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Coluna

- Publicada em 05 de Março de 2021 às 03:00

Ensaios de J.H. Dacanal

Jornalista e professor desde 1965, o consagrado J.H. Dacanal segue pesquisando, estudando, polemizando e publicando livros, artigos e ensaios. Há poucos dias, lançou O que é narrar? E outros ensaios (BesouroBox, 120 páginas, R$ 37,00), que reúne quatro ensaios clássicos do mestre.
Jornalista e professor desde 1965, o consagrado J.H. Dacanal segue pesquisando, estudando, polemizando e publicando livros, artigos e ensaios. Há poucos dias, lançou O que é narrar? E outros ensaios (BesouroBox, 120 páginas, R$ 37,00), que reúne quatro ensaios clássicos do mestre.
J.H. Dacanal já escreveu centenas de artigos e ensaios e publicou em torno de 30 livros, entre os quais destacam-se os clássicos: A nova classe no poder; Para ler o Ocidente e Marx enganou Jesus e Lula enganou os dois. Sem medo de enfrentar temas, polêmicas, partidos ou pessoas e, com base em seus amplos conhecimentos de história, literatura e cultura ocidental, Dacanal segue como um dos grandes e libertários intelectuais da atualidade. Ele nos mostra que artistas, pensadores e escritores trabalham mais e melhor com liberdade, sem amarras ou grilhões ideológicos, partidários ou outros que lhes imponham limitações.
O primeiro ensaio do volume analisa sob o ângulo antropológico e psicológico, a natureza do ato de narrar, mostrando na conclusão a função e política. O segundo ensaio aborda questão inédita de Grande Sertão Veredas, a função de ouvinte, o doutor, a eloquência do silêncio.
O artista, a arte e o poder é o terceiro ensaio da obra, falando de artistas do passado, que captavam ondas coletivas e dos atuais, que desvelam mais seus mundos interiores. O autor fala de intelectuais orgânicos e rebeldes e de como alguns podem ser as duas coisas ao mesmo tempo.
No ensaio final do volume, Dacanal discorre sobre os gêneros literários. A partir, principalmente do clássico A poética de Aristóteles e outras reflexões, mostra que a lírica não pertence ao espaço público; ela, apenas e paradoxalmente, torna público o espaço privado de um indivíduo.
A partir da leitura dos textos, que apresentam gostosa linguagem coloquial e clareza de raciocínio, os leitores vão constatar tranquilamente o que o professor Dacanal escreveu em sua nota prévia: é fácil escrever difícil. Difícil é escrever fácil. É por aí mesmo.

#Fora Pandemia!!!

Eu e mais as torcidas de quase todos os times estamos com muito medo de acabar testando positivo para o novo coronavírus. Mais medo ainda temos de ter que encarar um hospital, um respirador ou uma terrível intubação. Tem umas torcidas que não têm medo do vírus e andam por aí, se aglomerando, se abraçando e brincando com o vírus como se a coisa fosse um desses esportes radicais tipo assim suicidas. Pois é, tem uns que parecem que estão com mais pressa de ir lá para o andar de cima (ou de baixo) e não se importam para o contágio nos outros e também não se importam com os profissionais da saúde e com nossos precários hospitais.
Rezo para que tenham mais consciência e amor à vida. Claro que cada um sabe de si e tem o direito de decidir pela sua existência, mas não é justo envolver a família, os amigos e os terceiros com atitudes mortíferas, dores e gastos desnecessários. Tento ficar sereno pensando que a maioria das pessoas está querendo viver e não se incomoda de ficar lavando as mãos, usando álcool em gel, cumprindo isolamento social, seguindo os protocolos e colaborando com o coletivo.
Claro que não é fácil para as pessoas ficarem em casa, suportando altas doses de telefonemas, overdose de programas de TV, filmes, séries e encarando comida requentada ou daquelas congeladas que literalmente derretem na boca. Elas devem pensar que muitos estão obrigados a sair para trabalhar, especialmente as pessoas da área de saúde e não devem se queixar tanto. Deus pode castigar.
Até há pouco tempo eu acordava pela manhã e achava que estava com falta de ar e com presença de Covid. Comprei um oxímetro, mas agora quase não o utilizo. Agora me preocupo com outros sintomas. Tomo vitamina C, D, polivitamínico, ivermectina, tomo sol, me movimento e estou tentando cuidar da alimentação e do sono.
Para me acalmar um pouco, procuro não assistir muito esses noticiários funérios e nem tentar entender tantas opiniões científicas, terraplanistas e tantas outras. Andei lendo dez notícias boas sobre o novo coronavírus, que repasso com muito prazer e para convencer a mim mesmo: existem mais artigos sobre SARS-CoV2 e Covid-19 do que sobre malária. O pessoal está estudando um monte. Duzentas novas vacinas estão a caminho. As vacinas mRNA são as mais seguras. Em Israel milhões foram vacinados e as vacinas se provaram eficazes.
A confiança nas vacinas aumentou. Novos tratamentos para casos mais graves estão surgindo. O vírus está sendo acompanhado em tempo real. Em termos globais a pandemia está diminuindo. Mesmo com possível quarta onda e novas variantes do vírus, acredita-se que a pandemia diminuirá.
Essas são algumas notícias boas, em meio a tanto noticiário catastrófico e tantas intenções boas ou ruins, em tantos meios de comunicação. Não está fácil filtrar o mar de informações. A imprensa, que deveria ser o melhor gate-keeper, o melhor porteiro-fiscal para as mentiras e maldades, muitas vezes se comporta mal e fica alarmando as pessoas e tomando posições altamente duvidosas em termos políticos, sociais, econômicos e culturais.

a propósito...

Então é isso, meus queridos sete leitores e sofridos colegas da escolinha desta pandemia, que parece que não vai nos dar férias tão cedo. É um privilégio estar com vocês, pensem nisso enquanto eu lhes digo até a próxima semana e obrigado pela paciência e atenção dos queridos com este "especialista em generalidades" e "biógrafo do cotidiano". Sei lá, vamos procurar viver o possível, não falar tanto só em vacina, vírus, morte e problemas governamentais. É inevitável que a gente fale, desabafe, chore, xingue, normal, mas acho que podemos fazer um esforço para dar uma melhoradinha nessa situação pesada. As vacinas estão chegando. Há quem diga que a hora mais escura é aquela que antecede o momento do sol nascer. Há quem diga que o sol sempre vai nascer, mesmo que não possa viver perto da lua. (Jaime Cimenti)
 

lançamentos

  • Coletânea Literatura - Sentimentos & Razões - Volume 4 (Editora Alternativa, 226 páginas, R$ 35,00), organizada por Adélia Einsfeldt e Milton José Pantaleão Junior, traz centenas de contos, poemas e crônicas, dos organizadores, de Lourdes Sprenger e Antonio Soares, entre outros. São muitas vozes, de muitas partes do Brasil.
  • Não abrir os olhos (Ardotempo, 96 páginas, R$ 40,00), de Alfredo Aquino, editor, artista plástico e escritor, é um romance sobre a trajetória do autor como vítima do novo coronavírus, supostamente contraído num evento social ocorrido em agosto passado, no qual compareceram várias pessoas. Aquino fala dos difíceis dias no hospital e do que anda por aí sobre o tema.
  • Atando as pontas da vida (Ateliê Editorial, 272 páginas, R$ 51,00), do professor Ariovaldo Vidal, da USP, autor de Roteiro para um narrador e Leniza & Elis, traz ensaios sobre prosa de ficção, especialmente a feita no Brasil a partir de 1930, momento crucial da modernidade. Na segunda parte da obra, o autor fala de Kafka e, na terceira, traz textos memorialísticos.