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Opinião Econômica

- Publicada em 27 de Maio de 2019 às 03:00

Fuja das aplicações automáticas

Opinião Econômica: Marcia Dessen

Opinião Econômica: Marcia Dessen


/ARQUIVO/JC
Marcia Dessen
Você já reparou que o saldo some da sua conta bancária? Pois é, os bancos não gostam nem um pouco de dinheiro parado em conta. Deveriam gostar, não é mesmo? Afinal, é dinheiro de graça, não pagam nada sobre o saldo que deixamos na conta-corrente.
Você já reparou que o saldo some da sua conta bancária? Pois é, os bancos não gostam nem um pouco de dinheiro parado em conta. Deveriam gostar, não é mesmo? Afinal, é dinheiro de graça, não pagam nada sobre o saldo que deixamos na conta-corrente.
Acontece que os bancos são obrigados a cumprir uma série de obrigatoriedades definidas e calculadas a partir do montante de depósitos à vista (conta-corrente) que eles detêm.
Cerca de metade vai para o Banco Central, o chamado depósito compulsório. Uma boa fatia é destinada a operações de crédito rural com taxas de juros subsidiadas, pouco rentáveis para o banco, e uma fatia menor é destinada a operações de microcrédito.
Depois de cumpridas as exigibilidades, sobra muito pouco para os bancos usarem livremente. Além de trabalhoso, o cumprimento dessas regras acaba por onerar o famoso spread bancário, diferença entre a taxa de juros que os bancos pagam e cobram.
Assim, os bancos não querem dinheiro parado em conta e inventaram mecanismos de aplicar automaticamente o dinheiro, transferindo da conta-corrente para a tal aplicação. É aí que mora o perigo.
Se o dinheiro que você deixou na conta será gasto nos próximos dias, antes de o próximo salário chegar, tudo bem.
Se a intenção é investir, faça isso logo, antes que o banco o faça por você. A rentabilidade das aplicações automáticas, não importa o tipo, tende a ser muito baixa. A leitura que o banco faz é que você não está preocupado com rentabilidade, caso contrário, não teria deixado o dinheiro parado na conta.
Se você tem o hábito de deixar para depois e acaba esquecendo, procure uma aplicação programada, bem diferente e muito melhor do que as automáticas.
Pesquise os produtos de investimento da instituição financeira de seu relacionamento que oferecem a conveniência da aplicação programada. Pode ser uma conta-poupança, um fundo de investimento ou aplicação em CDB, mas o importante é que seja rentável.
No Tesouro Direto, por exemplo, você pode programar uma aplicação mensal, definindo o valor, o dia do mês em que sua conta pode ser debitada e o título escolhido para o investimento periódico.
A aplicação programada ajuda a criar o hábito de investir. O dinheiro será debitado da sua conta logo após o crédito do salário, um investimento para realizar os projetos que vêm sendo adiados há tempos porque não sobra dinheiro.
Escrevo mais uma vez sobre o assunto porque observei que tem muita gente deixando de ganhar dinheiro. Os fundos de investimento que cobram perto de 4% ao ano de taxa de administração acumulam muito dinheiro!
Os bancos que usam o CDB para as tais aplicações automáticas pagam um percentual muito baixo do CDI - entre 30% e 40%. A rentabilidade bruta é bem inferior à da poupança, e, depois de pagar Imposto de Renda e, talvez, IOF, sobra muito pouco.
Se você está investindo a reserva financeira, lembre-se de optar por aplicações de liquidez diária para cobrir as necessidades de caixa de curto ou médio prazo.
Quanto ao nível de risco, que sejam as mais conservadoras, como Tesouro Selic, fundo DI, CDB DI, que acompanham a variação da taxa de juros de mercado.
Aplicação automática, aquela que o banco faz por você, cancele. Aplicação programada, decisão sua, quando, quanto e onde investir, vá em frente.
Planejadora Financeira CFP (Certified Financial Planner), autora de "Finanças Pessoais: o que fazer com o meu dinheiro"
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