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Olha Só

- Publicada em 24 de Setembro de 2021 às 03:00

Um caleidoscópio de alegria


JONAS TUCCI/DIVULGAÇÃO/JC
Classificar Zé Pedro Selistre apenas como DJ seria simplificar a personalidade de um artista múltiplo, criativo e extremamente atento ao movimento musical. Encarando as oportunidades de sua vida como uma sucessão natural, o esperto Zé Pedro mudou de Porto Alegre para o Rio de Janeiro, foi caixa de banco, estudou Direito, largou tudo e se tornou DJ no badalado Crepúsculo de Cubatão. O que era para ser uma estreia discreta como DJ, numa noite de terça-feira, acabou sendo a festa de encerramento do Hollywood Rock, com Lisa Stansfield, Annie Lennox e mais 7 mil pessoas na pista. Começou no susto, mas deu tão certo que foi contratado na hora. Em seguida, a convite de José Victor Oliva, foi a São Paulo para trabalhar durante dez dias no Resumo da Ópera, e acabou ficando por lá. "A minha vida é toda feita de oportunidades. Não adianta eu planejar nada. A minha vida são cavalos que eu tenho que subir em cima", reconhece. Das principais casas noturnas paulistanas partiu para fazer trilhas sonoras para desfiles do São Paulo Fashion Week marcando seus trabalhos com inovação e ousadias. Em 1999, Adriane Galisteu o convidou para ser o DJ de seu novo programa que iria estrear na Rede TV, o Superpop. Durante dois anos, viveu em uma montanha-russa com o sucesso e a popularidade da TV em que sua figura alegórica complementou seu trabalho. "Eu fiz sucesso sendo eu mesmo. Como DJ, eu penso no Ney Matogrosso, na Elke Maravilha, no Chacrinha, eu penso num palco. Eu criei o meu palco, até sofri bullying pelos outros DJs, mas daí, já era tarde." Teve ainda uma passagem memorável pelo Rebobina, programa de memórias musicais, do Canal Viva. @dj.zepedro
Classificar Zé Pedro Selistre apenas como DJ seria simplificar a personalidade de um artista múltiplo, criativo e extremamente atento ao movimento musical. Encarando as oportunidades de sua vida como uma sucessão natural, o esperto Zé Pedro mudou de Porto Alegre para o Rio de Janeiro, foi caixa de banco, estudou Direito, largou tudo e se tornou DJ no badalado Crepúsculo de Cubatão. O que era para ser uma estreia discreta como DJ, numa noite de terça-feira, acabou sendo a festa de encerramento do Hollywood Rock, com Lisa Stansfield, Annie Lennox e mais 7 mil pessoas na pista. Começou no susto, mas deu tão certo que foi contratado na hora. Em seguida, a convite de José Victor Oliva, foi a São Paulo para trabalhar durante dez dias no Resumo da Ópera, e acabou ficando por lá. "A minha vida é toda feita de oportunidades. Não adianta eu planejar nada. A minha vida são cavalos que eu tenho que subir em cima", reconhece. Das principais casas noturnas paulistanas partiu para fazer trilhas sonoras para desfiles do São Paulo Fashion Week marcando seus trabalhos com inovação e ousadias. Em 1999, Adriane Galisteu o convidou para ser o DJ de seu novo programa que iria estrear na Rede TV, o Superpop. Durante dois anos, viveu em uma montanha-russa com o sucesso e a popularidade da TV em que sua figura alegórica complementou seu trabalho. "Eu fiz sucesso sendo eu mesmo. Como DJ, eu penso no Ney Matogrosso, na Elke Maravilha, no Chacrinha, eu penso num palco. Eu criei o meu palco, até sofri bullying pelos outros DJs, mas daí, já era tarde." Teve ainda uma passagem memorável pelo Rebobina, programa de memórias musicais, do Canal Viva. @dj.zepedro

O animador da pandemia


ACERVO/DIVULGAÇÃO/JC
Inquieto e sem poder trabalhar como DJ, em 2020, no auge da pandemia de Covid-19, inventou o Karaokê da Véia, levantando o ânimo de amigos e fãs na Internet, botando todo mundo pra cantar em suas divertidas lives no Instagram. Cantores profissionais, atores, amigos, seguidores, todos começaram a participar e cantar seriamente, sem críticas e preconceitos. "Foram seis meses de sucesso em um momento de muita fragilidade. Foi lindo, formamos um grupo de amigos de todo o Brasil", confessa. "Se a gente não faz, ninguém vai fazer pela gente."
 

Videoaulas musicais

Aberto a todas as possibilidade e mídias, Zé acatou a sugestão de Zélia Duncan para dar aulas de música popular brasileira, pelo Zoom, que iniciou com Cazuza, Clara Nunes, Caetano, Elis Regina, Gal Costa, Beth Carvalho e a mais recente, Maria Bethânia, em que faz recortes de tempo e apresenta curiosidades e momentos musicais raros de seu rico acervo selecionado entre imagens de VHS, fitas de vídeo caseiro, pesquisas na Internet e muito mais. "A música brasileira é o meu chão, é onde eu me seguro. Não sou o Ruy Castro, eu misturo emoção com informação, mas tenho o meu jeito de contar. Como disse a Zélia, eu tenho propriedade para isso", diz às gargalhadas.

Uma gravadora para chamar de sua


ZÉ PEDRO/DIVULGAÇÃO/JC
A paixão pela música brasileira o levou em 2011 a abrir a gravadora Joia Moderna, e o primeiro CD lançado foi de Cida Moreira, A Dama Indigna; seguido do Tributo à Taiguara, ambos em parceria com o pesquisador Thiago Marques Luiz; de Zezé Motta, O Negro e a Melodia; e o de Silvia Maria, uma cantora que não gravava há 40 anos. "Abri uma gravadora porque eu não aguentava mais tanta cantora sem ter onde trabalhar." Naquele ano, lançou 15 discos, e hoje, dez anos depois, tem 63 títulos no catálogo do selo. De Alice Caymmi, Arthur Nogueira e Letrux à Fafá de Belém e remix de Adriana Calcanhotto, lançou tributos a Cazuza, Péricles Cavalcanti e outros sucessos. "O diferencial da Joia Moderna é que, após a tiragem limitada de mil cópias, o vínculo com o selo se desfaz e os direitos autorais voltam para os artistas renegociarem seu projeto com outras gravadoras ou lançar novas cópias de forma independente."

Zé Pedro por ele mesmo

  • "Eu não consigo me levar a sério. Faço as coisas do meu jeito"
  • "Cada um hoje está pensando em si. Ninguém está preocupado com o outro"
  • "Hoje a vida da gente está na nossa mão, isso é a dor e a delícia"
  • "Eu nunca tive a intenção de me misturar com essas pessoas - os artistas -, mas o meu conhecimento da obra delas me levou a essa aproximação inevitável, mas é uma angústia. Eu não consigo matar a criança tiete que tem dentro de mim. Nunca será normal"
  • "Eu não sou um cara de camarim. Eu tenho respeito pelos artistas, a criança tiete está na frente da minha admiração por eles, eu não gosto de intimidade, é um desconforto para mim"
  • "Alguns discos do selo se esgotavam em 48 horas. Com o digital mudou, não tem mais o disco físico, a relação ficou menos compromissada ainda. Toda essa minha intenção se chama Joia Moderna. Ela não existe para lucrar"