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Opinião Econômica

- Publicada em 24 de Maio de 2021 às 21:17

Cuide de seus investimentos

Marcia Dessen
Planejadora financeira CFP (Certified Financial Planner), autora de Finanças pessoais: o que fazer com meu dinheiro
Planejadora financeira CFP (Certified Financial Planner), autora de Finanças pessoais: o que fazer com meu dinheiro
Investir é trabalhoso, exige muito estudo e pesquisa para localizar as melhores alternativas de aplicação. Tudo começa com as perguntas que devemos fazer a nós mesmos antes de investir:
1. Como funciona o investimento? Tenho compreensão suficiente para explicar a outra pessoa?
2. Quais são meus objetivos? Busco segurança, renda ou crescimento de capital? Ou ambos, renda e crescimento?
3. Quais são os riscos? Estou confortável em assumir esses riscos?
4. Quanto espero ganhar? É uma expectativa realista?
5. Por quanto tempo planejo investir? É uma aplicação de curto, médio ou longo prazo?
6. Quais são os custos para comprar, manter e vender esse ativo? Que impostos pagarei sobre os rendimentos?
7. Como esse investimento se encaixa com os outros que tenho?
Depois de cuidadosa análise das informações, ouvindo a opinião de especialistas e assessores, tomamos a decisão de investir e assinamos a compra. Será que depois de optarmos pela compra de determinado ativo a missão está cumprida?
Certamente não, comprar é apenas o primeiro passo. É necessário monitorar o desempenho do investimento, avaliar o impacto de possíveis mudanças no cenário político-econômico, analisar a necessidade de ajustar a posição e, não raramente, concluir pela necessidade de mudar, buscar uma alternativa mais adequada para um novo contexto.
Mesmo quando existe um gestor profissional envolvido, tomando as complexas e frequentes decisões, o investidor deve estar atento para avaliar se a gestão é competente e se a relação risco-retorno dos investimentos é adequada.
Com base na minha própria experiência, um dos principais aspectos na gestão dos investimentos se refere à tomada de decisão (ou falta dela) em relação ao momento de vender um ativo, seja porque o desempenho está ruim, abaixo do retorno esperado em razão do nível de risco, seja para realizar ganhos, colocar o lucro no bolso, quando o desempenho surpreende positivamente.
Outra boa reflexão é sobre o rebalanceamento da carteira e tem a ver com o aspecto anterior. Quando montamos uma carteira para determinado perfil de risco e objetivo de investimento, a alocação, nas diversas classes de ativos, segue uma alocação com faixas percentuais definidas.
O desempenho ao longo do tempo, positivo ou negativo, provocará o desenquadramento da carteira. Uma valorização surpreendente em ações, por exemplo, aumentará o percentual da carteira nessa classe de ativos. Se o gestor (ou investidor) for disciplinado, tomará a decisão de vender parte dos ativos para colocar a carteira de volta nos percentuais definidos, o que significa dizer que o lucro será realizado, dinheiro no bolso.
O inverso é verdade. Se uma desvalorização acontece, uma carteira que tinha 20% em determinado ativo, por exemplo, passará a ter 10% (por hipótese). Se a decisão for a de manter o percentual definido inicialmente e para acelerar a recuperação das perdas, o gestor ou investidor deverá aumentar a posição utilizando novos recursos ou vendendo parte das posições ganhadoras.
Pergunte a si mesmo ou ao gestor que você contrata qual a política em relação ao balanceamento da carteira, qual a disciplina em relação ao tema, com que frequência é feito.
Comprar é muito mais fácil do que vender. A decisão de não fazer nada é tão importante quanto a de comprar e a de vender, e deve ser uma decisão deliberada como as outras, não pode ser fruto de falta de gestão.
Marcia Dessen
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