Reforma em marcha lenta

Não são poucos os fatores que conspiram para que a votação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados se prolongue muito além do que o governo previa inicialmente. Ontem, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, admitiu que a instalação da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) deve acontecer apenas depois do Carnaval. O colegiado é a porta de entrada da reforma e já deveria estar instalado, não fosse a acirrada disputa pela presidência entre integrantes do partido do próprio presidente Jair Bolsonaro, o PSL. Depois de passar pela CCJ e por uma segunda comissão, a proposta tem que ser aprovada em duas votações na Câmara, o que provavelmente não acontecerá antes do recesso de julho. No Senado, também serão necessárias duas votações. Ou seja, não há a menor possibilidade de que tudo se resolva no primeiro semestre como era desejo do governo. Pelo contrário, a definição está mais para o fim do ano do que para o meio.