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Olhar da Fé

- Publicada em 03 de Dezembro de 2020 às 01:10

Solidariedade e fé

Por Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e primeiro vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
Por Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e primeiro vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
O contexto histórico atual, marcado pela constatação de que a humanidade é imensamente vulnerável, tem demonstrado o quanto é importante o senso de pertença à sociedade, com direitos e deveres, e de corresponsabilidade pela saúde e integridade de todos. Mas não só! A situação pandêmica tem também recordado o quanto é importante o respeito pela ciência e a tecnologia, a responsabilidade das autoridades políticas e sanitárias, a necessidade de planejamento e educação com qualidade (não só acadêmica) para todos, e o lugar da solidariedade e da esperança sustentadas pela prática da fé.
Solidariedade significa não ser ou ficar indiferente diante da necessidade de alguém ou da dor alheia. Significa ter disposição para auxiliar e promover tal disposição, para superá-la.
A compreensão do que está acontecendo à causa de um micro-organismo desconhecido – o que se sabe sobre o novo coronavírus é muito pouco – exige de todos vigilância e cuidado. Ao mesmo tempo, requer a atenção solidária para que, cultivando a salutar esperança, ninguém fique para trás.
O tempo presente não pode ser avaliado e considerado somente numa perspectiva horizontal, por meio da qual são possíveis melhor compreensão do que está em questão e construção de necessárias orientações sanitárias e normas de comportamento social. É preciso acender uma luz na noite que se abateu sobre todos. Urge vigilância para que reducionismos, negacionismos e fundamentalismos não encontrem terreno apto para semear ideologias que favoreçam o já frágil tecido social.
Os tantos sinais de solidariedade provenientes de tantos lugares representam um sinal de esperança. Se por um lado se constatam comportamentos irresponsáveis – isso para dizer pouco –, por outro lado não faltam testemunhos de pessoas capazes de alteridade. Há certamente os que operam por sentimento humano de respeito e caridade. Há também os que agem animados pela fé, que sustenta e permite, segundo modo próprio, colher os sinais que o tempo oferece, para fazer frente à mediocridade e à tibieza.
A fé cristã não é ópio do povo. Ela não é água que apaga o senso de pertença e de corresponsabilidade social. Ao contrário, ela é fogo que anima, ilumina e impele a superar o individualismo. Permite compreender que tudo está interligado e que todos são irmãos.
Os templos religiosos abertos, com seus cultos públicos, seguindo normas sanitárias equitativas e sensatas, são “oásis” para quem vive intensamente a fé, cuida, protege e promove vida, e vida em abundância para todos.
Próxima Ordenação Presbiteral será em Cachoeirinha, nesta sexta (4) - A comunidade de Cachoeirinha, região metropolitana, celebra nesta sexta-feira (4) a próxima Ordenação Presbiteral da Arquidiocese de Porto Alegre, conduzida pelo arcebispo Dom Jaime Spengler. Às 20h, na Paróquia São Vicente de Paulo (Rua Papa João XXIII. 316 - Bairro São Vicente), Davi Jonas Dietrich será ordenado sacerdote. A missa será restrita a convidados devido aos cuidados de prevenção à pandemia do novo coronavírus. E no dia 6 de dezembro, às 10h da manhã, na Paróquia São Luís Gonzaga, de Canoas, será realizada a primeira missa do novo padre, aberta apenas para familiares. Também devido às restrições da pandemia, não haverá almoço festivo. Para quem quiser saber mais sobre o novo padre e sua caminhada, na quinta-feira, dia 3 de dezembro, a Ascom da Arquidiocese promove live com Davi Jonas Dietrich e participação do padre Eduardo Kologeski, da Promoção Vocacional, às 15h, no Facebook da Arquidiocese: facebook.com/arquipoa.
Escola Diaconal São Lourenço abre inscrições para 2021 - A Arquidiocese de Porto Alegre, no dia 13 de fevereiro, criou a Escola Diaconal São Lourenço. Ao longo deste ano promoveu formação online dos 22 candidatos em preparação ao ministério do Diaconato Permanente e de 3 candidatos da Diocese de Osório. Esta novidade tem se apresentado como oportunidade única de ação evangelizadora nas paróquias. O diaconato permanente é um ministério que já esteve presente nos primórdios da Igreja. Sete homens “de boa reputação, repletos do Espírito de sabedoria” (At 6,1-6), foram escolhidos para serem os primeiros diáconos. As primeiras orientações sobre a formação dos diáconos e sobre o estatuto jurídico foram propostas por São Paulo VI, em 1967, e, posteriormente, retomadas pelo Código de Direito Canônico, em 1983. A direção da escola, por meio do padre José Loinir Flach, agradece a todos os professores que colaboraram com os estudos de Introdução à Teologia e Teologia do Diaconato Permanente (padre Geraldo Borges Hackmann); Eclesiologia e Revelação (padre Rafael Martins) e História da Igreja (padre Eduardo Pretto Moesch). "Para 2021 estamos no aguardo das orientações sanitárias para a prevenção do Covid -19. Mas caso seja recomendado o não presencial iremos dar continuidade na formação online", explica o diretor.
Episcopado gaúcho avalia ação da Igreja no RS durante a pandemia - O isolamento social não significa um afastamento do coração, mas abrir os olhos para ir ao encontro dos que estão necessitados. O papel da igreja é fundamental para esta mobilização”. A análise de Dom José Gislon, presidente do Regional Sul 3 da CNBB, aponta os caminhos percorridos pelos bispos gaúchos na reunião de terça-feira, 1º de dezembro. O encontro estava previsto para ocorrer presencialmente em Passo Fundo mas a anfitriã desta vez foi a internet, que possibilitou que os arcebispos e bispos titulares e eméritos participassem com segurança. Um dos principais pontos da reunião foi a partilha da realidade enfrentada pelas arqui/dioceses este ano, especialmente levando em conta o contexto de pandemia. Na ocasião, cada arce/bispo apresentou o seu contexto e, especialmente, as possibilidades encontradas para seguir a ação pastoral neste tempo de isolamento. Dom Gislon explica que o bispo tem o papel de animar seu clero e, através de um olhar de ternura cuidar do povo de Deus que está ferido pelo contexto da pandemia. Por isso, muitas ações foram desenvolvidas em atenção a vida das comunidades, sempre buscando “manter acesa no coração das pessoas a chama da fé e da esperança”. Ele destaca de forma especial os relatos de gestos de solidariedade, partilha e caridade, desenvolvidos em todo o Estado durante este ano e complementa: “Humanamente estamos sendo bastante provados, mas temos sempre presente que nosso povo não deixa morrer a chama da fé. Todos os bispos estão empenhados na condução de suas arqui/dioceses, atendendo o povo e ajudando para que as comunidades mantenham sua fé animada”. Durante a reunião, os arce/bispos realizaram também a exposição das ações desenvolvidas no ano pelas comissões pastorais, que integram toda a ação pastoral da Igreja. No Rio Grande do Sul, são atualmente 12 comissões, acompanhadas individualmente por cada bispo designado. A CNBB Regional tem como missão garantir a articulação e a vida destas pastorais e organismos, buscando sempre sua integração. Por isso, as partilhas das ações desenvolvidas são tão importantes: porque buscam sempre a sinodalidade. Um grande desafio da reunião foi também o planejamento do ano de 2021, considerando o contexto de pandemia e as incertezas quanto ao futuro. Entre as realidades consideradas estão as incertezas quanto ao isolamento social e as realidades sacramentais, de iniciação à vida cristã, a formação das lideranças e o sentido de pertença de cada fiel a sua comunidade. Para contemplar estes contextos, os arce/bispos já iniciaram a construção da agenda para o próximo ano, pensada inicialmente para que seja concretizada em encontros presenciais.
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