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Olhar da Fé

- Publicada em 24 de Março de 2021 às 20:47

A caminho da Semana Santa

Por Dom Jaime Spengler, arcebispo metropolitano de Porto Alegre e primeiro vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
Por Dom Jaime Spengler, arcebispo metropolitano de Porto Alegre e primeiro vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
Na Quarta-Feira de Cinzas, com o gesto da imposição de cinzas sobre a cabeça dos fiéis, teve início nosso itinerário de preparação para a festa da Páscoa.
As cinzas, sinal de humilhação, penitência e conversão evocam a caducidade da existência humana. Não só o corpo humano, mas todo vivente, aos poucos, se torna cinza. Por meio da recepção das cinzas fomos recordados da própria condição e destino: “Lembra-te que és pó e ao pó retornarás”.
O maior desafio humano consiste em caminhar em direção ao seu poder-ser mais. No pressentimento da morte está latente a possibilidade de dignificar o dom da vida. É isso que sugere a expressão “converte-te e crê no Evangelho”. Desse modo, por meio do rito litúrgico da imposição das cinzas, fomos convidados a responder com um acréscimo de fé.
A Igreja, durante o tempo quaresmal, propõe a seus fiéis os tradicionais exercícios do jejum, da oração e da esmola, qual caminho privilegiado de abertura à graça da filiação divina. O jejum convida ao esvaziamento de si mesmo, a fim de favorecer as condições para ser fecundado pela suavidade da gratuidade. A oração expressa o desejo de ser atingido pela misericórdia divina. A esmola é amor partilhado, atitude de abertura “para o outro”.
Tais exercícios não são formalidades ou meras práticas exteriores; são compromissos de generosidade pelo bem de todos. Expressam a dimensão social da fé. Para responder a tal compromisso, a Igreja do Brasil, propõe para nossa reflexão durante esse tempo um tema específico: “Fraternidade e diálogo”. Assim, sustentados pela fé em Cristo somos animados a prosseguir, por meio do exercício do diálogo, na construção de uma sociedade mais justa e fraterna.
Mesmo que o tempo atual, marcado por crises que sobrepõem, apresente sinais da presença entre nós do vírus do desânimo, não podemos permitir que ele se dissemine, pois solapa as oportunidades de diálogo em vista da consolidação da fraternidade. Para combatê-lo “o Senhor deu-nos uma vacina eficaz (...): é a esperança; a esperança, que nasce da oração perseverante e da fidelidade diária ao nosso apostolado. Com esta vacina, podemos prosseguir com energia sempre nova, para partilhar a alegria do Evangelho como discípulos missionários e sinais vivos da presença do Reino de Deus, Reino de santidade, justiça e paz” (Papa Francisco).
Que as celebrações da Semana Santa nos fortaleçam na fé e nos ajudem a semear esperança, promovendo fraternidade.
Arquidiocese divulga orientações para as celebrações da Semana Santa - A Arquidiocese de Porto Alegre divulgou nota oficial na terça-feira (23) com orientações para as celebrações litúrgicas da Semana Santa que inicia no dia 28 de março, Domingo de Ramos. Observadas as indicações da Santa Sé, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), as normas estabelecidas pelas autoridades sanitárias e o número estabelecido de participantes (10% de público, limitado a 30 pessoas no máximo), a Arquidiocese oferece as orientações disponíveis no link a seguir: https://bit.ly/3so4cM0
CNBB Sul 3 promove formação sobre a Campanha da Fraternidade - “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”, o tema da Campanha da Fraternidade deste ano já alcançou arqui/dioceses e paróquias de todo o RS, provocando as comunidades de fé e pessoas de boa vontade para pensar, avaliar e identificar caminhos para a superação das polarizações e das violências que marcam o mundo atual. Para aprofundar ainda mais a proposta de formação e reflexão e atenta a necessidade de sensibilização e formação sobre a CFE deste ano, a CNBB do Regional Sul 3 realiza no dia 26 de março, às 19h30min, uma formação sobre a Campanha. O encontro será realizado em formato de live nas redes sociais (Facebook e Youtube) da CNBB Sul 3. Para debater o tema “O diálogo, a partir das Igrejas”, Dom Silvio Guterres Dutra, bispo referencial da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sócio Transformadora do Regional Sul 3, receberá os seguintes convidados(as): pastora Cibele Kuss, teóloga feminista, pastora luterana e secretária executiva da Fundação Luterana de Diaconia/Conselho de Missão entre Povos Indígenas/Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor; Dom Hélio Adelar Rubert, arcebispo de Santa Maria e bispo Referencial da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso na CNBB Sul 3; bispa Meriglei Borges Simim, da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil – Diocese de Pelotas. Durante a live, os (as) convidados (as) debaterão o compromisso eclesial para o fortalecimento de redes de diálogo, a prática do diálogo no compromisso social, na ação e na responsabilidade das Igrejas e, por fim, o diálogo a partir do respeito à crença. Para ter uma maior abrangência, a CNBB Sul 3 motiva a todos a enviarem o convite às suas paróquias e comunidades, além de compartilharem também a formação em suas redes no dia 26.
Papa Francisco reduz salários de cardeais e superiores devido a crise causada pela Covid - "Um futuro economicamente sustentável hoje exige, entre outras decisões, a adoção de medidas relativas à remuneração de funcionários." Inicia-se com essas palavras o motu proprio com o qual o Papa Francisco decidiu reduzir proporcionalmente e por tempo indeterminado os salários dos cardeais (10%), dos chefes de dicastérios e secretários (8%), e de todos os sacerdotes, religiosos e religiosas em serviço junto à Santa Sé (3%). Ao tempo em que todos os funcionários - inclusive os já mencionados – terão congelado até 2023 o avanço no escalão de salário por tempo de serviço (exceto para funcionários leigos do primeiro ao terceiro nível). O Papa não quer licenciar, mas as despesas devem ser contidas e por isso decidiu intervir "segundo critérios de proporcionalidade e progressividade" com ajustes que dizem respeito especialmente aos clérigos, aos religiosos e aos níveis mais altos. A decisão papal foi motivada, lê-se no motu proprio, pelo "déficit que há vários anos caracteriza a gestão econômica da Santa Sé" e sobretudo pela situação criada pela pandemia, "que afetou negativamente todas as fontes de renda da Santa Sé e do Estado da Cidade do Vaticano". O objetivo da iniciativa é colaborar com outras para um futuro economicamente sustentável para a missão dos organismos da Igreja. Por este motivo, a partir de 1º de abril de 2021, a remuneração "paga pela Santa Sé aos cardeais será reduzida" em 10%. O corte das retribuições regulado por lei será de 8% para os funcionários da Santa Sé e do Governatorato e outras instituições anexas enquadrados nos níveis salariais C e C1, ou seja, os dos chefes e dos secretários dos dicastérios. Uma diminuição de 3% generalizado para funcionários clérigos ou religiosos, desde aqueles enquadrados no nível salarial C2 até o primeiro nível: uma diminuição que, portanto, atingirá todos os funcionários não leigos. As reduções descritas acima não se aplicarão em casos excepcionais relacionados a despesas com a saúde. O congelamento dos incrementos bianuais entre 1º de abril de 2021 e 31 de março de 2023 afetará todo o pessoal em serviço junto à Santa Sé e ao Governatorato e outras instituições anexas - portanto, também os superiores mencionados precedentemente. Mas somente para os funcionários leigos, este congelamento afetará os funcionários do quarto nível para cima e, portanto, não tocará nos salários mais baixos. Essas disposições também se aplicam ao Vicariato de Roma, aos Cabidos das Basílicas Papais Vaticana, de Latrão e Liberiana, à Fábrica de São Pedro e à Basílica de São Paulo Fora dos Muros.
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