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livros

- Publicada em 08 de Maio de 2020 às 03:00

Guerra midiática e mentiras no Oriente Médio

A Mídia, a Academia e o Conflito Árabe-Israelense, livro de ben-dror yemini

A Mídia, a Academia e o Conflito Árabe-Israelense, livro de ben-dror yemini


/REPRODUÇÃO/DIVULGAÇÃO/JC
A indústria de mentiras - A mídia, a academia e o conflito árabe-israelense (É Realizações, 488 páginas, R$ 99,90, tradução de Rodrigo Maltez Novaes), do conhecido jornalista israelense Bem-Dror Yemini, ex-consultor e porta-voz do Ministério da Absorção de Imigração de Israel, faz parte da Coleção Oriente Médio da É Realizações e, em síntese, defende que a guerra midiática sobre os conflitos do Oriente Médio contribui mais para propagar o ódio do que para a conciliação que permita um acordo de paz.
A indústria de mentiras - A mídia, a academia e o conflito árabe-israelense (É Realizações, 488 páginas, R$ 99,90, tradução de Rodrigo Maltez Novaes), do conhecido jornalista israelense Bem-Dror Yemini, ex-consultor e porta-voz do Ministério da Absorção de Imigração de Israel, faz parte da Coleção Oriente Médio da É Realizações e, em síntese, defende que a guerra midiática sobre os conflitos do Oriente Médio contribui mais para propagar o ódio do que para a conciliação que permita um acordo de paz.
Bem-Dror Yemini nasceu em Tel Aviv, de uma família judia iemenita, estudou Ciências Humanas e História na Universidade de Tel Aviv e depois se formou em Direito. Em 1984, iniciou sua carreira como jornalista, e seu livro Political punch é uma crítica da política e da sociedade em Israel. Entre 2003 e 2014, Bem-Dror foi editor de páginas de opinião do jornal Maarit.
Em A indústria de mentiras, o autor pretende desmisticar a forma como normalmente se julga o Estado de Israel. Para Bem-Dror, parte da mídia e da academia aderiu à máquina de propaganda que dissemina uma imagem negativa dos israelenses, principalmente nas suas relações com os palestinos. Nas últimas décadas houve um surto de hostilidades a Israel, com seus opositores demonizando e deslegitimando suas políticas e chegando a equipará-lo a regimes de segregação como, por exemplo, o Apartheid ocorrido na África do Sul.
Para o autor, a ideia de que Israel não pode existir como país soberano é uma das características principais da propaganda que difunde julgamentos e críticas a partir de argumentos falaciosos. No livro, o autor pretende esclarecer os fatos e os contextos históricos, que normalmente são distorcidos pela narrativa anti-israelense. Para ele, esse tipo de atitude não prejudica apenas Israel, mas principalmente os esforços para consolidar os acordos de paz no Oriente Médio.
O autor apoia uma solução de dois Estados, é contra os assentamentos e chega a ser favorável aos acordos de paz que pretendem rever os limites das fronteiras e que negociem o compartilhamento de Jerusalém.

Ser homem na quarentena e depois

Nas últimas décadas muita discussão tem rolado sobre o papel masculino, sobre o que é ser homem e, claro, essas conversas vêm emboladas nos múltiplos debates sobre questões de gênero, tão em voga e tão importantes nos tempos atuais, em nível mundial.
Alguns brincalhões, inclusive, dizem que, especialmente dentro de casa, a utilidade dos homens estava equivalente a de um disco de vinil. Aí os discos de vinil ficaram úteis e então a utilidade masculina em casa seria como a de uma galena.
Conversa vai, conversa vem, os homens, especialmente os mais jovens, passaram a ajudar em casa com a comida, a limpeza, a louça, as trocas de fraldas e os banhos dos bebês. Os papéis masculinos não se reduziram a contas de maternidade, cheques das mesadas, docs de colégio, certidão de nascimento e tal.
Na quarentena as coisas dentro de casa mudaram um pouco mais. Até poderosos empresários foram recrutados para faxinar a casa e os homens foram intimados a pilotar fogões, máquinas de lavar roupa e muitos passaram à terapia, "ter a pia" cheia de louça para lavar, que até faz bem para a cabeça. Esses dias um amigo se queixou: ele lavava os pratos e a mulher chegou chegando e disse: "lava direito essas coisas, que eu não vou refazer o serviço, ouviu? Nem um pingo de gordura, ouviu bem?" Complicado.
Um sexagenário não muito sexygenário, me contou que na casa dele só entram ele, a mulher e a sogra no período da quarentena. Perguntei como andava a vida, o sexo e tal. Fiquei com o coração apertado ao ouvir dele que depois de um dia inteiro limpando a casa, cozinhando, lavando louça, costurando camisa e cueca, cuidando das plantas da horta e do jardim, ele chegava de noite cansado, com dor de cabeça e só queria mesmo era curtir uma boa noite de sono.
Um outro senhor estava limpando o chão da área de serviço, com escovão e tudo, a mulher veio fiscalizar e aí ele disse: "Vai para a PQP!". A esposa questionou: "O que é que tu falou?". E ele: "Me passa o bombril...".
Tem o caso aquele da senhora que disse estar cansada de comer feijão, arroz, bife, salada, batata frita e ovo e que queria comida mais sofisticada. Aí o marido explicou que os grandes chefs de cozinha comem isso mesmo, pão com ovo, arroz com feijão, bife acebolado e outras comidas de verdade. O maridão disse que no Brasil, quando a galera comia só arroz, feijão, carne e salada, as pessoas estavam mais magras e saudáveis, e para ela parar de reclamar de barriga cheia.
Pois é, calçar as sandálias da humildade das empregadas domésticas e diaristas e fazer o serviço da casa até tem suas vantagens. Uma sábia tia idosa me disse que preferia se ocupar com os afazeres da casa para evitar tendências depressivas.
Infelizmente alguns machos tóxicos fizeram os índices de violência doméstica subir durante a quarentena. Conversa, prevenção, reuniões de grupos de apoio e outras medidas são urgentes para atacar o mal pela raiz e evitar o pior.
 

Lançamentos

  • Gasparetto responde! (Editora Vida e Consciência, 280 páginas, R$ 35,00) traz 250 perguntas e respostas do site de Gasparetto, selecionadas por Lúcio Morigi, sobre espiritualidade, vida após a morte, relacionamento, reencarnação e outros temas, para auxiliar os leitores a buscar mais qualidade de vida.
  • A bela e a fera (Editora Rocco, 128 páginas, R$ 29,90) apresenta oito contos da grande escritora brasileira Clarice Lispector, retratando cenas do cotidiano que terminam por despertar nos leitores a sensação do insólito que há em nossas vidas. Ninguém fica indiferente aos relatos, que estimulam nosso lado criativo e belo.
  • Fim de milênio (Paz e Terra, 504 páginas), de Manuel Castells, é o último volume da trilogia A era da informação: economia, sociedade e cultura. O autor analisa a transformação da antiga sociedade industrial para a emergente sociedade em rede global. Queda da União Soviética, desigualdade e polarização são examinados, entre outros temas relevantes.

A propósito...

Depois da quarentena, os homens não serão mais os mesmos. Produtos de limpeza e técnicas de higienização novos, receitas da internet incorporadas no cotidiano, sapatos no corredor, mais conversas amenas com as patroas, contato melhor com os filhos, enfim, o período de confinamento deixará boas sequelas. A discussão sobre o que é ser homem, sobre o velho patriarcado meio falecido e sobre novas conversas e atitudes vai ser enriquecida. Tudo, sem prejuízo, claro, da futuro, da turma do cafezinho, dos papos de bar, do futebol, dos churrascos, das cervejas, das pescarias e caçadas e de todo aquele imortal, maravilhoso e encantador universo masculino. A quarentena tornou os homens ainda melhores e as mulheres serão eternamente agradecidas pelas benesses que receberam. Como disse o outro, há malas que vêm pelo trem. (Jaime Cimenti)