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Coluna

- Publicada em 09 de Abril de 2021 às 03:00

Relações de gênero, trabalho e sexualidade

Terráqueos (Estação Liberdade, 288 páginas, R$ 59,00, tradução do japonês de Rita Kohl) é o segundo romance da escritora japonesa best-seller Sayaka Murata, que publicou o livro de estreia Querida Kombini, que já vendeu mais de 1 milhão de exemplares em todo o mundo.
Terráqueos (Estação Liberdade, 288 páginas, R$ 59,00, tradução do japonês de Rita Kohl) é o segundo romance da escritora japonesa best-seller Sayaka Murata, que publicou o livro de estreia Querida Kombini, que já vendeu mais de 1 milhão de exemplares em todo o mundo.
A protagonista e narradora de Terráqueos é Natsuki, que poderia passar por uma criança comum, com devaneios e crença em dons mágicos, seres extraterrestres e bruxas. O estranho namoro com o primo Yuu, que tem "poderes mágicos" e o amigo de pelúcia Piyut são as únicas coisas que mantêm Natsuki viva, segundo suas próprias palavras.
Sayaka nasceu em 1979 em Inzai, próximo a Tóquio. Fã de mangás e ficção científica, escreve desde a infância. Seu primeiro romance recebeu o prêmio Akutagawa em 2016. Antes, ela recebera os prêmios Gunzo e Noma, para novos escritores, e o prêmio Yukio Mishima em 2013. Ela trata de temas que mostram inconformidade com relações de gênero, trabalho e na sexualidade. Ela por vezes incorpora aspectos distópicos de horror, como o casal que quer conceber um filho sem sexo, do conto publicado na prestigiada revista Granta Volume 13.
No romance Terráqueos, a protagonista sente-se uma pré-adolescente desajustada e vê o mundo e a sociedade como uma grande fábrica de gente, que para ela se assemelha ao "quarto dos bichos-de-seda" da casa de férias de seus avós, no qual se produziam os "bebês de bicho-de-seda", tal qual os bebês humanos na fábrica. Para Natsuki, ou você se adapta à fábrica, vira peça da engrenagem, ou então é excluído.
Na vida adulta, a "adaptação" é mais complicada, e aí o comportamento de Natsuki vai a extremos, a partir do retorno à casa de férias e o reencontro com o primo namorado, tudo junto com o marido Tomoya. Não conto o surpreendente final, claro. Não posso dar spoiler e estragar o grande prazer de meus sete queridos e fiéis leitores.

Dez lições parao pós-pandemia

Depois de mais de um ano com o problemão da pandemia do coronavírus, especialmente no Brasil, começamos a enxergar algumas melhoras, vacinações e a vislumbrar esperanças para a melhora da saúde, para a recuperação da economia e tudo mais. Governos investem fortunas com forças armadas, estádios de futebol e outros gastos. Só os Estados Unidos investem US$ 750 bilhões anuais no Departamento de Defesa.
A pandemia mostrou o despreparo das nações na defesa contra o maldito vírus, que causou o maior estrago político, econômico e social desde a Segunda Guerra Mundial.
Dez lições para o mundo pós-pandemia (Editora Intrínseca, 288 páginas, R$ 49,90 e 34,90 E-book), do celebrado jornalista e escritor Fareed Zakaria, apresentador do principal programa de assuntos internacionais da CNN (Fareed Zakaria GPS), vem em boa hora para analisar os impactos contundentes da Covid-19 e lançar algumas considerações sobre o que já ocorreu, o que está rolando e o que pode acontecer no futuro.
Fareed é colunista do The Washington Post e autor best-seller de O mundo pós-americano e The Future of Freedom. Em janeiro de 2017, quase três anos antes da pandemia, Zakaria previu em seu programa na CNN que os Estados Unidos estavam despreparados para uma ameaça relacionada a patógenos mortais, que breve chegaria ultrapassando as fronteiras nacionais. Fareed já entrevistou Obama, Macron, Wen Jiabao, Putin e Netanyahu.
"A biossegurança e as pandemias globais ultrapassam todas as fronteiras nacionais. Patógenos, vírus e doenças são assassinos que atacam todos, sem distinção. Quando a crise chegar, desejaremos ter mais financiamento e mais cooperação global. Mas então será tarde demais", palavras de Fareed em 2017.
As 10 lições de Zakaria, após examinar erros e acertos de muitos países e as várias consequências da pandemia: Apertem os cintos, comprem air bags e façam seguro para os carros; O que importa não é quanto, mas como o governo intervém; O mundo aprendeu com os Estados Unidos, agora eles precisam aprender com o mundo; Mercados não são suficientes; É preciso investir em ciência e tecnologia e pensar em reciclagem e educação; As pessoas deveriam ouvir os especialistas e os especialistas deveriam ouvir as pessoas e é vital um relacionamento melhor entre todos; A vida é digital, mas as máquinas e a tecnologia devem nos mostrar o que temos de humanamente mais importante; Aristóteles estava certo: somos animais sociais, necessitamos de interação e por natureza dependemos uns dos outros; A desigualdade vai aumentar e devemos refletir e agir sobre o "reino dos sãos" e o reino dos enfermos. A globalização não morreu, mas se não tivermos cuidados, poderemos matá-la. O mundo está se tornando bipolar, com Estados Unidos e China. Às vezes os grandes realistas são os idealistas. O idealismo subjacente ao liberalismo é simples e prático. Se as pessoas cooperarem, obterão melhores resultados e soluções mais duradouras.
 

a propósito...

Depois de analisar o que ocorreu com o mundo, depois dos impactos do coronavírus e de atentar para a pandemia de 1918-1920 e para as crises mundiais de 1920, 1930 e os problemas que vieram após a Segunda Guerra Mundial, o autor pensa que agora temos maior margem de manobra e temos chance de implementar mudanças que tornem o mundo melhor. Questões de desigualdade econômica, ricos ambientais e mazelas de nacionalismos e fanatismos estão aí para serem enfrentadas, de novo, pela população mundial. A horrenda pandemia abriu a possibilidade de mudanças e reformas. Nada está escrito ou definido. Cabe a nós todos abraçar a oportunidade ou desperdiçá-la. Em 1958 as superpotências decidiram lutar contra a varíola, junto com a OMS. Em 1980, a varíola estava oficialmente erradicada. É bom lembrar esse fato, inspirador. (Jaime Cimenti)
 

lançamentos

  • Gestão de Risco da Terceirização - Atualizada de Acordo com a Nova Legislação Trabalhista (LTr, 3ª Edição, 234 páginas, R$ 95,00), organizado pelo consagrado consultor e advogado Adriano Dutra da Silveira, traz textos dele e de especialistas sobre a questão crucial da terceirização e como praticá-la com segurança jurídica.
  • O essencial de Milton Friedman (Avis Rara - Faro Editorial, 112 páginas, R$ 29,90) mostra pensamentos essenciais de um dos mais influentes economistas de todos os tempos. Ele revolucionou o que pensamos sobre consumo, dinheiro, política de estabilização e desemprego e propôs novas formas de interpretar dados.
  • Desejo de Terra (Patuá Editora, 152 páginas, R$ 32.00) de Luís Perdiz, poeta, compositor, editor e coordenador da revista eletrônica Poesia Primata, apresenta poemas sobre ecologia, xamanismo e encontro amoroso. "A teus pés/sou bumerangue/arrepio, penugem. / Lobo-guará no mel da intuição" são alguns versos da obra, que tem muitas referências a outros poetas.