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Olhar da Fé

- Publicada em 20 de Novembro de 2019 às 19:46

Solidariedade na dor

Por Dom Leomar Antônio Brustolin, bispo auxiliar da Arquidiocese de Porto Alegre
Por Dom Leomar Antônio Brustolin, bispo auxiliar da Arquidiocese de Porto Alegre
A experiência da vida humana é uma alternância de alegrias e sofrimentos. Tristeza e dor nem sempre dependem da vontade humana. Pode-se até pensar ao mal como uma anomalia da criação ou um escândalo que remete a tantas interrogações: por que sofrer? O mistério do mal sempre afetou o ser humano ao longo da História. A dor aparece como a privação do bem ou uma ruptura, ou mesmo uma desordem.
O sofrimento existe, seja porque nosso organismo nem sempre funciona como deveria, seja porque no mundo ocorrem as mais diversas desordens que afetam nossa existência: desde acidentes e terremotos, até uma separação, uma doença ou uma morte. O que constatamos é a divisão de nosso ser que pretende a felicidade, mas frequentemente não consegue atingi-la.
Quando contemplamos uma criatura humana que nasce com sérias limitações e anomalias, nos questionamos sobre o sofrimento inocente. Certamente não podemos dizer que tal dor tenha sua origem em Deus Criador por razões superiores e por nós desconhecidas. A expressão “Deus quis assim”, muito comum nestes casos, remete a uma interpretação dos fatos de quem concebe Deus em termos antropomórficos, segundo a nossa consciência e nosso agir. Atribuir a Deus, que é o Sumo Bem, a origem dos males, é irracional. Assim se conceberia um Deus estranho as suas criaturas, um calculista indiferente ao sofrimento e aos erros que perturbam a ordem de amor que Ele mesmo estabelecera.
A revelação cristã apresenta o ser humano original como o causador dos males que existem no mundo. Ensina que há um sofrimento que marca a história, mas aponta para o mundo de superar a dor que se vale do sofrimento para salvar. Assim, não é Deus o autor do sofrimento humano, mas é Ele que oferece uma forma positiva de vivê-lo. Evidente que em si a dor não tem valor positivo, enquanto é privação do bem. Contudo, não existe um mal absoluto. Por isso, em cada ocorre o encontro com o Amor, com Deus. Em cada sofrimento é possível encontrar o Justo que sofre, o Inocente que agoniza e morre: é Jesus, o Filho de Deus que se fez carne e habitou entre nós (cf. Jo 1,14). Sofrer com Cristo é transformar a dor em amor. É subverter a desordem que o sofrimento causa. É resgatar o sentido quando o non sense parece dominar. Isso não significa que se deve amar o sofrimento, mas implica em dizer que a dor não está isolada do mundo, e, portanto, há uma solidariedade que não pode ser perdida.
A dor do inocente não é inútil, ela remete à solidariedade de Deus que ativa a solidariedade humana para que todos participem da comunhão no amor em Cristo. Portanto, não somos seres totalmente autônomos e independentes, somos uma rede de solidariedade que nos faz viver. Cada parte precisa da outra para que o corpo seja completo. As partes mais frágeis não são menos importantes do que as mais fortes. Todas fazem parte desse corpo. O que une todas as partes do corpo é o Amor de Cristo.
 
Formação gratuita - A Cáritas Arquidiocesana promove, gratuitamente, mais uma formação social, no dia 26 de novembro, das 13h30 às 16h, no seu Salão de Eventos (Av. Ipiranga, 1145 - Bairro Azenha). A Cáritas propõe, por meio desta formação, uma reflexão sobre o significado mais profundo da vida em suas diversas dimensões: pessoal, social, comunitária e ecológica, com assessoria do Teólogo e Diretor da Escola Superior de Teologia e Espiritualidade Franciscana, Frei José Bernardi. O encontro surge a partir da Campanha da Fraternidade 2020 com o tema “Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso”.
 
Assembleia da Juventude - No dia 14 de dezembro, das 9h às 12h, a juventude da Arquidiocese de Porto Alegre reúne-se para a sua assembleia de encerramento do ano. O encontro será realizado no Centro Administrativo São João Paulo II (Av. Sertório, 305 - Bairro Navegantes). Entre os objetivos: avaliação da caminhada realizada ao longo de 2019 e construção de orientações comuns para a juventude tendo como base as Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil e a Exortação Apostólica do Papa Francisco, Christus Vivit, fruto do Sínodo para a Juventude que ocorreu em 2018. A assembleia Arquidiocesana para a Juventude é destinada aos coordenadores das expressões juvenis, padres diretores espirituais dos grupos e movimentos e assessores dos vicariatos e áreas pastorais.
 
Campanha para a Evangelização - Com o objetivo de motivar os fiéis a participarem efetivamente da missão da Igreja por meio do testemunho de vida, de ações pastorais específicas e da garantia de recursos para a ação pastoral, a Campanha para a Evangelização completa 21 anos em 2019. Aprovada pela 35ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em 1997, ela foi realizada pela primeira vez no advento de 1998. Uma das grandes motivações para a sua realização é a conscientização sobre a importância do compromisso evangelizador que deve ser assumido por cada cristão e o despertar para a corresponsabilidade pelo sustento das atividades pastorais da Igreja Católica no Brasil. O gesto concreto da campanha é a realização de uma coleta que tem como objetivo angariar recursos para que a Igreja no Brasil tenha condições de continuar evangelizando, contribuindo para a superação de uma mentalidade individualista ao mesmo tempo em que promove a partilha de recursos voltada para o bem comum. Os valores são revertidos para a manutenção da CNBB nacional e também o financiamento de diversas iniciativas pastorais promovidas nas dioceses e nos 18 regionais da entidade. Este ano convida para refletir como o Natal de Jesus inspira nosso compromisso como Igreja que cuida: “Em verdade, vos digo: todas as vezes que fizestes isso a um destes pequeninos que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes!” (Mt 25, 40).
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