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Opinião Econômica

- Publicada em 02 de Dezembro de 2019 às 22:00

Lições da Black Friday

Opinião Econômica: Nizan Guanaes

Opinião Econômica: Nizan Guanaes


/Arquivo/JC
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Empreendedor, fundador do Grupo ABC
Ninguém arrasou mais nesta Black Friday que a Magalu de Fred Trajano. Um sujeito simples, focado, sem frescura é hoje neste país a pessoa que mais entende sobre a integração do físico com o digital.
Ele não quer ser a Amazon. Quer ser o Alibaba (loja física digital). Eu canso de ouvir conversa fiada sobre omnichannel, on e off. Mas 90% são lorota. Fred fez. E é por isso que a empresa dele vale o que vale e sobe o que sobe na Bolsa de Valores.
O digital é uma cultura que todas as empresas e toda a empresa têm que abraçar, mas o digital muitas vezes vira um departamento. Aí é como dizer que no corpo tem departamento de oxigênio.
O digital é complexo. Requer disciplina e recursos. São muitas variáveis e decisões tomadas em tempo real. E ele não é barato. O investimento no digital não deve ser determinado pelo desejo de baratear os processos. Se o futuro é digital, ele deve ser investimento ou despesa? Quanto do seu tempo é gasto nele? Quem está pensando nisso?
O digital nem futuro é. O digital é presente.
A performance da Magalu na Black Friday botou todo o mundo para trás. Ela uniu o aplicativo, o digital, o físico, a televisão aberta, a fechada, a publicidade, o conteúdo e a mídia programática. Tudo isso para vender. E vendeu pra chuchu.
Só se falou disso nesta Black Friday, uma das melhores coisas que imitamos dos americanos para impulsionar as vendas na escalada do Natal. Mas Fred bebe também em outras fontes, como em Jack Ma, o genial fundador da chinesa Alibaba.
Todo ano Fred vai à China acompanhar o Dia do Solteiro, o festival de vendas online criado por Ma, realizado em 11 de novembro, que hoje é o maior evento desse tipo no mundo. Ex-professor de inglês e admirador dos EUA, Ma neste ano trouxe para animar a sua festa capitalista na China comunista nada menos que Taylor Swift e Kim Kardashian, para ficar nas estrelas ocidentais que conhecemos. Investimento mais do que recompensado pelo faturamento de US$ 38 bilhões (!) do Alibaba no 11/11 deste ano.
Mas o mundo do varejo não é só digital.
A loja física não está morta. A televisão não está morta. O rádio, o jornal, o outdoor, a publicidade não estão mortos.
Morto é pensar tradicional. O que está morto são os velhos usos e as velhas lógicas.
A convergência, o omnichannel, na prática (e não só no PowerPoint e na palestra) é o entendimento claro do que é market place. Esse é o jogo.
O show da Magalu, produzido com muita competência pela Globo, foram duas horas de venda entretendo. Ou seriam duas horas de entretenimento vendendo?
Fred herdou da mãe e da tia o saber vender. A empresa de sucesso que elas construíram migrou de maneira exponencial de lojas que vendiam eletrodoméstico pra market place, que vende tudo sem perder o carisma, o DNA e a paixão dessa estadista chamada Luiza Trajano.
Digno de nota é que o marketing que faz tudo isso é enxuto como tudo na Magalu: 30 pessoas. E de lá têm saído algumas das coisas mais criativas e vendedoras da comunicação atual.
Nunca se falou tanto do futuro e nunca se praticou tanto do passado. O cara mais moderno da cidade não se veste como millennial nem fica escrevendo artigo ditando regra. O cara mais moderno da cidade faz.
Aos concorrentes - não percam tempo com negação. Ficar negando o que é bom é literalmente perda de tempo (e de dinheiro).
E a Globo, com esse projeto matador, pode cantar por aí: hoje é um novo dia de um novo tempo que começou.
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