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Opinião Econômica

- Publicada em 01 de Outubro de 2018 às 01:00

Fundo cambial

Opinião Econômica: Marcia Dessen

Opinião Econômica: Marcia Dessen


/ARQUIVO/JC
Marcia Dessen
Está planejando sua próxima viagem? Com a cotação do dólar nas alturas, deve estar arrependido de não ter comprado antes, não é mesmo? Não temos controle sobre o preço da moeda estrangeira, mas podemos, aqui no Brasil, para evitar o risco da valorização da moeda estrangeira, investir em um fundo cambial.
Está planejando sua próxima viagem? Com a cotação do dólar nas alturas, deve estar arrependido de não ter comprado antes, não é mesmo? Não temos controle sobre o preço da moeda estrangeira, mas podemos, aqui no Brasil, para evitar o risco da valorização da moeda estrangeira, investir em um fundo cambial.
Aplicar o dinheiro na poupança, Tesouro Selic ou fundo DI, por exemplo, não é uma boa ideia. A rentabilidade pode até ser maior do que a variação cambial, mas não garante o poder de comprar a quantidade da moeda estrangeira necessária.
Suponha que sua próxima viagem será daqui a dois anos e deve custar US$ 10 mil, equivalente a R$ 40 mil ao câmbio atual. Se você investir, mensalmente, R$ 1.573,00 pelos próximos 24 meses, com juros líquidos de 0,5% ao mês, terá os R$ 40 mil.
O problema é que você não vai utilizar reais para pagar passagens, hospedagem e outras despesas, já que tudo será pago em moeda estrangeira.
Se, daqui a dois anos, a taxa de câmbio cair para R$ 3,00, você poderá comprar mais de US$ 13 mil (beleza!). Entretanto, se a taxa de câmbio subir para R$ 5,00, você comprará apenas US$ 8 mil (insuficiente).
Aplicar o dinheiro em um fundo cambial funciona. A estratégia de investimento desses fundos é acompanhar a variação cambial entre duas moedas. A ideia não é ganhar mais do que a variação da taxa Selic, ou taxa DI, ou mesmo da inflação.
O objetivo, aqui, é preservar o poder de compra na moeda estrangeira. A rentabilidade é variável e pode até ser negativa em alguns períodos. Ignore.
Suponha um fundo aderente à variação cambial. A taxa de câmbio na data inicial é de R$ 4,00/USD, e você deposita R$ 20 mil, equivalente a US$ 5 mil. A tabela simula dois cenários hipotéticos de valorização e desvalorização da moeda e, consequentemente, da rentabilidade do fundo.
Observe que, nos cenários apresentados, sua quantidade de reais diminui ou aumenta 25%, mas o valor equivalente em dólares se mantém.
Embora a proteção não seja perfeita, como sugere a tabela, espera-se que, ao final de determinado prazo, você terá quantidade de reais suficiente para comprar os dólares para sua viagem. Os principais fatores que impedem a aderência perfeita do fundo à variação da moeda são os custos do fundo e o Imposto de Renda que será pago sobre a valorização do fundo, se houver.
Aplicações e resgates são feitos em reais. Leia a lâmina antes de investir e verifique se a estratégia do fundo acompanha a variação da moeda estrangeira. Se o seu planejamento indica necessidade de acumular US$ 500 por mês, multiplique pela taxa de câmbio vigente e aplique no fundo.
Exemplo: aplique R$ 2 mil se a cotação da moeda for de R$ 4,00/USD, ou R$ 1.750,00 se a cotação for de R$ 3,50/USD.
Não se assuste com eventual rentabilidade negativa ao longo do tempo. A quantidade de moeda local cai quando a taxa de câmbio fica mais barata, mas o poder de compra na moeda estrangeira se mantém. Você comprará a mesma quantidade de moeda estrangeira com menor quantidade de moeda local. Boa viagem!
Planejadora financeira CFP (Certified Financial Planner), autora de Finanças pessoais: o que fazer com meu dinheiro
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