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coluna

- Publicada em 25 de Setembro de 2020 às 03:00

A ciência da felicidade

Quase todos nós buscamos a felicidade e nessa busca muitas vezes nos equivocamos. No meio de tanta pandemia, crises econômicas, políticas, éticas e tudo mais, muitos se perguntam se é possível ser feliz. Os sete princípios da felicidade (Faro Editorial, 160 páginas, R$ 24,90), de Luiz Gaziri, pensador, palestrante, consultor e professor de pós-graduação na FAE, ISAE, FGV e PUC-PR, foi elaborado após 15 anos de leituras, pesquisas e entrevistas com grandes cientistas e pensadores.
Quase todos nós buscamos a felicidade e nessa busca muitas vezes nos equivocamos. No meio de tanta pandemia, crises econômicas, políticas, éticas e tudo mais, muitos se perguntam se é possível ser feliz. Os sete princípios da felicidade (Faro Editorial, 160 páginas, R$ 24,90), de Luiz Gaziri, pensador, palestrante, consultor e professor de pós-graduação na FAE, ISAE, FGV e PUC-PR, foi elaborado após 15 anos de leituras, pesquisas e entrevistas com grandes cientistas e pensadores.
O diferencial da obra é tratar, justamente, do grande tema felicidade com base em orientações científicas e não com apoio em livros de autoajuda ou em lições dos gurus que andam por aí.
Gaziri apresenta as maiores pesquisas científicas sobre a felicidade humana realizadas no mundo, depois de percorrer pessoalmente os mais renomados centros acadêmicos do planeta. Ele desconstrói a ideia de que o dinheiro é o melhor motivador ou de que o pensamento positivo pode nos ajudar a ser felizes.
O autor apresenta uma série de comportamentos que alteram não apenas nossas emoções e atitudes, mas nossa frequência cerebral e nossos hormônios, o que desencadeia o sentimento de completude, de realização, a tal felicidade.
O consagrado pensador e professor Leandro Karnal, no prefácio, escreveu: "O livro que você tem em mãos possibilita avançar muitas casas no tema da felicidade e fornece uma generosa escada para olhar o horizonte com mais clareza".
Os sete princípios da obra, baseados cem por cento em comprovações científicas, são: compre felicidade; agradeça para não querer mais; reconheça em vez de buscar reconhecimento; ajude sem esperar nada em troca; cultive os seus relacionamentos; aumente as suas emoções positivas e pense positivo e negativo.
Nas páginas finais, antes das dezenas de úteis referências bibliográficas, o autor conclui que é preciso esforço e dedicação para ser feliz, que não devemos desistir da procura, que felicidade não se busca, se constrói, e que a ciência, para ser efetiva, precisa ser aplicada.

Máquina de fazer doido setentona

O saudoso e talentoso escritor e cronista Sérgio Porto, que usava o pseudônimo Stanislaw Ponte Preta, escreveu em 1968 que a TV era a máquina de fazer doido. Como se sabe, ela faz também adeptos a religiões, consumidores vorazes, eleitores desavisados, fanáticos de todo gênero, mas também produz e alimenta ardorosos e emocionados fãs de música, cinema, esportes, causas solidárias e cultura em geral. Anos depois de Stanislaw chamar a TV de máquina de fazer doido, Accioly Neto compôs uma canção utilizando a frase de Sérgio como título.
Em 18 de setembro de 1950, Chateaubriand, o imperador dos Diários Associados, colocou a TV Tupi no ar, a pioneira. Não havia aparelhos de TV no Brasil e consta que Chateau providenciou no contrabando 220 unidades, sendo que uma foi dada ao presidente Dutra. As outras foram espalhadas em pontos públicos da cidade de São Paulo.
Hoje o Brasil tem cerca de 100 milhões de aparelhos televisores, aproximados 225 milhões de celulares e 212 milhões de habitantes. Os jovens andam mais ligados em celulares, internet, canais fechados de TV, streaming e nas redes sociais, mas a TV aberta resiste e vai surfando nas ondas do humor, política, esporte, religião, informação, entretenimento e o que mais lhe proporcione faturamento. Sérgio Porto, autor do antológico Samba do crioulo doido, dizia que a melhor coisa da TV era o botão de desligar e, hoje em dia, milhões fazem isso, especialmente quando entram na telinha certos noticiários deletérios, com intenções suspeitas e informações e dados não muito confiáveis. O povo não é bobo.
É bom ler o jornal impresso nas entrelinhas e assistir a TV pensando no jogo do contrário, observando o que não é dito ou mostrado ou entendendo que o verdadeiro é o oposto do que estão garganteando perante as câmeras. O veículo não é muito "neutro" e o "meio é a mensagem", como ensinou o filósofo Marshal McLuhan, que disse que no futuro cada pessoa seria seu próprio editor. Hoje cada um é seu próprio produtor, apresentador, editor, roteirista, crítico e tudo mais, nessa geleia líquida e pós-moderna em que estamos mergulhados.
Lá pelos anos 1960/1970, a TV já era bastante criticada por alguns grupos sociais, especialmente os estudantes e intelectuais jovens, que acusavam a telinha de alienada, burra, governista e tal. Na primeira década, a TV, que chegou de supetão, foi pura aventura, feita nas coxas, era rádio com imagens ou o rádio com tela. Nos anos 1960, o humor chegou firme e, em 1969, a Globo implantou o plim-plim e o famoso "Padrão Globo de Qualidade". Na décadad de 1980, o mercado ferveu com a chegada de Sílvio Santos, o homem do baú. Nosso saudoso e simpático jornalista Carlos Nobre dizia que camelô não podia trabalhar na rua, só na TV...
Entre novelas, coberturas de esportes, grandes programas de auditório e, aos poucos, desenvolvendo programas culturais requintados, a TV ingressou com força no cotidiano dos brasileiros, que muitas vezes compravam o aparelho de TV antes de comprar outros eletrodomésticos ou providenciar moradias mais confortáveis.

a propósito...

Tipo assim septuagenária esperta, reciclada, sarada e plastificada, a TV brasileira segue seu sinuoso caminho, apresentando por vezes conteúdos e linguagens novos, mas nem tanto, que, como dizia Chacrinha, na TV nada se cria, tudo se copia. A TV parece uma dessas velhas profissionais experientes, cancheiras, cheia de jogo de cintura, que joga em qualquer posição. Em meio aos problemas da pandemia, aos cortes de verbas governamentais e no entrevo das polarizações brasileiras, a TV vai se "reinventando", apresentando filmes, séries, lives e o que for possível para continuar a seduzir os cidadãos, que estão estonteados na frente de tantas telas, palavras, sons e imagens e à beira da intoxicação digital. Feliz níver, setentona! Fica bem! (Jaime Cimenti)

lançamentos

  • Histórias de Vida - Refugiados do Nazifascismo e Sobreviventes da Shoah - Brasil - 1933-2017 (Maayanot, 326 páginas), organizado por Maria Luiza Tucci Carneiro e Racher Mizrahi, é o volume 5 da Série Vozes do Holocausto e traz depoimentos de refugiados e sobreviventes alemães, italianos, iugoslavos, poloneses e romenos.
  • 99 Quase Contos (HorrorVacuo, 208 páginas), de Roger Monteiro, designer gráfico, artista plástico e roteirista, traz minicontos. "É um texto que nos humaniza, nos dá coragem de abrir as janelas sem fechar a alma. E a dor, a verdade, o vício expostos sem disfarces provocam a compaixão e o espanto", diz Neusa da Silva Matte na apresentação.
  • Coisas que Descobri na Quarentena (Camino, e-book, 80 páginas), terceira obra da porto-alegrense Ana Cecília Romeu, apresenta 28 aforismos que dialogam entre si, falando de questões existenciais, filosóficas e de comportamento, escritas com humor e linguagem direta.