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Coluna

- Publicada em 26 de Fevereiro de 2021 às 03:00

Três mulheres desafiando destinos

A Trança (Editora Intrínseca, 208 páginas, R$ 49,90 e e-book 34,90, tradução de Dorothée de Bruchard), romance de estreia da francesa Laetitia Colombani, escritora, cineasta, roteirista e atriz, autora de Les Victorieuses, que repetiu o sucesso internacional do livro de estreia, é fenômeno de vendas na França, já foi publicado em mais de 30 países e está sendo adaptado para o cinema. Na França, o volume já vendeu mais de 1,4 milhão de cópias.
A Trança (Editora Intrínseca, 208 páginas, R$ 49,90 e e-book 34,90, tradução de Dorothée de Bruchard), romance de estreia da francesa Laetitia Colombani, escritora, cineasta, roteirista e atriz, autora de Les Victorieuses, que repetiu o sucesso internacional do livro de estreia, é fenômeno de vendas na França, já foi publicado em mais de 30 países e está sendo adaptado para o cinema. Na França, o volume já vendeu mais de 1,4 milhão de cópias.
O romance narra a história de três mulheres que desafiam seus destinos. Smita, Giulia e Sarah vivem em continentes diferentes, com culturas distintas, mas com a mesma sede de liberdade. São três trajetórias conectadas pela coragem, pela esperança e por questões muito íntimas que são reveladas ao longo da trama.
Elas não aceitam os destinos que lhes foi reservado e lutam contra. Smita vive na Índia, é uma dalit, vive em condições miseráveis, trabalha recolhendo excrementos de casas familiares e sonha em ver a filha estudar e ter uma vida diferente da dela. Ela decide fugir com a filha.
Na Itália, Giulia, siciliana, trabalhava com o pai numa oficina de perucas da família. O pai se acidenta, fica em coma e ela se vê obrigada a assumir o negócio, que está arruinado.
A canadense Sarah é uma advogada renomada, a típica workaholic e gosta de ser vista como uma supermulher. Sabe que será promovida a chefe do escritório, mas descobre que está gravemente enferma e aí precisa reavaliar seus planos.
Sem saber que estão conectadas, as trajetórias das três se entrelaçam nessa história que envolve revolução, crença, amizade, esperança e solidariedade, contada com linguagem clara, cativante e rica em detalhes.
Num momento em que em quase todos os cantos do mundo se discute sobre diferenças sociais, condição feminina, educação e mobilidade social, esta obra, em edição de luxo com capa dura, é mais do que oportuna e seu sucesso de crítica e de público evidentemente não é obra do acaso e, sim, dos méritos de forma e conteúdo da narrativa.

O amor é lindo

Nas redes sociais uma das coisas mais simpáticas para se fazer é acompanhar histórias de amor. Todo tipo de história. Não só as de ricos e famosos, mas de parentes, amigos, conhecidos e até de desconhecidos. Melhor acompanhar trajetórias de relacionamentos do que ficar todo o tempo em volta com notícias catastróficas sobre Covid, vacina, guerras, etc, e polarizações político-partidárias, futebolísticas e outras.
De uns meses para cá, um amigo dos anos 1970, que hoje está com 77 anos, anda postando nas redes sociais fotos e filmes com seu novo amor, uma bonita e curvilínea jovem senhora de cabelos claros, que deve ter uns 35 anos. Há muitos anos não tinha notícias dele. Não tenho certeza se ele estava divorciado ou viúvo e não me lembro se esta é sua terceira ou quarta mulher. Esses detalhes não importam muito. Ele está morando em Copacabana, no Rio de Janeiro.
Meu amigo sempre foi sorridente, alegre, dinâmico, já deve ser avô ou até bisavô, mas agora, observando bem, acho que seus sorrisos nos olhos e na boca estão com uma luminosidade diferente. Ele está com uma calvície brilhosa, usa barbinha prateada rala, tem barriguinha light e olheiras de ressaca, mas não ressaca de noites compartilhadas com filho recém-nascido.
Pensando bem, ele está com uma expressão de serenidade beatífica tipo assim budista, parece ter atingido o nirvana espiritual e corporal, mas curte costelas, salsichões, salada de batata de maionese, polenta frita, vinho, cerveja, uísque e outras bebidas e iguarias altamente ocidentais sem qualquer resquício de culpa.
Alguns amigos em comum, talvez com umas pontas de inveja, acham que a moça é interesseira, que está de olho na boutique dele. Outros acham normal a relação intergeracional, que ele está feliz, que o amor é lindo e que isso é que importa. Um até disse, sem muita originalidade, que foi amor à primeira Visa e que na Fronteira o povo sempre disse: homem velho e mulher nova, ou dá guampa ou dá cova. Vai ver todos têm razão e, para dizer a verdade, acho que é cedo para conclusões, já que, pelo visto, a temperatura está tórrida no ninho de amor dos dois.
Esses dias ele postou uma foto montado numa reluzente bike de R$ 8 mil, usando uma impactante máscara de extra-terrestre e uma fantasia esverdeada cobrindo o corpo todo, imagem acompanhada de suspiros em off, da namorada. Espero que ele siga feliz, que viva intensamente o presente, que tudo dê certo e que pense que o futuro a Deus pertence. Vou acompanhando as fotos, como se fossem sucessivas edições da Caras e aguardo a "marcha dos acontecimentos", como gosta de dizer o Heraldo Pereira.
Semana passada li a autobiografia de Woody Allen, que tem 85 anos e está com Soon-Yi, de 50 anos, há 23 anos, e que, pelo visto, pretende comemorar seu centenário ao lado dela. O futuro a Deus pertence.
 

a propósito...

É isso. Vou acompanhar com carinho a história do meu amigo, procurando não ser preconceituoso, desejando-lhe o melhor e agradecendo por ele estar dividindo felicidade na rede, onde muitas vezes as pessoas estão brigando 24 horas por dia, dividindo ódio, rancor e violência. Prometo dar notícias dos pombinhos aos meus queridos sete leitores. No fim do jogo da vida, melhor que o amor seja o vencedor. Se não for, que pelo menos ganhe durante uma parte do jogo, de preferência sem precisar contar com o auxílio do juiz, como aconteceu recentemente no Rio de Janeiro, onde mora o meu romântico amigo dos anos 1970. Mas esse é outro papo, que fica para nosso próximo evento. Viva o amor! (Jaime Cimenti)
 

lançamentos

  • Noturnos do amor e da morte (Editora Insular, 120 páginas, R$ 30,00), do consagrado escritor e jornalista pelotense Lourenço Cazarré, autor de mais de 40 livros, com ilustrações de Voldinei Burkert Lucas, traz contos narrados por marcante personagem de mesa de bar, que fala, principalmente, de amor e de morte.
  • O homem a caminho está - Leituras Joycianas (Editora Movimento, 142 páginas, R$ 35,00), do consagrado Luiz Olyntho Telles da Silva, psicólogo, psicanalista, escritor, tradutor e professor, traz textos profundos e criativos que mostram que a vida de cada um só acontece porque nela estão concentradas as vidas de toda a humanidade.
  • Sombras de agosto (Editora BesouroBox, 200 páginas, R$ 30,00), romance policial de Leandro Haach, graduado em Letras e em Administração, inicia com o delegado de polícia Leonardo Werther embarcando no metrô em São Leopoldo e levando os leitores aos meandros de um crime ocorrido no Centro de Porto Alegre - o terceiro de um serial killer.