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Opinião Econômica

- Publicada em 10 de Dezembro de 2019 às 21:36

Lenta retomada com melhoras pontuais

Colunista Site JC Samuel Pessoa

Colunista Site JC Samuel Pessoa


/Thiago Machado/Arte JC
Samuel Pessôa
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Pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (FGV) e sócio da consultoria Reliance, é doutor em Economia pela USP
No dia 3, o IBGE divulgou o resultado da atividade econômica do terceiro trimestre.
O crescimento de 0,6% ante o segundo trimestre - já considerando os fatores que afetam as oscilações ao longo do ano-calendário - foi um pouco acima do esperado. Com isso, a previsão do Ibre-FGV, que era de 1,1% de crescimento para o ano fechado de 2019, subiu para 1,2%.
O desempenho em 2019 tem sido bem abaixo do que se esperava. Dois choques negativos têm segurado a retomada cíclica da economia: a crise da Argentina, que retirou 0,5 ponto percentual do crescimento em 2019; e a redução da produção da indústria extrativa mineral, que, em razão das consequências do desastre ecológico do início do ano em Brumadinho, retirou 0,3 ponto percentual.
Tudo somado, se não fossem os choques, o crescimento em 2019 teria sido de 2,0%.
Em meio à profusão de números e de estatísticas, é possível divisar a recuperação cíclica da economia.
Pela ótica da demanda agregada, há uma clara aceleração dos investimentos. Cresceram 2% ante o segundo trimestre (8,2% em termos anualizados). O crescimento ante o mesmo trimestre do ano anterior foi de 4,3%, e o crescimento acumulado em quatro trimestres, ante os quatro trimestres imediatamente anteriores, foi de 3,1%.
O crescimento do investimento, tomando três bases de comparação distintas -trimestre imediatamente anterior, mesmo trimestre do ano anterior e acumulado em quatro trimestres-, indica claramente aceleração. Conforme se consideram bases de comparação mais próximas ao momento presente, a taxa de crescimento é maior.
Pela ótica da oferta agregada, a construção civil apresenta sinais de vida pelo segundo trimestre consecutivo. Cresceu ante o segundo trimestre 1,3% (5,3% na taxa anualizada). O crescimento ante o mesmo trimestre do ano anterior foi de 3,7%, e o acumulado em quatro trimestres, ante os quatro trimestres imediatamente anteriores, foi de 0,2%. Recuperação muito incipiente. O setor ainda se encontra 30% abaixo do pico prévio, observado no primeiro trimestre de 2014.
Há uma leve recuperação do setor, principalmente na construção de imóveis residenciais para classes A e B, nas grandes cidades. Este tem sido o melhor ano desde 2013 na geração de empregos formais no setor. O saldo líquido do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, computa 114.905 empregos na construção gerados em 2019, de janeiro até outubro.
Em 2013, último ano com resultado melhor do que o atual, foram criados, para a mesma janela de janeiro a outubro, 145.593 empregos. Para o mesmo período em 2018, foram criados 70.653 empregos. Todos esses números referem-se a empregos com carteira na construção.
A indústria de transformação tem recentemente apanhado mais. O setor tem sofrido muito com a crise na Argentina.
Três fatores sugerem algum otimismo com a indústria de transformação no médio prazo: a Argentina deve apresentar alguma recuperação; o câmbio desvalorizado - era de R$ 3,1 por dólar em janeiro de 2018 e encontra-se agora rodando a R$ 4,2 - deve ensejar um processo de substituição de importações; e a redução dos juros deve estimular o aumento das compras de bens de consumo duráveis.
O forte ajuste feito nos últimos três anos pelas empresas, com redução do endividamento e elevação da lucratividade, indica que estão dadas as condições para a manutenção dessa modesta e consistente recuperação cíclica.
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