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Mercado Digital

- Publicada em 01 de Dezembro de 2021 às 18:55

"Não viemos para Porto Alegre apenas para 2022", diz fundadora do South Summit

María destacou plano de longo prazo para parceira com o Rio Grande do Sul

María destacou plano de longo prazo para parceira com o Rio Grande do Sul


ANDRESSA PUFAL/JC
O South Summit é do Brasil. Do Rio Grande do Sul. De Porto Alegre. A tarde de ontem marcou a definição de onde e quando o evento ocorrerá: nos dias 29, 30 e 31 de março de 2022, no Cais Mauá. Muitos ambientes de inovação gaúcho estavam na expectativa para sediar o encontro – os últimos dias foram de visitas técnicas que embasaram essa definição que, enfim, chegou. Mas, difícil pensar que haja alguma frustração.
O South Summit é do Brasil. Do Rio Grande do Sul. De Porto Alegre. A tarde de ontem marcou a definição de onde e quando o evento ocorrerá: nos dias 29, 30 e 31 de março de 2022, no Cais Mauá. Muitos ambientes de inovação gaúcho estavam na expectativa para sediar o encontro – os últimos dias foram de visitas técnicas que embasaram essa definição que, enfim, chegou. Mas, difícil pensar que haja alguma frustração.
Desde que a ideia de receber uma das mais importantes conferências da Europa começou a ser gestada, a marca que o ecossistema gaúcho deixou para as lideranças do South Summit foi a da colaboração e união na direção de um propósito. Deu certo e, no próximo ano, teremos aqui todo potencial de conexão da iniciativa, criada em 2014 e sediada em Madrid, na Espanha.
O South Summit é reconhecido como uma plataforma global para inovação e conexões entre os principais participantes do ecossistema global, startups, corporações e investidores para gerar resultados e negócios. A iniciativa, criada pela Espanha Startup em 2014, está sediada em Madrid e estende sua rede de conexão para o resto do mundo. A edição do evento de 2020, realizada de forma digital, reuniu mais de 52 mil espectadores.
Nesta entrevista, a presidente e fundadora do South Summit, María Benjumea, fala sobre as expectativas para o encontro em solo brasileiro, sobre inovação e empreendedorismo. A conversa foi em um hotel de Porto Alegre, entre um compromisso e outro, e o entusiasmo e energia da empreendedora impressionou. Confira os melhores momentos desse bate papo.
Mercado Digital – Quando você pensa em março de 2022, qual o sentimento está mais presente?
María Benjumea – De que não viemos apenas para 2022. Viemos com uma aposta a longo prazo. Queremos construir, e isso não acontece de um dia para o outro. O importante é pensar em como trabalhar para que, a partir de Porto Alegre, conseguiremos reunir todo ecossistema internacional. Estamos emocionados, passeamos por toda cidade, conhecemos lugares maravilhoso. Me encanta como todos estão emocionados e querendo unir forças para, conjuntamente, construir esse ecossistema de referência internacional.
Mercado Digital – Como foi o desafio de liderar a criação do South Summit?
María – Sempre fui empreendedora. Sou mulher, tenho 67 anos, e me sinto como uma startup. Em 2011, a Espanha vivia uma crise terrível, que estava levando a uma depressão generalizada das pessoas, justamente por não sabermos o que ia acontecer. Eu acabava de vender minha última empresa, que desenvolvia soluções de carreiras profissionais, e tinha claro que queria participar desse mundo das startups e do empreendedorismo. Desde 2010 já percebíamos que a crise seria passageira e que teríamos uma grande transformação na direção da quarta revolução. Intuímos que as mudanças estruturais que viriam, seriam muito impactantes. Eu queria me dedicar a esse mundo da inovação, mas sempre próxima às startups porque essas empresas, pela sua própria realidade, têm capacidade de responder rapidamente a demanda constante por transformação das grandes companhias. Criamos o South Summit para ser uma grande plataforma de conexão de todos, dos atores tradicionais, com os empreendedores inovadores e a sociedade.
Mercado Digital – Como você enxerga esse movimento nesse período de retomada do período pandêmico?
María – A inovação e o empreendedorismo são os motores para o desenvolvimento econômico e para a retomada de períodos de crise. Quando iniciamos o South Summit, não existia essa cultura na Espanha, não acreditámos em nós e não havia essa cultura de investimento nas startups. De lá para cá, o cenário é outro. Se olharmos para as empresas que participaram das nossas competições desde lá – estamos falando de projetos vindos de mais de 125 países e que passam por uma seleção potente – a evolução é imensa. Dali saíram sete unicórnios e 95% delas continuam vivas e se desenvolvendo, levantando montantes consideráveis de aportes. O interesse é sempre nos conectarmos mutuamente e nos reinventarmos para responder os desafios do mercado e desenvolver negócios juntos.
Mercado Digital – Qual a grande contribuição do South Summit para o sucesso dessas startups que passam pela plataforma?
María – Somos uma grande família. Não somos um evento. É muito mais, é um grande movimento, uma plataforma de conexão de todos os atores. Mais de 25 mil já passaram pela nossa plataforma e a vinculação de algumas startups conosco é muito forte, especialmente das que se tornaram finalistas. Damos muita atenção e conectamos individualmente essas empresas com as grandes companhias e com investidores internacionais. Essa é a vinculação que queremos a partir do que vamos realizar aqui em Porto Alegre também.
Mercado Digital – Como você percebe o Brasil dentro do contexto global dos ambientes de inovação?
María –O Brasil é, sem dúvida, é o primeiro ecossistema de toda América e toda ibero américa, com grande diferencial em número de unicórnios e de desenvolvimento de todo esse novo contexto da inovação. Possui grandes centros de inovação, tanto os vinculados à iniciativa privada, como o Instituto Caldeira, como dos grandes parques tecnológicos vinculados. Aqui temos talentos de altíssima qualidade – e a inovação depende das pessoas. E quando olhamos mais atentamente para o Rio Grande do Sul, vimos nascer aqui o primeiro unicórnio brasileiro (Getnet). Também foi muito importante para a gente ver que é o Estado mais inovador do Brasil e capaz de conectar diferentes ecossistemas, como acontece com Madrid. O contexto da inovação pressupõe o compartilhamento, só assim poderemos tirar o máximo desse movimento.
Mercado Digital – Qual o novo contexto que a inovação nos traz?
María - A inovação está em toda a parte e tem a ver em como conectamos todo ecossistema da melhor maneira possível, para que os efeitos se multipliquem. Hoje em dia não existe mais aquele contexto da inovação fechada, dos segredos guardados, onde tudo é meu. Hoje é mais interessante seguirmos, juntos, criando algo do que termos essa visão de ter algo exclusivo. Precisamos de agilidade e de colaboração entre as grandes corporações, delas com as startups e também entre as próprias jovens empresas.
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