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Mercado Digital

- Publicada em 26 de Fevereiro de 2021 às 15:59

Projeto simula ataques para criar respostas em tempo real

Nas indústrias, hackers podem danificar equipamentos responsáveis pelo processo fabril

Nas indústrias, hackers podem danificar equipamentos responsáveis pelo processo fabril


AdobeStock/Divulgação/JC
A chegada da tecnologia 5G ao Brasil nos próximos anos – o leilão das licenças está previsto para 2021 – terá um forte impacto em diversos setores econômicos. Vem aí uma onda na direção das tecnologias exponenciais, como Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial, entre outras.
A chegada da tecnologia 5G ao Brasil nos próximos anos – o leilão das licenças está previsto para 2021 – terá um forte impacto em diversos setores econômicos. Vem aí uma onda na direção das tecnologias exponenciais, como Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial, entre outras.
Mas, a adoção de sistemas cada vez mais automatizados, que dependem da internet, também transformará as corporações em alvos ainda mais atrativos para ataques cibernéticos. Para tentar minimizar esses riscos, um projeto liderado pelo professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da São Paulo Campus Catanduva e membro do Instituto dos Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE), Márcio Andrey Teixeira, vai simular um ciberataque a indústrias estratégicas, como petroquímicas, usinas nucleares e produtoras de álcool.
“Desenvolvemos uma pequena planta com equipamentos usados pela indústria para fazer os testes. Neste ambiente controlado, começamos a realizar diversos tipos de ataques que podem ocorrer via internet”, conta. O pesquisador começou a estudar essa solução durante o pós-doutorado em Segurança Cibernética nos Estados Unidos, na Universidade de Washington, em Saint Louis, Missouri.
Eles construíram um sistema baseado em algoritmos de Inteligência Artificial (AI), que passa a entender as características do tráfego da rede a partir dos ataques executados, considerados como tráfego irregular e também regular da rede industrial, para agir para coibir o ataque.
Com os dados observados durante o processo, os pesquisadores irão treinar algoritmos para detectar, em tempo real, a ação de hackers, dando uma resposta imediata ao ataque. Posteriormente, o projeto será desenvolvido para casas inteligentes, hospitais e escritórios.
Teixeira explica que, diferente da rede de uma doméstica, nas indústrias, geralmente os equipamentos internos utilizados para controle e monitoramento de um processo industrial geram um tráfego de dados determinístico. Ou seja, cada ação acontece com equipamentos específicos e em horários determinados. “Ensinamos o sistema a aprender o que é um ataque em uma rede industrial por meio de sistemas de detecção de intrusos baseados em machine learning e deep learning”, conta o pesquisador.
O objetivo é proteger o sistema de controle industrial, um conjunto de hardwares e softwares que comandam o processo produtivo. Isso tornará possível, por exemplo, prever ataques que ainda não ocorreram, os chamados Dia Zero.
Na avaliação do membro do IEEE, os danos causados pelos hackers dependem da infraestrutura atacada. Em usinas e petroquímicas, é possível, por exemplo, danificar os equipamentos responsáveis pelo processo de fabricação. "Numa usina de produção de álcool, o hacker pode enganar o operador e provocar o estouro de uma caldeira", alerta. Além de danos físicos, a ação pode resultar em ferimentos graves nos funcionários e perdas de vidas humanas.
Como a tecnologia 5G deve popularizar as casas inteligentes, os pesquisadores pretendem criar uma versão do projeto para esse tipo de construção, que usa sistemas avançados de automação para controlar Smart TVs, aparelhos eletrodomésticos, câmeras, alarmes, portas e janelas. "Vamos fazer um estudo baseado em inteligência artificial para aprender os padrões do tráfico de informações nesses imóveis", esclarece.
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