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Opinião Econômica

- Publicada em 11 de Novembro de 2018 às 23:49

Conversando a gente se entende


ARQUIVO/JC
Marcia Dessen
Não é difícil entender por que um casal, em início de relacionamento, adia ou simplesmente ignora a necessária conversa sobre finanças. Em plena fase de namoro, cheios de esperança, empenhados em construir e manter um relacionamento feliz e duradouro, não é agradável tocar no assunto.
Não é difícil entender por que um casal, em início de relacionamento, adia ou simplesmente ignora a necessária conversa sobre finanças. Em plena fase de namoro, cheios de esperança, empenhados em construir e manter um relacionamento feliz e duradouro, não é agradável tocar no assunto.
Ele discorda de várias atitudes dela em relação ao dinheiro. Ela ganha bem, mas gasta muito. Ele não se mete, pois, afinal, o dinheiro é dela. Ela acha ele um chato, que vive controlando as despesas e que, embora não questione, faz cara de reprovação cada vez que ela aparece com mais uma sacola.
O dinheiro, que, na solteirice, só diz respeito a cada um, passa a ser da conta e do interesse de ambos, e, se não for cuidado, pode ser um ponto de desentendimento.
Casar, morar juntos, tem um significado muito maior do que simplesmente morar na mesma casa. Será o início de nova fase da vida, de construir uma família, ter filhos, fazer planos em conjunto. É importante manter a individualidade, mas o "dele" e "dela" dão lugar ao "nosso".
A eventual existência de filhos de relacionamentos anteriores dificulta um pouco mais a situação. Diferenças de idade, de hábitos, de níveis sociais, de crenças serão barreiras que precisarão ser vencidas.
Não há fórmula mágica que eu possa recomendar além de uma boa, sincera e franca conversa. Conversando a gente se entende, nessa situação e em outras tantas ao longo da vida, buscando entendimento com os pais, os filhos, os colegas de trabalho, os sócios, os chefes e até os vizinhos.
Façam, juntos, o orçamento da vida a dois, quanto custa o estilo de vida de vocês, coloque tudo no papel ou na planilha, e não se esqueça dos projetos futuros, filhos, viagens, cursos, carreira.
Vale pensar grande, em grandes projetos, afinal, juntos, unindo esforços e renda, fica mais fácil alcançar objetivos. E o comprometimento com esses projetos acaba reduzindo a chance de que recursos sejam despendidos com itens supérfluos, que, além de não agregar valor, causam atrito no relacionamento.
Definido o valor mensal do orçamento, decidam em conjunto quem vai contribuir com quanto. Gosto da ideia de que a contribuição de ambos seja equivalente, mesmo que os valores absolutos sejam diferentes.
Se decidirem que colocarão 70% do salário de cada um na conta da família, ela, que ganha R$ 5 mil, colocará R$ 3,5 mil; ele, que ganha R$ 8 mil, colocará R$ 5,6 mil. Os 30% restantes serão mantidos em contas particulares e gastos livremente, sem cara feia de um lado ou de outro.
Se um dos dois tiver uma renda mais folgada e concordar em contribuir com uma parcela maior, ótimo. Muitas vezes, é uma questão de momento de vida. Um investe nos estudos para alavancar a carreira, enquanto o outro banca a maior parte das despesas. Em outro momento ou circunstância, a situação pode se inverter, e será a vez de o outro retribuir.
Dívida é caso sério, seríssimo, e merece conversa a parte. A não ser que seja uma dívida contraída para aquisição de um bem comum, como a compra da casa própria, ou a reforma da casa, a viagem dos sonhos, dívidas contraídas antes e durante a vida em comum, por excesso de consumo, são problema sério. Se forem dívidas ocultas, então, complicadíssimo. O problema fere não apenas as finanças do casal, mas a confiança entre eles.
Ao término da conversa, deixem claro o que foi decidido. A cooperação e o comprometimento de ambos são fundamentais. E, como ninguém muda da noite para o dia, novas conversas serão necessárias para ajustar o planejamento.
Planejadora financeira CFP (Certified Financial Planner), autora de Finanças pessoais: o que fazer com meu dinheiro 
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