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Olhar da Fé

- Publicada em 10 de Junho de 2020 às 18:57

A quem iremos? O que fazer?

Dom Jaime Spengler, arcebispo metropolitano de Porto Alegre e vice-presidente da CNBB.
Dom Jaime Spengler, arcebispo metropolitano de Porto Alegre e vice-presidente da CNBB.
Várias situações do momento presente nos levam a perguntar: o que fazer? Esta questão encontra eco na constatação do Papa Francisco, no dia 27 de março, diante de uma Praça de São Pedro vazia, num final de tarde: “Desde há semanas que parece o entardecer, parece cair a noite. Densas trevas cobriram as nossas praças, ruas e cidades; apoderaram-se das nossas vidas, enchendo tudo dum silêncio ensurdecedor e de um vazio desolador, que paralisa tudo à sua passagem: pressente-se no ar, nota-se nos gestos, dizem-no os olhares. Revemo-nos temerosos e perdidos”.
Uma mutação de um vírus está impondo a modificação do estilo de vida: trabalho, saúde, educação, economia, prática religiosa. Está rasgando o véu da desigualdade social, da injusta distribuição da renda que está se transformando em uma “bomba-relógio de raiva e desconfiança”, da falta de cuidado para com a Casa Comum. Há quem apregoa a necessidade de redesenhar o sistema econômico tradicional. O lucro a todo custo certamente não poderá mais ser admitido e permitido.
A pandemia mostra que o Estado não estava preparado - e não está! -, para proteger seus cidadãos de um vírus. A tecnologia avançou a passos largos. Contudo suas conquistas e avanços não estão conseguindo vencer esse vírus, que ameaça a todos indistintamente.
O que fazer? Um futuro melhor só será possível se construído na dinâmica de um presente. Isto requer disposição para superar a insolência dos oportunistas de plantão.
Sob a aparência de juras de amor pelo ser humano, observa-se o desprezo pelo ser humano. “O desprezador despótico dos seres humanos (...), aproveita o que a de mais ordinário no coração humano, alimentando-o e dando-lhe outros nomes: medo passa a ser responsabilidade; ganância chama-se aplicação; dependência transforma-se em solidariedade; brutalidade em senhoralidade. (...) Para ele a popularidade vale como prova do maior amor aos seres humanos; ele esconde sua profunda e secreta desconfiança contra todos os seres humanos atrás de palavras roubadas de verdadeira comunhão” (D. Bonhoeffer).
Nestes tempos que parecem o entardecer e o cair da noite, impõe-se a pergunta: O que fazer? Esta foi também a pergunta dos discípulos de Jesus no momento da crise: “A quem iremos Senhor? Só tu tens palavras de Vida eterna” (Jo 6,68)!
Solenidade de Corpus Christi na pandemia - As paróquias e comunidades da Arquidiocese de Porto Alegre, área que conta com 29 municípios gaúchos, neste ano de 2020, viverão a Solenidade de Corpus Christi, no dia 11, de forma inédita. Em função das restrições exigidas pela pandemia, o arcebispo metropolitano, Dom Jaime Spengler, emitiu nota com orientações para a realização das celebrações. Entre as orientações, a nota cita a importância do sinal de unidade arquidiocesana com a realização de todas as missas, às 9h, observação de todas as orientações sanitárias já prescritas anteriormente, quanto ao número máximo de fiéis, distanciamento social e higienização, e que seja dada atenção especial aos espaços dedicados à saúde (Unidade Básica de Saúde, hospitais, clínicas) para as tradicionais bênçãos. A Catedral Metropolitana celebra Santa Missa, às 18h30, nesta quarta (10), e na quinta-feira (11), 8h30, com Dom Jaime Spengler, e às 10h e 18h30.
CNBB transmitirá Audiência do Papa - A partir do dia 10 de junho, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) passou a transmitir, em suas redes sociais, a Audiência Geral do Papa Francisco, às quartas-feiras, que neste período da pandemia da Covid-19 deixou de ser realizada na Praça São Pedro, no Vaticano, e passou a ser transmitida diretamente da Biblioteca do Palácio Apostólico. Semanalmente os fiéis brasileiros poderão acompanhar a catequese do Papa, como também é chamada a Audiência Geral, sempre às 9h30 – horário de Brasília, diretamente no Facebook e no Youtube da CNBB. “Toda quarta-feira, o Papa Francisco se reúne – não neste período da pandemia, com os fiéis e peregrinos de todas partes do mundo para a Audiência Geral, que é um encontro do pastor com os peregrinos. Francisco sempre desenvolve para esse momento uma catequese”, explica Silvonei José, locutor da Rádio Vaticano e um dos responsáveis pela programação em português do Brasil. Segundo Silvonei, neste momento da pandemia do coronavírus, Francisco está desenvolvendo uma série de catequeses sobre a oração. Idealizada nos anos 70 pelo Papa Paulo VI, as Audiências no verão normalmente são realizadas na praça São Pedro e participam em torno de 25 mil peregrinos por semana. Tudo é transmitido ao vivo por telões para que quem está atrás possa ver bem a imagem do Papa. Já no inverno, a catequese é transmitida de dentro da sala Paulo VI, que cabem até sete mil fiéis. A tradicional Catequese é feita por Francisco sempre em italiano. Posteriormente é disponibilizada uma síntese em francês, inglês, alemão, espanhol, português, árabe e polonês, e a cada nacionalidade dessa o Papa faz uma saudação para os fiéis daquelas línguas. De acordo com Silvonei José, esse momento é a oportunidade que o Santo Padre tem de encontrar com os fiéis do mundo inteiro e os peregrinos que ali estão podem ver, ouvir e quem sabe até tocar o Papa. “É um momento Sui generis da quarta-feira”, diz.
Papa celebra Corpus Christi no domingo (14) - No próximo domingo, 14 de junho, o Papa Francisco vai presidir a missa por ocasião da Solenidade de Corpus Christi no Altar da Cátedra da Basílica de São Pedro. Cerca de 50 fiéis irão participar da celebração que começa às 9h45 no horário italiano (4h45 no horário de Brasília), com transmissão ao vivo do Vatican News e comentários em português. A cerimônia se conclui com a exposição do Santíssimo Sacramento e a bênção eucarística concedida pelo Pontífice, assim como aconteceu durante as missas transmitidas via streaming ao mundo, diariamente, de 9 de março a 17 de maio. Nesse período, a Itália e outros países não podiam realizar as celebrações com a participação dos fiéis por causa da pandemia. Já no ano passado, o Papa Francisco presidiu a missa de Corpus Christi no adro da Igreja de Santa Maria Consoladora, no bairro de Casal Bertone, zona leste de Roma. Em 2018, a celebração foi realizada na praça em frente à paróquia de Santa Mônica, no bairro de Ostia, no litoral de Roma. De 2013 a 2017, a missa foi celebrada na Basílica de São João de Latrão, seguida da procissão eucarística até a Basílica de Santa Maria Maior. As raízes da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo remontam ao século XIII. Em 1215, diante daqueles que alegavam a presença simbólica e não real de Cristo na Eucaristia, o Quarto Concílio de Latrão afirmava a verdade sobre a Transubstanciação, que o Concílio de Trento, em 1551, reafirma em modo definitivo: com a consagração do pão e do vinho ocorre a conversão de toda a substância do pão na substância do Corpo de Cristo, e de toda a substância do vinho na substância do seu Sangue. Na Bélgica, após as experiências místicas de Santa Juliana de Cornillon foi instituída uma festa local em Liège, em 1247. Depois de alguns anos, em 1263, um sacerdote da Boêmia celebrava uma missa na cidade italiana de Bolsena, próxima a Orvieto, aflito pela dúvida sobre a presença real de Jesus: durante a consagração, da hóstia partida saíram algumas gotas de sangue. Depois desse evento, Papa Urbano IV determinou, em 1264, estender a toda a Igreja a Solenidade de Corpus Christi.
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