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Mercado Digital

- Publicada em 27 de Outubro de 2021 às 18:20

Quinze empresas entregam propostas para leilão do 5G

Como desejavam operadoras, processo não será arrecadatório, como foi nos EUA

Como desejavam operadoras, processo não será arrecadatório, como foi nos EUA


AdobeStock/Divulgação/JC
Quinze propostas de empresas interessadas em arrematar frequências no leilão do 5G que acontece em 4 de novembro estão na mesa da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Quinze propostas de empresas interessadas em arrematar frequências no leilão do 5G que acontece em 4 de novembro estão na mesa da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
A lista divulgada ontem mostra que haverá dois tipos de disputa no certame. De um lado, estarão as grandes operadoras, como Claro, Vivo e Tim, que farão lances pelas frequências 5G "puras", aquelas que permitirão velocidades elevadas – particularmente 3,5 GHz (Gigahertz).
De outro, estarão fundos de investimento, como o Pátria (Winity II Telecom), empresas e provedores regionais de internet, interessados especialmente nas frequências de 700 MHz, que permitem cobrir grandes áreas, mas com velocidades mais baixas de conexão.
Outra surpresa foi a participação do empresário Nelson Tanure. Ele está presente no capital da Sercomtel e do Consórcio 5G Sul, grupo de que faz parte a Copel, empresa de energia e telecomunicações. Ambas atuam no Paraná.
Ele foi um dos acionistas da Oi que tentou adquirir o controle da operadora em meio ao processo de recuperação judicial. A estratégia não funcionou. A empresa, que vendeu seu braço de telefonia celular para a Claro, Vivo e Tim, aguarda aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Anatel para concluir o negócio.
No processo de reestruturação da Oi, a empresa se transformou em uma companhia de infraestrutura de telecomunicações, fornecendo insumos (redes, cabos, dentre outros) para as demais operadoras.
Por esse motivo, havia expectativa de que a Oi fizesse lances para adquirir frequências de longo alcance (como 26 GHz). No entanto, a empresa não se apresentou.
O grupo de pequenos provedores associados na Iniciativa 5G (Mega Net Provedor de Internet e Comércio de Informática) também entregou propostas. Eles afirmam ter investidores capazes de investir mais de R$ 19 bilhões em redes de quinta geração. Ainda não se sabe quem são esses eles.
A Datora Telecomunicações, especializada em Internet das Coisas e comunicação entre máquinas (M2M), se habilitou para o leilão por meio da empresa VDF Tecnologia da Informação.
Os demais interessados que entregaram propostas foram Algar Telecom, Brasil Digital Telecomunicações, Cloud2U, On Telecom (Neko Serviços) e Fly Link.
Pelas regras do edital, as empresas tinham de entregar suas propostas nesta terça-feira e apresentar as garantias para os lances que farão no dia 4 de novembro.
Caberá à agência nos próximos dias avaliar as empresas, as garantias e as propostas apresentadas. Caso haja alguma pendência ou descumprimento de regras do edital, a empresa pode ser desqualificada.
No leilão, serão vendidas licenças nas faixas de 700 MHz (megahertz); 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz. As licenças custam R$ 45,7 bilhões e os compromissos atrelados a elas exigirão investimentos de cerca de R$ 37 bilhões. Na prática, a União deverá receber cerca de R$ 8,7 bilhões pelas outorgas. Ou seja: não será um leilão arrecadatório, como foi nos EUA.
Ao todo, foram dois adiamentos, o que levou à postergação da data do leilão por duas vezes. Em determinado momento, o presidente Jair Bolsonaro tentou impor restrições à participação da chinesa Huawei da construção de redes 5G no país.
Bolsonaro estava alinhado com o então presidente Donald Trump, dos EUA, país que, agora na gestão de Joe Biden, ainda trava uma disputa geopolítica com a China.
A ideia de Bolsonaro, influenciado pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, era impedir que os chineses vendessem equipamentos no país.
Segundo as teles, isso levaria à troca de todos os equipamentos de tecnologias anteriores (3G e 4G), o que custaria quase R$ 100 bilhões e atrasaria a implantação do 5G em pelo menos três anos.

As companhias interessadas no certame

Algar Telecom
Brasil Digital Telecomunicações
Brisanet Serviços de Telecomunicações
Claro
Cloud2U Indústria e Comércio de Equipamentos Eletrônicos
Consórcio 5G Sul
Fly Link
Mega Net Provedor de Internet e Comércio de Informática
Neko Serviços de Comunicações, Entretenimento e Educação
NK 108 Empreendimentos e Participações
Sercomtel Telecomunicações
Telefônica Brasil
TIM
VDF Tecnologia da Informação
Winity II Telecom