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Opinião Econômica

- Publicada em 02 de Fevereiro de 2020 às 20:49

Dívida, faca de dois gumes

Opinião Econômica: Marcia Dessen

Opinião Econômica: Marcia Dessen


/ARQUIVO/JC
Marcia Dessen
 Planejadora financeira CFP (Certified Financial Planner), autora de “Finanças pessoais: o que fazer com meu dinheiro”
{'nm_midia_inter_thumb1':'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/jpg/2019/10/14/206x137/1_marcia_dessen-8871117.jpg', 'id_midia_tipo':'2', 'id_tetag_galer':'', 'id_midia':'5da4d85e7a859', 'cd_midia':8871117, 'ds_midia_link': 'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/jpg/2019/10/14/marcia_dessen-8871117.jpg', 'ds_midia': 'Opinião Econômica - Marcia Dessen', 'ds_midia_credi': 'ARQUIVO FOLHAPRESS/ARTE JC', 'ds_midia_titlo': 'Opinião Econômica - Marcia Dessen', 'cd_tetag': '1', 'cd_midia_w': '800', 'cd_midia_h': '533', 'align': 'Left'} Planejadora financeira CFP (Certified Financial Planner), autora de “Finanças pessoais: o que fazer com meu dinheiro”
Tomar dinheiro emprestado traz alívio imediato, ajuda a sair do sufoco quando não há recursos para uma emergência, um desiquilíbrio financeiro. Mas, se por um lado alivia, por outro representa um problema a ser prontamente resolvido.
Se alguém precisa parcelar a fatura do cartão ou recorrer a um empréstimo, é porque não tem caixa nem economias, todo o salário está comprometido com as despesas básicas e recorrentes de cada mês.
Antes de contrair o empréstimo, buscando o alívio imediato, muitos não pensam em com que dinheiro o empréstimo será pago. Sabemos como essa história termina, e não termina bem.
Milhões de brasileiros estão endividados. Muitos estão inadimplentes, ou seja, com dívida vencida e não paga. E outra dívida é contraída, mais cara do que a primeira e a segunda, aumentando o rolo compressor que vai tirar o sono e o sossego de quem segue por esse caminho.
Dois erros explicam como essa situação foi criada. Primeiro, a falta de controle das despesas, quando deixamos de impor e respeitar limites, consumindo além dos recursos disponíveis. E lembre-se de que cheque especial ou cartão de crédito não é dinheiro disponível.
Quando a dívida decorre de uma emergência, um gasto elevado e imprevisto, sem que haja uma reserva financeira, a dívida pode ser inevitável. Entretanto, é preciso refletir como essa dívida será paga, que despesa será cortada ou reduzida, para quitá-la rapidamente.
Pedro fez um crédito consignado que será pago em 12 parcelas de R$ 350,00, ou seja, seu salário será reduzido em R$ 350,00 pelos próximos 12 meses. Para se ajustar a essa nova realidade, já sabe que despesas serão cortadas ou reduzidas: uso do celular, refeições fora de casa e saídas com os amigos depois do trabalho.
A mesma conduta deve ser adotada seja qual for a modalidade de crédito, aliás, maior será o controle, já que o pagamento dependerá de seu comando.
Os que não fazem esse planejamento ficam inadimplentes, sentem a dor do corte afiado da segunda lâmina da faca, a que cobra o retorno do dinheiro emprestado, acrescido de juros elevados.
Para sair do sufoco, é preciso encontrar uma solução, reduzindo despesas ou aumentando a renda, fazendo um trabalho extra, vendendo algo que tenha valor. Sei que é fácil falar e difícil fazer, mas não tem outro jeito. Aprender com os erros, evitando cair em novas armadilhas, faz parte do aprendizado.
Nem toda dívida é ruim. Quando o empréstimo ou financiamento possibilita a compra de um bem que irá produzir renda ou reduzir despesa, pode ser uma solução a ser adotada.
A parcela de um financiamento imobiliário, por exemplo, substitui total ou parcialmente a despesa do aluguel, além de proporcionar uma enorme conquista, a compra da casa própria, sonho de muita gente.
Um profissional pode financiar a compra de um equipamento que permitirá oferecer produtos ou serviços, gerando receita estável e suficiente para quitar o saldo devedor. Uma vez quitada a dívida, se beneficiará integralmente da nova fonte de receita.
Esse é o crédito bom, que constrói patrimônio, que gera renda, que contribui para o crescimento econômico do indivíduo e da economia como um todo.
Não pagar a dívida tem sido a saída equivocada de muitos cidadãos que perdem o acesso ao crédito e se submetem a aceitar empréstimo de instituições financeiras que cobram taxas abusivas.
Pense muito bem antes de usar essa faca, assegure-se de que está construindo sua própria riqueza e garantindo seu bem-estar.
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