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- Publicada em 06 de Março de 2019 às 14:43

Scale-ups respondem por 67% dos novos postos de trabalho no Brasil

Fowler comenta que as empresas que mais crescem são intensivas em conhecimento

Fowler comenta que as empresas que mais crescem são intensivas em conhecimento


INSPER/DIVULGAÇÃO/JC
Mesmo com um cenário econômico desfavorável, mais de 16 mil empresas brasileiras cresceram mais de 20% ao ano, por três anos consecutivos, gerando empregos e movimentando a economia nacional.
Mesmo com um cenário econômico desfavorável, mais de 16 mil empresas brasileiras cresceram mais de 20% ao ano, por três anos consecutivos, gerando empregos e movimentando a economia nacional.
Apesar de representarem apenas 0,7% do total de companhias no Brasil, as chamadas Empresas de Alto Crescimento (EACs) persistente ou scale-ups já respondem por 67% de geração de novos postos de trabalho. O Rio Grande do Sul representa 6,83% do total EAC's do Brasil. É o quinto estado mais importante do País neste quesito. Os dados fazem parte de um estudo realizado pela Cátedra Insper-Endeavor em parceria com a Neoway, player de Big Data Analytics.
Cerca de 31% das EACs faturam de R$ 3,6 milhões a R$ 7,2 milhões e 41% tem de 50 a 249 funcionários. Elas estão divididas pelos setores de serviço (44%), comércio (25%), indústria (19%), construção civil (9%) e agropecuário (2%). “Se tivéssemos mais scale-ups no Brasil, a nossa economia estaria muito mais movimentada. São elas que geram mais empregos, e não as corporações tradicionais”, analisa o Head de Aceleração da Endeavor, Luis Felipe Franco.
As 16.142 EACs identificadas no Brasil foram divididas em três grupos: crescimento alto, elevado e extremamente alto. O primeiro e maior deles envolve 10.121 companhias, que cresceram em média 106% entre 2013 e 2016. O segundo reúne 4.927 com taxa de incremento de 210%. Por fim, há o de maior crescimento em porcentagem (930%), que é representado por outras 1.094 companhias.
Do total das empresas de alto crescimento persistente, 1.057 delas estão no Rio Grande do Sul e registraram crescimento médio de 180% ao ano. No grupo das EACs gaúchas que cresce menos (mas mesmo assim cresce muito), estão 719 empresas com operação no Estado, que cresceram 105%. No segundo grupo, 288 empresas (média 212%). Das 1.094 empresas com super crescimento do Brasil, 50 delas estão no Rio Grande do Sul, com 1078% - média superior a do Brasil, que é de 930%.
Além dos números, a pesquisa permitiu alguns insights importantes, Um deles é destacado pelo professor Associado do Insper e um dos autores da pesquisa, Guilherme Fowler. Mais do que serem intensivas em tecnologia, essas operações são fortes na área do conhecimento.
“As regiões com pessoas com mais alto índice de educação e maiores investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) é onde se tem maior probabilidade de encontrar empresas de mais alto crescimento”, avalia. “Onde tem muita concorrência local, essa probabilidade se reduz, o que também é bom para a economia, pois significa que há um maior equilíbrio de crescimento”, acrescenta.
Fowler comenta que o Brasil ainda tem um conjunto de empresas de alto crescimento persistente relativamente baixo quando comparamos com outros países. “As condições do nosso ambiente de negócios cria algumas dificuldades para as operações conseguirem crescer de forma sustentável’, admite.
Para realizar o estudo, o ponto de partida foi reunir as organizações ativas entre 2010 e 2012, para identificar o grupo inicial de EACs. Dentro desse universo, foram analisados os resultados conquistados pelas empresas até 2016 e selecionadas aquelas que apresentaram crescimento contínuo no período. “Aplicando todos esses critérios, foi possível identificar 16.142 EACs persistentes, distribuídas pelas cinco regiões do Brasil", explica o Chief Technology Officer (CTO) da Neoway, Lucas de Paula.

Grandes corporações intensificam parcerias com scale-ups

O maior nível de maturidade e o crescimento das scale-ups tem feito com que as grandes corporações intensifiquem os movimentos de aproximação com essas empresas que estão disruptando os seus mercados. Passado algum tempo do início deste movimento, a percepção é que os dois lados estão conseguindo encontrar o equilíbrio desta relação, aponta o Head de Aceleração da Endeavor, Luis Felipe Franco.
“As grandes corporações enxergam o engajamento com esses empreendedores com algo relevante para os seus processos de inovação interno. Inovar só dentro de casa, apenas com recursos internos, não é suficiente para essas operações conseguirem se manter inovadoras e estratégicas no longo prazo”, analisa Franco. Já as scale-ups percebem essa aproximação como uma forma de acessarem recursos, mercados e ter exposição de marca maior. “Essa relação pode gerar frutos para ambos os lados, mas se não for feito de forma estruturada, com clareza do propósito, pode gerar ruídos”, alerta.