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Livros

- Publicada em 24 de Julho de 2020 às 03:00

Ideologia e desigualdade por Thomas Piketty

Piketty agita o universo dos economistas e atrai críticas de liberais e outros estudiosos

Piketty agita o universo dos economistas e atrai críticas de liberais e outros estudiosos


INTRINSECA/DIVULGAÇÃO/JC
Capital e ideologia (Intrínseca, 1.056 páginas, R$ 99,90 impresso e R$ 69,90 e-book, tradução de Dorothée de Bruchard e Maria de Fátima Oliva do Coutto) é o novo livro do celebrado professor e economista Thomas Piketty, autor do best-seller internacional O capital no Século XXI, que vendeu mais de 2,5 milhões de exemplares, com tradução para mais de 40 línguas. O livro mereceu o título de Livro do Ano do Financial Times.
Capital e ideologia (Intrínseca, 1.056 páginas, R$ 99,90 impresso e R$ 69,90 e-book, tradução de Dorothée de Bruchard e Maria de Fátima Oliva do Coutto) é o novo livro do celebrado professor e economista Thomas Piketty, autor do best-seller internacional O capital no Século XXI, que vendeu mais de 2,5 milhões de exemplares, com tradução para mais de 40 línguas. O livro mereceu o título de Livro do Ano do Financial Times.
Com suas propostas heterodoxas e polêmicas para diminuir a desigualdade de renda entre ricos e pobres, Piketty agita o universo dos economistas e atrai críticas de liberais e outros estudiosos.
Nesta nova obra, a partir de uma extensa pesquisa de dados coletados no Ocidente e também em nações pouco analisadas como a Tunísia, a Rússia, o Líbano e a China e igualmente o Brasil, o autor faz um grande apanhado que remonta às sociedades pré-Revolução Francesa e chega aos dias de hoje, para mostrar como a economia não é produto da natureza: como construção histórica, é passível de ser mudada e até revolucionada.
No tocante ao Brasil, o autor dedica longas páginas e discorre sobre questões cruciais, como o peso do nosso modelo de colonização e de abolição da escravidão na desigualdade entre brancos e negros que vemos hoje. Ele fala da questão educacional, de redistribuição de renda e da necessidade de uma reforma política e tributária.
O livro pode ser lido como continuação de O capital no Século XXI, ou como obra independente, e, certamente, causará debates e polêmicas nas discussões políticas, econômicas e sociais contemporâneas, por seus amplos dados e reflexões e pelas críticas contundentes e propostas arrojadas de Piketty.
A crise nas democracias contemporâneas está bem apresentada no livro, que pretende auxiliar na busca de um sistema econômico mais justo e contribuir para a busca de novos rumos, especialmente depois da pandemia e dos efeitos gigantes e catastróficos que ela trouxe.

Dr. Emílio Rothfuchs Neto, 8.5

Quantas vidas pode uma pessoa viver? O Dr. Emílio Rothfuchs Neto, advogado militante, professor de direito da Ufrgs e Procurador do Estado aposentado, já viveu muitas vidas e vai viver outras tantas. Completou 85 anos sábado passado, 18 de julho, junto dos seis filhos, 11 netos e 15 bisnetos e da inseparável esposa e fiel escudeira Dona Marília, com quem está casado há 61 anos.
Dr. Emílio é uma das grandes referências em advocacia trabalhista no Brasil e faz parte da Academia Brasileira de Direito do Trabalho desde 1997. Entre os anos 1960-1970, publicou diversos artigos no Jornal do Comércio sobre questões de Direito do Trabalho e colaborou com outros jornais de grande circulação e com o Suplemento Ltr sobre a temática trabalhista.
Ele participou da elaboração de muitos livros sobre Direito do Trabalho, inclusive em um volume em homenagem ao lendário professor baiano José Martins Catharino e realizou inúmeras conferências no Brasil e no exterior, inclusive na Organização Internacional do Trabalho. Dr. Emílio recebeu a Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho, no grau de Comendador, outorgada pelo Tribunal Superior do Trabalho.
Tive o prazer de ser aluno do professor Emílio na Faculdade de Direito da Ufrgs, onde o mestre ingressou como aluno em 1954 e lecionou até final dos anos 1990. Entre 1979-1980, colaborei com o professor no departamento jurídico da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, num momento em que a entidade enfrentava sua maior crise e quase fechou as portas.
O professor generosamente me abriu os caminhos da Justiça do Trabalho e, tempos depois, após alguns anos de advocacia trabalhista, fiz o primeiro concurso nacional para o Ministério Público do Trabalho, onde permaneci por 30 anos, sempre lembrando as lições de Direito e de vida do Dr. Emílio.
O Dr. Emílio nasceu em Porto Alegre e, desde os sete anos, toca piano, com um breve intervalo de 20 anos. Hoje é o líder do conjunto Os Raposas, do qual participam dois netos, Emilio e Rafael. O conjunto se apresenta no charmoso e prestigiado Café Fon Fon, com repertório que vai do MPB ao jazz, passando pela bossa nova.
As caminhadas diárias do professor no Parcão, ali pelas seis da manhã, estão suspensas por conta dos efeitos da pandemia, mas só temporariamente, claro. Dr. Emílio é um forte e nem os sete metros diários de cigarros (três maços por dia) durante 31 anos, o derrubaram. E agora não vai ser o coronavírus que o impedirá de chegar aos 100 anos, lépido e faceiro, para alegria da família e dos amigos do Moinhos de Vento, do Country Club, do balneário de Atlântida e de outros sítios, inclusive os eletrônicos, onde ele marca intensa presença.
É muito bom poder registrar as muitas vidas e vivências do professor, que sempre procurou cultivar o bom humor, a família, os amigos e a música e que segue firme rumo à próxima primavera que se aproxima.

A propósito...

Homenageando o professor e registrando sua vida plena, multimídia e inspiradora, não posso deixar de lembrar de meu saudoso pai, Alberto Cimenti, imigrante italiano, que foi cedo, aos 67 anos, em 1987, mas segue aí do meu lado. Dizia ele: o dia tem 24 horas, oito para descansar, oito para trabalhar e oito para se divertir. Equilíbrio perfeito para combinar as atividades familiares, sociais e o trabalho. Tipo assim o Dr. Emílio Rothfuchs Neto, que tantas décadas viveu e outras tantas vai seguir trilhando, com disciplina, criatividade e vontade de ver nascer o sol de cada dia. Campai, longa e feliz vida ao Mestre e muito obrigado pelos ensinamentos de ontem, hoje e amanhã. (Jaime Cimenti)

Lançamentos

  • A menina que morava no sino (Physalis Editora, 136 páginas), do consagrado médico, psiquiatra infantil e escritor Celso Gutfreind, é sua primeira novela infantojuvenil e trata de adoção e surdez, a partir de experiências profissionais do autor e vivências de infância. Ilustrações de Flávio Vargas.
  • Ressentimento (Boitempo, 208 páginas, R$ 53,00) é a segunda edição da obra da jornalista e psicanalista Maria Rita Kehl, com posfácio inédito e novo projeto gráfico. O ressentimento é tratado pela visão da clínica psicanalítica, da filosofia de Nietzsche e Espinosa, da produção literária e do campo político.
  • Entrevistas - Contos de Fadas (Editora Moderna, 88 páginas R$ 50,00), da escritora Carolina Moreyra, com ilustrações de Odilon Moraes, traz 12 entrevistas com famosos personagens de contos de fadas, como os Três Porquinhos e o Lobo Mau, para que se esclareçam equívocos que foram passados de geração em geração. Um narrador onisciente se encarregou das entrevistas.