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Mercado Digital

- Publicada em 12 de Abril de 2021 às 15:35

Construir uma cidade inteligente exige mais que apenas tecnologia, diz Fernando Mattos

Gestor de Porto Alegre conta que diversas localidades do mundo estão sendo usadas como referência

Gestor de Porto Alegre conta que diversas localidades do mundo estão sendo usadas como referência


/DIVULGAÇÃO/JC
Porto Alegre está de olho em referências globais que levem a construção de uma cidade mais inteligente. Medellín, Barcelona, Estocolmo são algumas das localidades que estão sendo estudadas sob o ponto de vista social, urbanístico, tecnológico e de sustentabilidade para a construção de um modelo próprio de futuro para a capital gaúcha.
Porto Alegre está de olho em referências globais que levem a construção de uma cidade mais inteligente. Medellín, Barcelona, Estocolmo são algumas das localidades que estão sendo estudadas sob o ponto de vista social, urbanístico, tecnológico e de sustentabilidade para a construção de um modelo próprio de futuro para a capital gaúcha.
Esse é um dos projetos sobre os quais Fernando Mattos, líder da área de Inovação da Prefeitura de Porto Alegre, está debruçado. E embora este trabalho ainda esteja sendo desenvolvido, já existem algumas certezas. Uma delas é que uma smart city vai muito além da tecnologia.
“Uma cidade inteligente é aquela que aposta nas tecnologias sociais, gerenciais e digitais. Digitalizar apenas não basta. Enquanto houver pobreza e miséria, sempre vai faltar inteligência. Precisamos ter uma estratégia de construir o futuro para sobrevivermos em uma sociedade onde o conhecimento é a principal fonte de geração de prosperidade”, defende.
Para o gestor, o desafio cada vez maior é o de atrair talentos e, para isso, é preciso oferecer bons parques, escolas de qualidade e um ambiente mais civilizado. Com isso, consequentemente, as regiões passarão a reunir também empresas com modelos de negócios mais atrativos e capazes de embutir mais conhecimento nos seus produtos e serviços.
“Quando se fala na economia de uma cidade inteligente, não estamos falando de fábricas com chaminé e indústrias que poluem. Esse tipo de operação não consegue manter um bom nível de atração de talentos, de pessoas com níveis maiores de informação e conhecimento”, diz Mattos.
Até o ano passado, ele era o secretário adjunto de Inovação, Ciência e Tecnologia do Estado do Rio Grande do Sul. Desde que assumiu a inovação da capital gaúcha, desenhou um trabalho focado em quatro grandes áreas. Uma delas é a transformação digital, com demandas como as que envolvem a oferta cada vez maior de serviços públicos digitalizados e internet de alta velocidade para escolas, por exemplo. O segundo pilar é envolve a identificação de segmentos econômicos estruturados no município de Porto Alegre que podem dar respostas mais rápidas às demandas do município.
Um deles, que ainda precisa ser aprimorado, é o hub da saúde. Neste sentido, a visão é a de que é preciso criar um processo para apresentar Porto Alegre como um grande centro de produção de serviços muito qualificados nesta área. Outro ponto a ser trabalhado é o cluster de logística, a partir de iniciativas de empresas como a Fraport. “Eles fazem parte de um sistema capaz de fazer da logística da capital algo muito poderoso na transformação da economia”, comenta o gestor.
Um terceiro eixo do trabalho da área de inovação da Prefeitura é o dos projetos de grande impacto. O desafio aí é pensar um uso mais inteligente de grandes áreas disponíveis hoje na cidade. São espaços que pertencem a empresas, universidades e investidores, por exemplo, e que não tem interesse de, neste momento, investir nelas. “Queremos identificar as áreas com possibilidade de gerar impacto positivo na cidade e desenhar uma articulação com investidores para a criação de projetos diferenciados”, destaca.
Por fim, mas não menos importante, está o projeto para 2040. É algo menos tangível, mas considerado estratégico. A percepção é de que, definitivamente, será preciso pensar em uma identidade para a capital. Se a visão é a da sustentabilidade, por exemplo, teremos quem tomar decisões neste sentido, como avaliar a entrada de carros com motor à combustão no centro da cidade e cuidar de saneamento básico, algo fundamental para saúde pública. Se a ideia é ser uma cidade tecnológica, outras ações terão que ser incentivas nesta direção.
Para definir isso, a área de Inovação da Prefeitura de Porto Alegre vai criar verticais, como de sustentabilidade, desenvolvimento econômico e cidade inteligente, por exemplo, e formar grupos que trabalharão separadamente. A fase final do processo prevê a integração destes eixos em uma visão sistêmica e global de futuro.
“Começamos a desenhar isso agora para entregar no aniversário de 250 anos da cidade, ano que vem”, projeta Mattos.
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