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Olhar da Fé

- Publicada em 09 de Janeiro de 2020 às 16:31

Mãe de Deus e o fundamento de sua grandeza

Dom Darley José Kummer, bispo auxiliar da Arquidiocese de Porto Alegre
Dom Darley José Kummer, bispo auxiliar da Arquidiocese de Porto Alegre
A contextualização da expressão “Theotókos”, de São João Paulo II que, literalmente, significa “aquela que gerou Deus”, à primeira vista pode gerar surpresa; suscita a questão sobre como é possível uma criatura humana gerar Deus. A resposta da fé da Igreja é clara: a maternidade divina de Maria refere-se só a geração humana do filho de Deus e não, ao contrário, a sua condição divina.
O filho de Deus foi desde sempre gerado por Deus Pai e é lhe consubstancial. Nessa geração eterna, Maria não desempenha, evidentemente, nenhum papel. O Filho de Deus, porém, há mais de dois mil anos, assumiu a nossa natureza humana e foi concebido e dado à luz por Maria.
Proclamando Maria “Mãe de Deus”, a Igreja quer, portanto, afirmar que ela é a “Mãe do Verbo encarnado, que é Deus”. Por isso, a sua maternidade não se refere a toda Trindade, mas unicamente à segunda pessoa, ao Filho que, ao encarnar-se, assumiu dela a natureza humana.
A maternidade é relação entre pessoa e pessoa: uma mãe não é mãe apenas no corpo ou da criatura física saída do seu seio, mas da pessoa que ela gera. Maria, portanto, tendo gerado segundo a natureza humana a pessoa de Jesus, que é a pessoa divina, é Mãe de Deus.
Ao proclamar Maria “Mãe de Deus”, a Igreja professa com uma única expressão a sua fé acerca do filho e da mãe. Portanto, a expressão “Mãe de Deus” remete ao Verbo de Deus que, na encarnação, assumiu a humildade da condição humana, para elevar o homem à filiação divina. Mas esse título à luz da dignidade sublime conferida à Virgem de Nazaré proclama também a nobreza da mulher e sua altíssima vocação. Com efeito, Deus trata Maria como pessoa livre e responsável, e não realiza a encarnação de seu Filho senão depois de ter obtido o seu consentimento.
Mãe de Deus é o maior de todos os títulos, graças e privilégios de Nossa Senhora. Este título lhe foi dado pelo próprio Deus quando a escolheu para ser sua mãe. É o fundamento de sua grandeza, de seu poder e de todos os demais títulos. Foi o primeiro a ser definido pela Igreja como verdade de fé, já em 431.
A Santa Mãe de Deus é a padroeira da Catedral Metropolitana e da Arquidiocese de Porto Alegre. O Santuário Mãe de Deus, edificado no alto morro do bairro Glória, todo o dia 1º dia do ano que inicia, além de glorificar o máximo título de Maria, quer lembrar a todas as mães que a maternidade humana é a maior honra e grandeza da mulher.
A imagem de Nossa Senhora Mãe de Deus recebeu a benção do Papa João Paulo II no Vaticano no dia 27 de julho de 1988, e foi entronizada no nosso Santuário de Porto Alegre. Rogai por nós, Santa Mãe de Deus!
Nova Comissão para proteção de crianças, adolescentes e pessoas vulneráveis
A Santa Missa da Quarta-feira de Cinzas deste ano (26 de fevereiro), que será realizada na Catedral Metropolitana de Porto Alegre, significará um marco histórico da Igreja Católica no que diz respeito à prevenção e atuação nos casos de abuso de crianças, adolescentes e pessoas vulneráveis no Brasil. Isso porque a Arquidiocese de Porto Alegre, instalará, em iniciativa inédita no país, uma comissão responsável por acolher denúncias, executar ações punitivas e dar tratamento a vítimas de abuso deste tipo. A atitude nasce para atender ao pedido do Papa Francisco, que publicou, no ano passado, uma Carta Apostólica, sob forma de motu proprio (de livre iniciativa do papa, sem consulta a uma comissão ou um cardeal), chamada Vos Estis Lux Mundi (Vós sois a luz do mundo, em latim), em que o Santo Padre expressa a determinação de todas as Dioceses no mundo colaborarem de forma efetiva no combate ao abuso de poder, consciência e sexual de menores e vulneráveis. Mais informações em https://bit.ly/2QtSwGZ
43ª Romaria da Terra já tem programação definida
Com o tema “O bem viver no campo e na cidade” e lema “Dá-me de beber” (Jo 4,7), será realizada, no dia 25 de fevereiro, a 43ª Romaria da Terra. Neste ano, a romaria é sediada pela Diocese de Cruz Alta, na Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes de Mormaço-RS. A programação do evento, que espera reunir romeiros de todos os cantos do Rio Grande do Sul, já está definida, bem como as atividades do dia e as paradas no decorrer da caminhada, que inicia na Comunidade São José dos Prólos, em direção ao Parque Municipal, num percurso de 2,7km. A Romaria acontece todos os anos, na terça-feira de carnaval, em que milhares de romeiros e romeiras vindos de diferentes lugares se encontram para relembrar e celebrar os mártires da terra que tombaram defendendo a vida do povo empobrecido. Com Sepé Tiaraju, motivador das romarias, defensor dos povos indígenas, busca-se lembrar que esse dia será um momento de restabelecer as forças na luta por justiça e igualdade. A realização da Romaria da Terra é um dos compromissos comuns permanentes das 18 Dioceses do Rio Grande do Sul, que integram o Regional Sul 3 da CNBB e acontece desde 1978. Conheça a programação em https://bit.ly/2FwSKag
A mensagem do papa para o Dia Mundial da Paz
Tem data de 1ª de janeiro, mas vale para o ano todo a mensagem do Papa Francisco alusiva ao Dia Mundial da Paz. “A paz como caminho de esperança: diálogo, reconciliação e conversão ecológica” é o título da mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz de 2020, celebrado em 1º de janeiro. O texto traz como referências principais dois eventos que marcaram o Vaticano este ano: o Sínodo dos Bispos para a Amazônia, realizado em outubro, e a viagem do Santo Padre ao Japão, no final de novembro. “A esperança é a virtude que nos coloca a caminho, dá asas para continuar, mesmo quando os obstáculos parecem intransponíveis”, escreve o Pontífice. Entre esses obstáculos, o Papa cita as guerras e os conflitos que continuam ocorrendo, que marcam a humanidade na alma. Toda guerra, reforça, é um fratricídio. “Há nações inteiras que não conseguem libertar-se das cadeias de exploração e corrupção que alimentam ódios e violências.” Francisco citou um trecho do seu discurso pronunciado em Nagasaki sobre as armas nucleares, recordando que “a paz e a estabilidade internacional são incompatíveis com qualquer tentativa de as construir sobre o medo de mútua destruição ou sobre uma ameaça de aniquilação total”. (...) “Neste sentido, a própria dissuasão nuclear só pode criar uma segurança ilusória.” Como então romper esta lógica do medo? Para Francisco, não há outro caminho senão na busca de uma fraternidade real, baseada na origem comum de Deus e vivida no diálogo e na confiança mútua. Leia a íntegra da mensagem do papa: https://bit.ly/2QyO3Tm.
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