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livros

- Publicada em 15 de Janeiro de 2021 às 03:00

Quarenta e quatro grandes falam em meio à pandemia

Quarenta e quatro em quarentena (Intrínseca, 624 páginas, R$ 79,90), de Miguel Pinto Guimarães, arquiteto, urbanista, cronista e articulista do jornal O Globo e das revistas Casa Vogue e Bamboo, traz conversas do autor com grandes nomes da política, da economia e das artes sobre temas atuais durante o período da pandemia.
Quarenta e quatro em quarentena (Intrínseca, 624 páginas, R$ 79,90), de Miguel Pinto Guimarães, arquiteto, urbanista, cronista e articulista do jornal O Globo e das revistas Casa Vogue e Bamboo, traz conversas do autor com grandes nomes da política, da economia e das artes sobre temas atuais durante o período da pandemia.
Durante o ano de 2020 marcado por mudanças nas rotinas do mundo, Miguel Pinto Guimarães, famoso pelo talento agregador, resolveu entrar no embalo das lives e manter contato com celebridades do porte de Fernando Gabeira, Gilberto Gil, Marina Silva, Armínio Fraga, Drauzio Varella, Nelson Motta, Antonio Prata, Gregorio Duvivier, Pedri Malan, Marcelo Adnet, Guga Chacra, Eduardo Paes, Teresa Cristina, Fernando Henrique Cardoso, André Lara Resende, Pedro Bial, Regina Casé e Alê Yussef.
O livro reúne reflexões sobre o tão falado novo normal e os desafios de se manter produtivo em tempos turbulentos, bem como fala sobre a conjuntura política do País, as alternativas sustentáveis para a economia, a trajetória dos movimentos negros e a situação dos povos indígenas. História do samba, papel do humor no cotidiano, significado do envelhecimento e o impacto da pandemia na nossa percepção do que é ser humano também ganham destaque.
Alguns depoimentos são mais profundos e analíticos, outros têm tom mais leve e bem-humorado, mas todos estão envoltos por uma agradável informalidade. Aliás, Guimarães deixou sempre os convidados à vontade para falarem de temas não diretamente ligados às suas áreas de atuação, o que deu um colorido especial para o livro, que é desses bons de ser debatidos com parentes e amigos, com ou sem aglomeração.
Quando entrevistou o ex-ministro Pedro Malan, por exemplo, questionou se a pandemia poderia fazer surgir um capitalismo "mais humano", e, no papo com o economista Gustavo Franco, ouviu dele comentários sobre Shakespeare, por quem é apaixonado. Enfim, a obra é um interessante mosaico sobre temas da atualidade, permitindo pensar e agir sobre medos, expectativas e o que vem por aí, depois das vacinas.

o maior jornalista do Brasil por josé luiz prévidi

Quem foi, realmente, Alfredo Octávio? Quem foi o homem que se autointitulou o maior jornalista do Brasil? Quantas vozes teve ele? Quantas vidas viveu em 77 anos de existência e viagens para quase 200 países? Com quantas celebridades ele conviveu? Não há fotos do misterioso repórter que é considerado o único jornalista brasileiro de porte e fama mundiais.
O já lendário em vida jornalista e escritor multipremiado José Luiz Prévidi nunca tinha pensando em escrever a biografia de alguma personalidade. Como ele é fascinado por Alfredo Octávio (AO) desde a década de 1980 e andou relendo O brasileiro que ganhou o Prêmio Nobel, de José Antônio Pinheiro Machado, o Anonymus Gourmet, Prévidi resolveu visitar AO e, a custo, conseguiu o depoimento final, o testamento pessoal e jornalístico do cara que entrevistou desde Ieda Vargas, em 1963, até Daniel Cohn-Bendit; Dany, le Rouge, da imortal Paris de 1968; passando por encontros com Roberto Carlos, Pelé e outras dezenas de celebridades.
Prévidi nasceu em 1954, se formou em Jornalismo na PUC, escreveu 15 livros, trabalhou no Diário de Notícias, Rádio Farroupilha, Correio do Povo, Zero Hora, Press e foi assessor de imprensa na Assembleia Legislativa do RS, entre outros cargos relevantes. Há 17 anos edita o Blog do Prévidi. Pensando bem, Prévidi nasceu para escrever a biografia de AO e a missão foi cumprida, com a publicação de Alfredo Octávio - O maior jornalista do Brasil (Editora Escuna, 98 páginas, R$ 25,00).
Em meio a fatos reais e ficções não menos reais, os 40 lépidos capítulos da obra mostram AO, celebridade internacional, convivendo com cachaça e Mario Quintana na Rua da Praia, sua amizade com Che Guevara, o encontro com a eterna Catherine Deneuve, a vida em Burundi e, acima de tudo, seu tórrido relacionamento com a escultural estagiária Kristinna.
Kristinna Drumond, a musa de AO, o deixou para ficar com o arquiinimigo David M.R. Junior, o celebrado fotógrafo, mas a vingança inimaginável e violentíssima aconteceu, com David sendo ferido muitas vezes de forma intestinal, como poderão saborear os leitores, nas páginas finais desta obra.
Muitas histórias de AO, que nasceu rico e gostava de comemorar os aniversários em Paris, ficaram por ser contadas. Quem sabe num próximo livro de Prévidi sobre ele. Dos seus tempos de "subversivo", resta a Fundação Alfredo Octávio de Cultura e Arte, com sede em São Paulo, e a sunga de crochê, verde musgo, que ganhou de Fernando. AO usava a sunga em um encontro com Prévidi, no solário da mansão da mãe de AO, em Porto Alegre.
A vida pessoal e profissional de Alfredo Octávio e a de Prévidi se confundem com as trajetórias de pessoas e acontecimentos da história das últimas décadas e se relacionam de modo mais do que umbilical, digamos assim. Antigamente se dizia que jornalista não era e não deveria ser notícia, paradigma que passou a ser quebrado, ruidosamente às vezes, por AO, que protagonizava as cenas.
 

a propósito...

Memória é onde as coisas acontecem muitas vezes, de modo inventado ou não. Em Alfredo Octávio estão as reminiscências do jornalista gigante, fatos e personalidades das histórias brasileira e internacional, que caminham ao lado das lembranças de Prévidi, que estava ali, vivendo frequentemente no olho do furacão. O livro é uma homenagem à ficção, ao jornalismo bom e ético de antigamente e, claro, uma ode ao novo jornalismo, que bebeu e bebe em todas as manhas das técnicas literárias. Alfredo Octávio se foi pouco depois da morte de sua mãezinha e levou para o túmulo um mundo e um jeito de ser repórter que não existem mais. Um bom biógrafo coloca um defunto novamente a andar entre nós. Então AO vive. Vai ver por muito tempo. Até que o Prévidi e os milhares de fãs lembrem dele. (Jaime Cimenti)
 

lançamentos

  • Religião e outras insanidades (Editora Oficina Raquel, 92 páginas, R$ 32,00, e-book R$ 31,50), de Miguel Pincerno, gerente de marketing do Google, apresenta nove contos sobre o mesmo eixo temático. Ele fala como as religiões e estruturas de poder provocam comportamentos disfuncionais em nossas relações.
  • Retorno de Chernobyl - Diário de um homem irado (É Realizações, 200 páginas, R$ 54,90), de Jean-Pierre Dupuy, engenheiro e filósofo de grande intelectual da atualidade, cientista convertido à filosofia, descobre o que está por trás desse pavoroso nome familiar.
  • Princípios do estrategista - O bom investidor e o caminho para a riqueza (Intrínseca, 170 páginas, R$ 59,90), de Felipe Miranda e Ricardo Mioto, com apresentações de André Esteves e Gilson Finkelsztain mostra, com consistência, dados e gráficos e como funciona o mercado financeiro e traz dicas para investir.