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Opinião Econômica

- Publicada em 17 de Setembro de 2018 às 22:42

Urso Branco

Opinião Econômica: Benjamin Steinbruch

Opinião Econômica: Benjamin Steinbruch


/Arquivo/JC
Visitando Terenos, município em Mato Grosso do Sul, ainda muito pequeno, com apenas seis anos, ele viu um enorme lobo guará que passou sossegadamente na nossa frente.
Visitando Terenos, município em Mato Grosso do Sul, ainda muito pequeno, com apenas seis anos, ele viu um enorme lobo guará que passou sossegadamente na nossa frente.
O animal cruzou o gramado, sentou-se e ficou nos encarando por mais de três minutos, em um momento único de beleza.
A partir daí ele se apaixonou por bichos e pela natureza.
Loiro, alto, bonito e sensual, ele nasceu branquinho, branquinho.
Hoje, aos 20 anos, é grande e forte, com mãos que parecem patas de urso. Urso branco. Dono de um sorriso contagiante, seus olhos sorriem também. Conciliador, sempre minimizou os problemas de seus irmãos e os defendeu quando em dificuldade, em qualquer situação.
Defensor das florestas e dos animais, ele se diferencia de outros jovens de sua idade por colocações muito contundentes:
"Vamos deixar as fazendas intactas."
"Para que derrubar o mato?"
"Vamos abrir as fazendas à visitação pública, virgens, intocadas. Elas vão valer muito mais no futuro!"
"Vamos transformá-las em florestas nacionais, privadas, de uso público."
Apaixonado pelo National Geographic, revista e canal de televisão destinados a reportagens e documentários sobre a natureza, ele queria desde pequeno trabalhar lá. Quando cresceu, disse que um dia compraria a revista.
Sou filho de gaúcho e, com tal, gosto de um bom churrasco. Ele, não. "Para que matar o boi? É muito mais valioso vivo do que morto." Diz isso com tanta convicção que me faz, aos poucos, pensar no assunto cada vez mais frequentemente.
Ainda aprecio bastante as carnes, mas quando chega o assado, fico pensando: será que vale à pena? Estou quase me convencendo de que quanto menos comermos carnes, mais a natureza vai ganhar, porque mais bichos vão viver.
Carinhoso, às vezes do nada, ele desaba seu 1,90 metro na cama dos pais para ficar abraçado com a gente.
Beijoqueiro, às vezes no meio de uma reunião de trabalho, ele nos presenteia com seu carinho e um beijo afetuoso. Já adolescente, em Volta Redonda, certa vez surpreendeu a todos que estavam à minha volta, dentro da usina siderúrgica, junto ao calor do Alto Forno-3, com um beijo e um abraço de fazer inveja a qualquer pai do mundo.
Mendel é assim, esse filho carinhoso, amoroso, ligado à natureza, defensor de todos os mais fracos, harmonioso, sempre se expondo para proteger os outros, assumindo novas responsabilidades e estudando fora do Brasil.
Gostaria que este último artigo servisse de incentivo para que Mendel e todos os milhões de jovens brasileiros não desistam nunca e dediquem-se à busca interminável da melhora do Brasil e do povo brasileiro.
O País está em risco. Todos nós estamos em risco, já que não fomos capazes de entregar um País melhor para nossos jovens. Quem sabe eles possam, num futuro próximo, nos oferecer um Brasil aperfeiçoado, menos corrupto, mais igualitário, com mais oportunidades e justiça. É o que espero.
Diretor-presidente da CSN e presidente do conselho de administração da empresa
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