance de pagar alguns impostos à vista, como o IPTU e IPVA, por exemplo, beneficiando-se do desconto concedido.
Entretanto, é preciso ficar atento para não ficar sem liquidez. Quem fica com o caixa muito justo corre o risco de ser obrigado a parcelar a fatura do cartão de crédito diante de qualquer imprevisto futuro. O custo desse parcelamento será muito maior do que o desconto, não compensa optar pelo pagamento à vista; preferível ficar com o caixa e parcelar os impostos sem a incidência de juros.
Comece desde já a formar uma reserva para as despesas extraordinárias do novo período que acaba de começar. Poupe antes, gaste depois, e escreva um final mais feliz para o próximo capítulo dessa história.
Marcia Dessen
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