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Opinião Econômica

- Publicada em 30 de Dezembro de 2019 às 21:37

O mundo é um jardim

Opinião Econômica: Nizan Guanaes

Opinião Econômica: Nizan Guanaes


/Arquivo/JC
 
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Empreendedor, fundador do Grupo ABC
Escrevo direto do Natal em Nova York, terra do consumo. Enquanto compro um iPhone, um homem na África não tem água potável para beber. Enquanto corro no Central Park, alguém em Alepo, na Síria, corre para se salvar das bombas que caem do céu. Enquanto a neve cai, um pedaço de floresta arde, e o mundo esquenta ameaçadoramente.
Diante dessas perspectivas, temos tudo para achar que o mundo é uma merda. Ele não é.
Ao contrário dos meus artigos, nos quais busco tantas vezes mostrar caminhos virtuosos, não sou uma pessoa muito positiva emocionalmente. Por isso, o livro Positivity Bias (Viés da positividade), escrito por Mendel Kalmenson, baseado na vida e nos ensinamentos do Lubavitcher Rebbe, o lendário rabino Menachem M. Schneerson, tem me feito um bem enorme.
Eu sou católico do Gantois. Mas isso não me impede (nem a ninguém) de ler o que diz o Dalai Lama sem ser budista, de ler Gandhi sem ser hindu. E de amar cada palavra do que diz o grande rabino. Diz ele que o mundo é o jardim de Deus e que, apesar das ervas daninhas, ele segue sendo um jardim. E que nós temos que ser seus jardineiros.
O Rebbe fugiu dos pogroms da Rússia e viveu ainda os horrores da Primeira Guerra, da Segunda Guerra e da Revolução Bolchevique. Mas jamais perdeu o olhar positivo de que o mundo é o jardim de Deus.
Importante sempre lembrar de que não somos santos. Santo é o Rebbe, o Dalai Lama, a Mãe Menininha, a Irmã Dulce, o Chico Xavier. Não somos santos, mas também não somos uma m...
Não sou santo. Sou um homem. Mas acreditar nesses Rebbes de todas as religiões me impede de achar que a vida é o próximo iPhone, o próximo tênis Nike ou a nova bolsa Hermès, embora veja beleza humana também nesses produtos.
O acesso a tudo isso de forma alguma me impede de lembrar do refugiado, do que passa fome e frio na rua, do que morre de bomba ou medo, do que é perseguido pela sua cor, opção sexual, religião ou convicção política, como a minha mãe foi.
E foi por eles que rezei no túmulo do Rebbe em Cambria Heights, Nova Iorque. No cemitério judaico, pedi por eles e por mim e meus demônios.
Quando você ler esta coluna, 2020 será amanhã. E ele será o que plantarmos neste jardim de Deus.
Nós, empresários, temos que plantar empregos e sementes que transformam o mundo. Nosso desafio é ajudar decisivamente a reinventar este capitalismo tão desigual, que, apesar das ervas daninhas, é também um jardim de oportunidades e coisas belas.
O que empreendedores no mundo todo fizeram nas últimas décadas é digno de admiração, e precisa ser reconhecido. Bilhões de pessoas deixaram a pobreza para viverem vidas mais dignas e confortáveis, ajudados por inovações fantásticas que potencializam a inegável genialidade e generosidade humana.
Como o iPhone da Apple, feito por aquele jardineiro chamado Steve Jobs, que também não era só santo. A maçã que ele plantou, tal qual a árvore do paraíso, é fruto de Deus e do diabo.
Daqui da Big Apple do diabo e de Deus, desejo que sejamos sempre bons jardineiros neste jardim de Deus e do Lubavitcher Rebbe. Feliz Ano-Novo!
* Ps.: Dedico esta coluna de Ano-Novo à Mãe Ana de Xangô, que, aos 54 anos, foi escolhida pelos Orixás para ser a sucessora da grande intelectual, ativista e Mãe de Santo Mãe Stella do Ilê Axé Opô Afonjá, filha também deste jardim de Oxalá. 
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