Um banco que possui um serviço de internet banking e um app pelo qual os correntistas podem fazer algumas transações, mas que ainda exige que eles se desloquem até a agência para abrir uma conta ou buscar o cartão, é digital?
Para Eduardo Glitz, sócio da Startse e de cinco fintechs, a resposta é simples: não. "Isso é muito pouco. As instituições financeiras tradicionais precisam passar por uma mudança completa de mindset e começar a colocar tecnologia em todos os seus processos", aponta. Muitas das perspectivas vigentes até então, devem mudar com o tempo. No passado, por exemplo, o principal ativo de uma instituição financeira era ter várias agências; hoje esse é o principal passivo.
"Isso gera um custo enorme e faz com que os bancos tenham que cobrar altas taxas, enquanto as fintechs que estão aí oferecem tudo pelo app. O caminho do futuro é pensar no banco como uma operação digital, mas com pontos físicos de apoio", sugere.
O ano de 2018 foi importante para essa mudança de visão, que deve se acelerar em 2019. Os gestores das instituições financeiras tradicionais estão se aproximando dos ambientes de inovação para entender como precisam se posicionar para participar deste mundo, como fazer uma aquisição de startup e até como atrair pessoas com perfil empreendedor para as suas operações.
"As grandes instituições não podem mais ignorar e nem competir com esse novo mundo; esse é um jogo para se trabalhar junto", analisa Glitz.