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- Publicada em 12 de Junho de 2020 às 03:00

Nova chance de redescoberta e reinvenção

Uma dor tão doce (Intrínseca, 384 páginas, tradução de Carolina Selvatici) é o romance mais recente do consagrado escritor inglês David Nicholls, nascido em 1966. A narrativa gira em torno do protagonista Charles Lewis, que passava, quando jovem, os dias quentes de verão andando de bicicleta pela cidade. Sem nada para fazer, ele também lia . Ele não sabia que aqueles dias tediosos e vazios teriam um fim .
Uma dor tão doce (Intrínseca, 384 páginas, tradução de Carolina Selvatici) é o romance mais recente do consagrado escritor inglês David Nicholls, nascido em 1966. A narrativa gira em torno do protagonista Charles Lewis, que passava, quando jovem, os dias quentes de verão andando de bicicleta pela cidade. Sem nada para fazer, ele também lia . Ele não sabia que aqueles dias tediosos e vazios teriam um fim .
David Nicholls é autor consagrado dos sucessos Um Dia, Nós, O substituto e Resposta Certa, todos editados no Brasil pela Intrínseca, é formado em literatura e teatro inglês, atuou em espetáculos teatrais e como editor de roteiros para a televisão e o cinema.
Uma dor tão doce tem como narrador o protagonista Charles Lewis, que, às vésperas de seu casamento, rememora, com uma mistura sutil de humor e melancolia, um antigo verão que moldou o homem que veio a se tornar. Naquele verão inesquecível o jovem lidava com a separação dos pais , dificuldades do pai com a bebida e com a loja de discos falida e com o progressivo distanciamento dos amigos.
Charlie culpava a mãe por tê-lo deixado aos cuidados do pai, que estava mais preocupado somente em beber, comer e dormir. Naquele verão envolveu-se em uma tocante história de amor. A história surgiu com a chegada de um grupo teatral na cidade, que estava encenando Romeu e Julieta. Inicialmente o jovem pensou em furir da situação, mas não foi assim. Naquelas semanas que marcaram a vida do adolescente, rodeado por textos do século XVI, figurinos,novas amizades e uma miscelânea de sentimentos inéditos , o jovem vai se dar conta de quanto pode durar um amor de verão.
Fran Fisher, a garota que interpreta Julieta, é bonita, confiante e metida a artista e vai oportunizar a Charles uma chance de se redescobrir e reinventar. Ela vai levar Charles a conseguir deixar de ser devorado pelas confusões familiares e a passar pelos ritos de passagem que o tornarão um adulto.
Aos 36 anos de idade, Charles narra dois tempos de sua vida e oportuniza aos leitores a refletir sobre amadurecimento, dificuldades escolares, amizades e outros temas que são caros a todas as pessoas. Certamente muitos leitores se identificarão com o protagonista e seus passos.

O amor nos tempos de pandemia

Nestes tempos de pandemia, teremos certamente um Dia dos Namorados bem diferente do habitual. Imagino que o número de namoros a distância vai aumentar muito. Relações pela internert já vinham ocorrendo por causa dessas questões do mundo moderno que a gente conhece, como medo, timidez, doenças, dificuldades, pessoas que moram em cidades ou países diferentes e tal.
Consta que no Japão é enorme a quantidade de pessoas que prefere relacionar-se on-line e que, bem antes do isolamento social, já preferia ter contatos a distância, na segurança de seus pequenos apartamentos. Contato humano é sempre bom, de qualquer forma, de preferência contato amigável, mas penso que nada substitui a convivência presencial das pessoas, nas casas, nas ruas, nas praças, nos bares, cafés e restaurantes. Mesmo com dois ou três metros de cordão de isolamento, ainda assim o contato ao vivo é sempre mais interessante.
Neste Dia dos Namorados, imagino que os pombinhos vão ter que escolher alguns protocolos, vão ter que fazer algumas escolhas, se proteger e amar seguindo algumas regras. Mas o importante é que o Valentine's Day aconteça da melhor forma possível e que brilhem sempre os versos da canção imortal: "The world will always welcome lovers/ As times goes by". É isso, enquanto houver mundo e alguns seres humanos, vai haver amor e Dia dos Namorados.
Hoje, nesses dias pandemiosos, muitos não querem ou não conseguem dormir de noite e, pela manhã, se pudessem, muitos nem levantariam da cama. O amor e o namoro podem e devem ser bons motivos para sair das cobertas e sentir que o dia não tem apenas problemas sanitários, políticos, econômicos, sociais, raciais, éticos e outros tantos que nos dão vontade de morar numa ilha deserta.
O amor por si próprio, pelos outros, pela sociedade, pelos animais, por plantas, flores, pela arte, pela ciência, cultura, trabalho e por divindades, entre outros, é o que mais importa na vida e naquelas horas de domingo à noite. O amor tem que vencer no final. De preferência que vença também no início e no meio, se possível. Dificuldades, inimigos e problemas devem servir para fortalecer os amores, bem como acontece nas boas e eternas histórias de amor.
Há quem diga que o amor próprio é o único amor eterno, junto com o inesgotável e invencível amor de mãe. Especialmente de mãe judia ou italiana. Pode ser, mas quem se acha e se ama muito sempre pode aproveitar o eu-me-amo-não-posso-viver-sem-mim para amar os outros. Quem não se ama não ama o próximo, isso se sabe.
Nesse pandemioso Dia dos Namorados, cada um siga as regras ou quebre as quebráveis e lembre que ano que vem tudo estará no seu lugar, graças a Deus. Amor é maratona, não corrida de 100 metros. Amor é paciência, respeito, tolerância e bom humor. Algum esquecimento básico vale para enfrentar as inevitáveis dores de amores.
Enquanto os poderosos brigam para ver quem fala por último, enquanto os endinheirados se forram ainda mais e os vaidosos vão se entupindo e se enchendo deles mesmos, os amantes vão se amando e se concentrando no que interessa.

a propósito...

Bom, se o(a) amigo(a) leitor(a) prefere ser sozinho ou se no momento não tem ficante, ficante fixo(a), noivo(a), namorado(a) ou outro fixo, me permito uma sugestão. Pense que, no fundo, o amor é mais importante que namorados e amantes. O amor paira acima das criaturas, dura para sempre, não depende das complicadas relações humanas. O amor em si é maior do que as pequenas, inseguras e frágeis pessoas. O amor em si existe independentemente delas e segue seu caminho infinito pela eternidade. Mas não sei não, ao fim e ao cabo, acho que o Tom tem razão: "Fundamental é mesmo o amor/ É impossível ser feliz sozinho/ O resto é mar". Se ame, ame os outros, dê vexame. 

Lançamentos

  • Arte não europeia: conexões historiográficas a partir do Brasil (Estação Liberdade, 240 páginas, R$ 56,00), ensaios organizado por Claudia Mattos Avolese e Patrícia D. Meneses, trazem arte pré-colombiana e ameríndia, arte japonesa e história da arte africana e afro-brasileira. Os textos vão além das narrativas tradicionais da disciplina e tratam os objetos de estudo como parte de uma rede complexa de interações espaço-temporais.
  • Os miseráveis (Editora Nova Fronteira, 1.560 páginas, R$ 149,90 e e-book 84,99 , tradução de Casimiro L. M. Fernandes e introdução de Carlos Heitor Cony), o clássico romance imortal do genial francês Victor Hugo, retrata a história da França do Século XIX, em forma de manifesto contra as injustiças sociais da vida moderna.
  • A incrível arte de desapegar - Soluções práticas para você se livrar de vez de tudo o que não serve mais na sua vida (Editora Vida e Consciência, 154 páginas, R$ 17,00) de Cherrine Cardoso, mostra que é possível se libertar de velhos hábitos e seguir adiante, com mais felicidade e crescimento pessoal.