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Opinião Econômica

- Publicada em 17 de Maio de 2021 às 21:08

Como andam as coisas na renda fixa

Marcia Dessen
Planejadora financeira CFP (Certified Financial Planner), autora de Finanças pessoais: o que fazer com meu dinheiro
Planejadora financeira CFP (Certified Financial Planner), autora de Finanças pessoais: o que fazer com meu dinheiro
Tardou, mas a inevitável elevação da taxa básica de juros está acontecendo. Com muito atraso em relação à inflação medida pelo IPCA, que, em abril, já acumula alta de 6,76% em 12 meses, o ajuste na Selic reduzirá a taxa de juros real negativa dos investidores.
O mercado estima que a elevação da Selic deva continuar e atingir 5,5% em dezembro deste ano. Se o IPCA se mantiver no nível esperado, entre 5% e 5,1%, a longa temporada de juro real negativo se encerrará e adentraremos em um cenário de juro real positivo (Selic acima do IPCA) ao longo de 2022.
Afortunados os que têm dinheiro novo para investir e poderão explorar novas alternativas de investimento. Os que não têm novos recursos poderão avaliar se devem alterar a carteira ou negociar melhorias em operações de depósitos bancários, por exemplo.
Taxa pós-fixada
Indicados para investir recursos que requerem liquidez e baixo risco, os títulos de taxa pós-fixada acompanham a variação do CDI e estão se beneficiando da atual elevação dos juros. Entretanto, compete ao investidor negociar o maior percentual possível dessa taxa, visando aumentar seus rendimentos.
Títulos privados emitidos por bancos de pequeno e médio portes, por exemplo, contam com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos e oferecem entre 110% e 130% do CDI, dependendo do prazo e da condição de liquidez.
A tendência é que o percentual caia à medida que a taxa básica se aproxime do nível considerado justo. Assim, quem puder investir agora garantirá um percentual que provavelmente não estará disponível no fim do ano.
Taxa prefixada
Os juros de longo prazo já capturaram essa nova realidade, e os títulos de taxa prefixada, que perderam valor em um passado recente, são alternativa interessante de diversificação.
Em 12 de maio, os títulos públicos Tesouro Prefixado 2024 e 2026 pagavam juros de 8,26% e 8,79% ao ano, respectivamente. A rentabilidade de títulos privados, com maior risco de crédito e menor liquidez, se aproxima de 10% ao ano.
Vale lembrar que, para ganhar a rentabilidade mencionada, as operações devem ser mantidas até o vencimento. Se o investidor optar pela venda antecipada, estará exposto às condições de mercado.
Inflação mais juros
Outra opção para compor a carteira de renda fixa é o título público Tesouro IPCA , que remunera a variação do IPCA mais uma taxa de juros prefixada no dia da compra, desde que mantido até o vencimento.
Em 12 de maio, o Tesouro IPCA Principal 2026 e o 2035 pagavam 3,47% e 4,18% ao ano, respectivamente.
Adequados para proteger o investidor contra a inflação, completam bem a diversificação da carteira. Entretanto, são títulos de longo prazo e expõem o investidor a maior volatilidade de preço. A venda antecipada pode ser feita, mas, assim como no caso dos títulos de taxa prefixada, o preço de venda dependerá das condições de mercado.
Fundos de investimento
Os gestores dos fundos de renda fixa de gestão ativa e dos fundos multimercado, responsáveis pela gestão permanente dos ativos das carteiras, implementam as estratégias de investimento com base nas expectativas em relação ao mercado.
Dessa forma, se o investidor estiver em um fundo aderente aos seus objetivos de investimento, não precisará fazer nada, o gestor é pago para fazer essa gestão. Entretanto, se perceber que está no fundo errado, deverá avaliar se vale mudar de estratégia ou de gestor.
Marcia Dessen
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