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Opinião Econômica

- Publicada em 12 de Fevereiro de 2019 às 21:33

Para Ricardo Boechat

Opinião Econômica: Nizan Guanaes

Opinião Econômica: Nizan Guanaes


/Arquivo/JC
Nesta época de profundas transformações, números são guias fundamentais. Por isso fiquei muito feliz ao ver os números do mais recente balanço do jornal The New York Times, o mais importante do mundo.
Nesta época de profundas transformações, números são guias fundamentais. Por isso fiquei muito feliz ao ver os números do mais recente balanço do jornal The New York Times, o mais importante do mundo.
Já sabíamos que o alcance e a leitura de jornais estavam em forte alta por causa da revolução digital. Graças a ela, podemos ler suas notícias em qualquer parte do mundo, a qualquer hora, e ainda as transmitir instantaneamente para os nossos amigos e para as nossas redes sociais.
Como o New York Times é uma empresa aberta na bolsa de Nova Iorque, ele traz a cada trimestre os mais recentes números de suas operações, seu faturamento com assinaturas e publicidade, suas metas para o futuro e outros dados interessantes e reveladores. E os dados divulgados pela empresa jornalística na semana passada são estimulantes para esta que é uma das funções mais nobres e necessárias da humanidade: reportar o que está acontecendo de forma correta, responsável, aprofundada.
O Times fechou o ano passado com mais de 3,3 milhões de assinantes de seus produtos digitais, que incluem, além das notícias do jornal, aplicativos populares (e inovadores) de palavras cruzadas e de comida. Foi um aumento de 27% em relação ao número de assinantes do final do ano passado.
Só no último trimestre de 2018, o Times adicionou 265 mil assinantes digitais à sua base de clientes. Juntando assinantes dos produtos digitais e do jornal impresso, o número chega a 4,3 milhões. Foi nesse trimestre também que a receita com anúncios nas plataformas digitais ultrapassou a receita com propaganda no jornal impresso, outro marco futurista.
Animado com essa evolução, o jornal reviu para cima suas metas e agora busca 10 milhões de assinantes até 2025. Sim, 10 milhões de pagantes.
E, se o jornalismo está numa ponta antiga dos negócios, que são os produtos impressos (aliás, uma das tecnologias mais eficientes e longevas do mundo desde que inventada por Gutenberg, no século 15), ele está também à frente de uma tendência atual fortíssima, que é a venda de serviços por assinatura, na qual os veículos de imprensa têm vasta experiência.
Jeff Bezos, o mago digital criador da Amazon e homem mais rico do mundo, comprou o Washington Post justamente porque entende a importância de uma imprensa de qualidade forte e porque vê viabilidade na evolução do seu modelo de negócios. Os números do Post também vêm melhorado com jornalismo de alta qualidade e investimento em inovações tecnológicas.
Outro jornal importante nos EUA, o Los Angeles Times, após profunda crise, começa a reagir e a recontratar jornalistas.
Não há dúvidas sobre a demanda crescente por notícias de qualidade. Saber é poder. Sempre foi e seguirá sendo assim. Num mundo coberto e encoberto por barragens incessantes de "fake news", quem lê "true news" vê mais longe.
E as notícias sobre o setor de notícias estão começando finalmente a melhorar. Pode-se ver já luz no fim dessa trajetória incerta vivida pela imprensa no mundo todo nos últimos anos. E essa luz certamente vem da tela de um celular, de um tablet ou de um outro gadget que ainda vão inventar.
*
Já tinha escrito esta coluna quando soube da morte trágica do meu amigo Ricardo Boechat. Ele era de uma geração de jornalistas treinados e criados com foco em política e economia, mas Boechat sabia também que era preciso infundir no jornalismo temas mais "mundanos" que agarram a atenção do leitor e fazem parte de sua vida.
Esta coluna é dedicada a ele e ao bom jornalismo.
Publicitário, fundador do Grupo ABC
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