Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Opinião Econômica

- Publicada em 11 de Novembro de 2020 às 21:32

É hora de diversificar as Câmaras

Cida Bento

Cida Bento


/
Cida Bento
{'nm_midia_inter_thumb1':'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/png/2020/03/19/206x137/1_cida_bento800x277___copia-9017041.png', 'id_midia_tipo':'2', 'id_tetag_galer':'', 'id_midia':'5e73a17c19f80', 'cd_midia':9017041, 'ds_midia_link': 'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/png/2020/03/19/cida_bento800x277___copia-9017041.png', 'ds_midia': 'Opinião Econômica', 'ds_midia_credi': 'ARTE/FOLHAPRESS/JC', 'ds_midia_titlo': 'Opinião Econômica', 'cd_tetag': '1', 'cd_midia_w': '800', 'cd_midia_h': '277', 'align': 'Left'}
Diretora-executiva do Ceert (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades)
Daqui a três dias acontecem as eleições municipais, e temos a oportunidade única de, com nosso voto, ampliar a multiplicidade de vozes nas Câmaras Municipais e nas respectivas prefeituras.
Alterar o perfil monocromático das diversas instâncias de poder político é também diversificar as perspectivas de solução para os recorrentes problemas enfrentados pelas populações das cidades brasileiras, buscando considerar as necessidades e os interesses de todos os diferentes segmentos que as compõem.
Dentre tantas questões, há que perguntar como é que o poder local vem lidando com o sistema de saúde para o enfrentamento da pandemia e seu impacto diferenciado sobre populações socialmente vulneráveis. Se empreendeu esforços efetivos para diminuir o assassinato de mulheres, de indígenas, da juventude negra.
Se reservou, respeitou os orçamentos para o fortalecimento das políticas públicas e das redes que protegem esses segmentos. Ou, ainda, se tomou iniciativas para tornar as cidades mais sustentáveis e acolhedoras para os diferentes segmentos da população.
Cuidar de uma cidade e de toda a pluralidade de necessidades e interesses de seus munícipes exige instituições com lideranças igualmente plurais. Assim, é neste momento de eleições que podemos contribuir efetivamente para diversificar o perfil das lideranças parlamentares e também do Executivo.
Nesse sentido, foi absolutamente bem-vinda e pertinente a decisão do TSE que estabeleceu equidade entre candidatos brancos e negros na distribuição de recursos do fundo eleitoral e na divisão do tempo de propaganda.
As organizações do movimento negro, respondendo a esse novo cenário, criaram mecanismos que permitem a aproximação e o acesso à informação sobre candidaturas efetivamente comprometidas com a construção de uma sociedade mais justa e equânime que efetivamente combata o racismo.
É o caso, por exemplo, das plataformas digitais Bancada Preta, Enegrecer a Política e Votos Antirracistas, dentre outras, que surgem a partir da constatação da importância de ampliar a representação negra nos Parlamentos deste país, considerando que, apesar de mais de 56% das pessoas se declararem negras, são negros apenas 24,4% dos deputados federais e 28,9% dos deputados estaduais eleitos em 2018, bem como 5% de vereadoras e prefeitas eleitas em 2016, segundo o Movimento de Mulheres Negras.
Superar o racismo estrutural está no centro do debate de organizações negras no Brasil, recebendo um impulso importante de brancos antirracistas, nos últimos anos, a partir da exibição flagrante do assassinato de Floyd e de muitos jovens negros brasileiros, assassinatos que foram filmados e viralizaram nas redes sociais, escancarando um genocídio.
É fundamental que toda a população, inclusive os brancos antirracistas, invista agora na ampliação da diversidade do Parlamento, preferenciando em seu voto candidaturas femininas, negras, quilombolas e indígenas.
Nessa direção, vale citar que, nos EUA, em 2020, as mulheres negras estabeleceram um novo recorde -117 entraram nas primárias para a Câmara e 13 para o Senado, de acordo com o Center for American Women and Politics.
No total, 643 mulheres foram candidatas às eleições primárias e gerais do Congresso, incluindo um número recorde de mulheres asiáticas ou das ilhas do Pacífico, latinas, do Oriente Médio ou do norte da África e nativas americanas.
No entanto, o número de eleitas não aumentou. Urge, pois, mudar essa realidade disseminando em nossas redes sociais, cada uma e cada um de nós, as informações sobre candidaturas que venham oxigenar nossos Parlamentos, tornando-os tão diversos como são diversas as cidades brasileiras.
 
Cida Bento
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO