Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Olhar da Fé

- Publicada em 23 de Dezembro de 2019 às 17:52

Natal: a utopia renasce

Por Dom Jaime Spengler, arcebispo metropolitano de Porto Alegre e primeiro vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
Por Dom Jaime Spengler, arcebispo metropolitano de Porto Alegre e primeiro vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
Paz, solidariedade, caridade, ternura e hospitalidade são valores que caracterizam o tempo do Natal. É tempo para cantar a alegria, louvar a humildade, promover a simplicidade, resgatar a esperança e exaltar a verdade. A paz só é possível onde as ideologias cederem lugar à verdade!
O Natal traz em si uma força característica ao apresentar o nascimento de um menino anunciado como o Salvador e “alegria para todo o povo”, pois propõe um modo de viver e conviver distintos. A referência para quem se dispõe a fazer com ele o caminho é o presépio.
A alegria, a humildade, a simplicidade e a esperança da cena do Natal alimentam a utopia de “um novo céu e uma nova Terra”, onde novos modelos políticos, sociais e econômicos sejam possíveis; onde todos possam verdadeiramente participar dos bens da criação; onde não haja mais miséria e ignorância, mas todos possam se sentir irmãos e irmãs.
A utopia é irmã gêmea da esperança. A esperança encoraja e compromete com a novidade desejada e sonhada, com a utopia que o espírito do Natal reacende no coração de muitos.
O Natal é oportunidade privilegiada para o exercício da fraternidade, da solidariedade, da convivência harmoniosa e saudável, da sobriedade e da ternura. Esses elementos pressupõem compromisso com a justiça, gestões políticas e econômicas transparentes e incorruptíveis, oportunidade de trabalho em condições dignas para todos, ou seja, desenvolvimento humano integral.
A noite do Natal é iluminada por uma estrela que brilha no horizonte. Existe uma estrela que pode orientar a humanidade! É sabido que as gerações futuras colherão aquilo que a geração atual semear no presente.
É possível passar o Natal futilmente, de forma extravagante, mercantilista ou indiferente. É também possível celebrar o Natal qual possibilidade de exercício e promoção do humano e do divino, da razão e da fé. Abençoado e Santo Natal!
Festa Navegantes 2020 – A Irmandade de Nossa Senhora dos Navegantes, no dia 11 de dezembro, recebeu imprensa e convidados para o lançamento da 145ª Festa de Navegantes. Este ano a festa passa a contar com um velário e um sino eletrônicos, no Santuário (Av. Sertório, S/N – bairro Navegantes). A abertura da 145ª Festa de Nossa Senhora dos Navegantes em Porto Alegre será em 19 de janeiro, com a Santa Missa na Av. Sertório, às 17h, seguida da Procissão que levará a imagem até o Santuário de Nossa Senhora do Rosário, no centro da capital. No dia 22 de janeiro, pela segunda vez na história, às 8h, a imagem será conduzida até o Largo Glênio Peres, permanecendo até às 17h30min, para momentos de oração e bênçãos por parte dos padres e ministros extraordinários. No dia 24, no Santuário de Navegantes, iniciará a tradicional novena, que irá se estender até o dia 1º de fevereiro, sempre às 20h. No dia 2 de fevereiro haverá missa às 7h e, após, a tradicional procissão de retorno para o Santuário de Navegantes, com chegada prevista às 10h30min. Os festejos de Navegantes em 2020 terão como tema central: "Comunidade, Casa da Igreja". Como preparação para a festa ocorre também a visita peregrina da imagem de Navegantes pelas paróquias da Arquidiocese de Porto Alegre. Quem desejar receber a visita deve entrar em contato pelo telefone (51) 3342.2882 ou e mail [email protected].
Evangelho e mundo secular – No seu discurso à Cúria Romana no sábado (21), reconhecendo a evidência já prevista por alguns importantes homens da Igreja muitos anos antes do Concílio Vaticano II, o Papa destacou: “Já não estamos na cristandade! Hoje, já não somos os únicos que produzem cultura, nem os primeiros nem os mais ouvidos. Já não estamos num regime de cristandade, porque a fé”, em grande parte do Ocidente, “já não constitui um pressuposto óbvio da vida habitual; na verdade, muitas vezes é negada e ridicularizada”. Por isso precisamos, acrescentou o Papa, “de uma mudança de mentalidade pastoral, o que não significa passar para uma pastoral relativista”. Uma mudança de mentalidade que parte da constatação de que “a vida cristã, na realidade, é um caminho, uma peregrinação”. E o caminho, obviamente, “não é puramente geográfico, mas sobretudo simbólico: é um convite a descobrir o movimento do coração que, paradoxalmente, tem necessidade de partir para poder permanecer, de mudar para poder ser fiel”. No final do encontro, Francisco presenteou seus colaboradores com o livro-entrevista “Sem Ele não podemos fazer nada”, escrito pelo jornalista Gianni Valente. E definiu a obra como “o documento” que desejou fazer para o mês missionário extraordinário. No texto do livro publicado recentemente, o Papa explicava que “a missão é obra Sua”, isto é, de Jesus. Anunciar o Evangelho, acrescentava o Papa no livro-entrevista, “não consiste em assediar os outros com discursos apologéticos, em gritar na cara dos outros” a “verdade da Revelação”. Muito menos “jogar nos outros verdades e fórmulas doutrinais como se fossem pedras”. Um aspecto distintivo da missão cristã, sugere o Papa, “é o de ser facilitadores, e não controladores da fé”. Facilitar, isto é, “tornar fácil, não pôr obstáculos ao desejo de Jesus de abraçar todos, de curar todos, de salvar todos”. Sempre conscientes de que “Sem Ele não podemos fazer nada”.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO