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Olhar da Fé

- Publicada em 29 de Abril de 2020 às 19:48

Esperar sem ver

Dom Leomar Brustolin, bispo auxiliar da Arquidiocese de Porto Alegre
Dom Leomar Brustolin, bispo auxiliar da Arquidiocese de Porto Alegre
O ser humano vive enquanto espera. Na tensão entre o passado e o presente, projeta-se o futuro, entre desejos e sonhos. Quando falta a expectativa, nega-se o futuro e emerge o desespero, a falta de esperança. Quando o presente torna-se absoluto, nega-se o futuro pela presunção, a falsa esperança.
Nas últimas décadas, avançou-se em tantas áreas do conhecimento, criaram-se rotinas que aceleraram a experiência do tempo, abriram-se possibilidades para se viver o instante como se fosse eterno. O humano estava demais ocupado para refletir sobre finitude, limite e transcendência. Alcançou-se um alto grau de bem estar pela tecnologia e novas comodidades por ela oferecidas, que parecia desnecessário pensar num horizonte mais amplo que o desta vida. Empatia, solidariedade, desapego e pertencimento também apareceram como apelos de um mundo mais humano e com possibilidade de relações menos frias, desiguais e injustas. Nem todos ouviram esse clamor, afinal, o individualismo, o mercado, o excesso de conectividade e a busca de um desempenho competitivo distraíram da essência da vida. Na crise de sentido e de ética, emergiram os sinais do vazio que invadiu a existência.
De repente, tudo precisou ser revisto. A COVID-19 impactou nossa forma de ler a realidade e de esperar o amanhã. Todos se questionam: o que será de cada um de nós num futuro próximo e além dele?
A reflexão sobre o fim último, a transcendência e a vida eterna ficou relegada às pessoas religiosas e aos filósofos. Empenhados com a correria do cotidiano, fascinados pelas imensas possibilidades de até habitar em outros planetas, muitos de nossos contemporâneos não refletiram sobre o amanhã. Crer e esperar, em alguns casos, tornou-se uma experiência relegada ao âmbito privado. Esqueceu-se de que um dos muitos sentidos para a palavra religião é justamente re-ligare, reunir, religar, integrar crenças e esperanças comuns.
Hoje precisamos recuperar a fé e a esperança. Sem fanatismos e sem relativismos. Uma fé madura que conduza a uma esperança serena. A fé tende a esperar. São Paulo, escreveu na Carta aos Romanos: “Ver o que se espera já não é esperar: como se pode esperar o que já se vê? Mas, se esperamos o que não vemos, é na perseverança que o aguardamos” (Rm 8,24-25).
Como será o amanhã? Não sabemos! Pela fé, porém, podemos esperar um futuro feliz e a vida eterna. Não esperamos algo, mas Alguém. Cremos que Deus é amor, e quem ama pode crer e esperar em meio aos reveses do cotidiano. É tempo de esperar sem ver.
Missas on-line - Atendendo a orientação da Arquidiocese de Porto Alegre, de 16 de março de 2020, as paróquias permanecem fechadas em atenção as normas das autoridades da saúde, que trabalham no combate à disseminação do novo coronavírus. Em função disso, inúmeras paróquias têm realizado suas missas no ambiente digital. E a cada dia novas igrejas têm se organizado para transmitir por meio de seus canais on-line como Facebook, YouTube e Instagram. No link abaixo é possível acessar a relação de paróquias que estão realizando missas on-line, com o dia da semana e horário correspondentes: https://www.arquidiocesepoa.org.br/missaemcasa
Aborto rejeitado em caso de zika vírus - O Supremo Tribunal Federal (STF) formou – até o presente momento – maioria para rejeitar uma ação que pede que a interrupção de gravidez em mulheres infectadas pelo zika vírus não seja enquadrada como aborto, crime previsto no Código Penal. O processo está sendo analisado no plenário virtual da Corte, uma ferramenta online que permite aos ministros apresentarem seus votos à distância, sem a necessidade de uma reunião presencial. O julgamento vai até esta quinta-feira (30). O pedido foi apresentado pela Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (Anadep) em 2016. À época, a Associação pediu uma interpretação do Código Penal de forma a impedir a punição de mulheres infectadas pelo Zika vírus que interrompem a gravidez. A Anadep entende que uma eventual interrupção da gravidez, quando houver infecção por Zika vírus, deve ser enquadrada como “aborto necessário”, quando o médico realiza o procedimento porque não há outra forma de salvar a vida da gestante. O “aborto necessário” não é punido pelo Código Penal. Para defender a vida desde a concepção, diversos setores da sociedade já se manifestaram contra a ação. Também a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota em que reforça o dever de todos em valorizar o dom inviolável da vida. Cientes do compromisso com a inviolabilidade da vida, a Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB propõe a todos os fiéis leigos católicos, agentes de pastoral, integrantes de movimentos e novas comunidades, bispos, padres, diáconos e seminaristas para que expressem a posição #emdefesadavida nas redes sociais. A proposta é utilizar a hashtag no Twitter e no Instagram para fazer chegar a todos os cantos do país, à imprensa e, principalmente, aos ministros do STF o compromisso com o grande dom de Deus, a vida.
Papa pede orações a Maria no mês de maio - "Já está próximo o mês de Maio, no qual o povo de Deus manifesta de forma particularmente intensa o seu amor e devoção à Virgem Maria. Neste mês, é tradição rezar o Terço em casa, com a família; dimensão esta – a doméstica –, que as restrições da pandemia nos forçaram a valorizar, inclusive do ponto de vista espiritual. Por isso, pensei propor-vos a todos que volteis a descobrir a beleza de rezar o Terço em casa, no mês de maio." Assim inicia a mensagem do Papa Francisco para as orações do mês de maio. Acesse o link a seguir e leia a mensagem do Santo Padre na íntegra: https://bit.ly/2YmbHa3
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