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- Publicada em 06 de Novembro de 2018 às 22:10

Igualdade de gênero e fake news em debate

Gillian (esq.) e Vera falaram sobre iniciativas adotadas nas empresas

Gillian (esq.) e Vera falaram sobre iniciativas adotadas nas empresas


/PATRICIA KNEBEL/ESPECIAL/JC
Nem tudo é sobre tecnologia no Web Summit 2018. Na agenda de ontem da conferência, um dos mais importantes encontros de inovação e empreendedorismo do mundo, que acontece em Lisboa essa semana, os destaques foram os debates sobre a igualdade de gênero, privacidade dos dados, campanhas eleitorais transparentes e fake news.
Nem tudo é sobre tecnologia no Web Summit 2018. Na agenda de ontem da conferência, um dos mais importantes encontros de inovação e empreendedorismo do mundo, que acontece em Lisboa essa semana, os destaques foram os debates sobre a igualdade de gênero, privacidade dos dados, campanhas eleitorais transparentes e fake news.
Afinal, como empresas e governos devem agir para criar um ambiente de trabalho pautado pela igualdade? Para a CEO do Booking.com, Gillian Tans, é preciso um conjunto de fatores para a sociedade avançar neste tema. "Precisamos ter políticas públicas, educação e iniciativas das empresas nesta direção. E, claro, precisamos nos ajudar umas as outras", disse.
O Booking.com é uma das maiores empresas de e-commerce de viagens do mundo - todos os dias, mais de 1,5 milhão de diárias são reservadas na plataforma - e tem se posicionado de uma maneira bem proativa sobre esse tema. Além de ser uma das poucas corporações de tecnologia com uma líder mulher, já tem boa parte dos seus 17 mil funcionários formada por representantes do sexo feminino. Além disso, Gillian apoia iniciativas para incentivar o crescimento do número de mulheres a atuar na área de Tecnologia da Informação (TI). "É encorajador e inspirador ver as mulheres na tecnologia fazendo coisas incríveis todos os dias. As novas gerações têm a oportunidade de fazer muito melhor e criar companhias com mais igualdade de gênero", aposta a executiva.
Um estudo realizado pelo Booking.com mostra que quatro a cada cinco mulheres que atuam na área de tech globalmente querem ficar na área pelos próximos cinco a 10 anos. Esse compromisso de permanecer compartilhado por mulheres em diferentes fases de suas carreiras, ou seja, profissionais em início de carreira com um a cinco anos de experiência (80%), com mais de 10 anos de experiência (83%) e reentrantes para a tecnologia - que retornaram à indústria depois de fazer uma pausa na carreira. "As mulheres querem atuar nesta área, mas os players do setor precisam fazer a sua parte e criar um bom ambiente para isso. É preciso ter uma cultura aberta e rever seus processos de promoção", sugere.
A comissária para Justiça, Consumidores e Igualdade de Gênero da Comissão Europeia, Vera Jourova, acredita que, em alguns casos, é preciso que a legislação avance para que a igualdade de gênero seja uma realidade. "Somos forte o suficiente para avançar no mercado de trabalho, mas precisamos de políticas justas de competição", destaca.
A Web Summit também está tentando fazer a sua parte e se comprometeu a tentar ajudar a mudar a proporção entre os sexos na área de tecnologia - setor ocupado em sua maioria por homens. Este ano, a empresa liberou 10 mil ingressos especiais disponíveis para participantes do sexo feminino, com 90% de desconto. Deu resultado. Esse é, sem dúvida, um dos eventos de tecnologia em que a presença feminina é mais claramente percebida.

Educação, e não regulação, é resposta para combater a propagação de notícias falsas

As fake news têm afetado a vida das pessoas e direcionado decisões importantes, como eleições em diversos países. Mas, a regulação não é a melhor decisão a ser tomada para conter esse problema global, afirma a primeira ministra da Sérvia, Ana Brnabic. "Não acho que o excesso de regulações vai resolver as coisas para a população, sem falar que não é bom para a democracia. Temos que investir em educação e ensinar para as crianças como pensar e não o que pensar", defende. Já a executiva do Mozilla, Mitchell Baker, comentou que esse não é um tema novo, e que a tecnologia não é a culpada.
Faltando 200 dias para as eleições europeias, a Comissária Europeia para a Justiça, Consumidores e Igualdade de Gênero, Vera Jourová, fez um apelo durante o Web Summit, especialmente as empresas de tecnologia, para ajudar a garantir eleições justas e transparentes.
"Não podemos ser ingênuos: as próximas eleições não serão 'business as usual'. Períodos de eleição são particularmente propensos à desinformação e manipulação por interesses privados ou estrangeiros", destacou.
Ela defendeu transparência sobre quem faz campanha e que a informação sobre quem pagou por um anúncio deve estar disponível. "Peço às empresas de tecnologia, incluindo plataformas de mídia social, que fortaleçam sua resposta às ameaças à nossa democracia ", disse.