Um debate de alto nível sobre Inteligência Artificial (IA), realizado no final de 2020, colocou lado a lado nomes como Daniel Kahneman, Prêmio Nobel de Economia e autor do livro Thinking, Fast and Slow, e grandes pesquisadores da IBM, Google e de universidades como Stanford, Princeton e Berkeley para debater IA sob a perspectiva ética. Há mais de 20 anos pesquisando Inteligência Artificial, o secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Luís Lamb, foi o brasileiro convidado.
Considerado “O debate da próxima década”, o evento durou quatro horas e foi promovido pela Montreal.AI, instituição referência nesta tecnologia. “Estamos trabalhando há muitos anos para identificar os principais componentes que possam apoiar a construção de uma Inteligência Artificial confiável e explicável, que possibilite que as pessoas se sintam seguras no seu uso”, explica Lamb, relatando o trabalho que tem feito com pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e colaboradores como Artur Garcéz, de Londres, e especialistas da Itália e Estados Unidos.
Ele explica que, hoje em dia, quando usamos algoritmos que lidam com aprendizado de máquina, muitas vezes não é possível explicar de forma transparente como ele atingiu determinado resultado. Mas, para confiar em uma tecnologia, é fundamental encontrar essas respostas. “A nossa pesquisa abre essa caixa preta para dar explicações e aumentar a confiabilidade dos resultados da IA. Isso tem despertado muito interesse na comunidade internacional”, destaca.