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COLUNAS

- Publicada em 30 de Abril de 2020 às 03:00

Profecia para impedir a catástrofe

O primeiro livro, lançado em 2011, foi traduzido para mais de 40 idiomas

O primeiro livro, lançado em 2011, foi traduzido para mais de 40 idiomas


REPRODUÇÃO/DIVULGAÇÃO/JC
A convenção das aves (Intrínseca, 320 páginas, R$ 59,90, e-book R$ 39,90, tradução de Giu Afonso e Rayssa Galvão), romance de Ransom Riggs, é o livro V da aclamada série O lar da Srta. Peregrine para crianças peculiares. A série conquistou leitores em todo o mundo e só no Brasil foram vendidos mais de 500 mil exemplares.
A convenção das aves (Intrínseca, 320 páginas, R$ 59,90, e-book R$ 39,90, tradução de Giu Afonso e Rayssa Galvão), romance de Ransom Riggs, é o livro V da aclamada série O lar da Srta. Peregrine para crianças peculiares. A série conquistou leitores em todo o mundo e só no Brasil foram vendidos mais de 500 mil exemplares.
O primeiro livro, lançado em 2011, foi traduzido para mais de 40 idiomas e conquistou até mesmo Tim Burton, que dirigiu a adaptação da obra para o cinema, com Asa Buttersfield (da série Sex education) no papel principal. Riggs nasceu numa fazenda no estado de Maryland, cresceu no Sul da Flórida e hoje mora em Los Angeles, com a família.
Esse quinto volume da famosa saga mostra os perigos que cercam o futuro do universo peculiar. Assim como os livros antecessores, A convenção das aves é uma eletrizante combinação de mistério, romance, fantasia, aventura e viagem no tempo, sempre embalada pela sombria e já famosa seleção de fotografias antigas da coleção pessoal do autor.
No livro anterior, Mapa dos dias, Jacob descobriu o surpreendente mundo peculiar dos Estados Unidos. Em A convenção das aves, a jornada do jovem se transforma em corrida contra o tempo. Ao lado dos amigos, ele tem uma misteriosa missão: precisa salvar a jovem Noor Pradesh e levá-la até uma poderosa e enigmática mulher conhecida apenas como V. Noor parece ser a chave de uma profecia antiga que prevê um apocalipse que destruirá tudo e todos.
Jacob e os amigos correm contra o tempo para encontrar a misteriosa V e, para isso, se lançam em mundos desconhecidos e cercados de perigos. Enquanto isso, a Srta. Peregrine e as outras ymbrynes se veem em meio a negociações de paz com os clãs norte-americanos, tentando a todo custo evitar que uma guerra seja deflagrada e que o mundo peculiar sofra as consequências irreversíveis desse conflito.
Eles só não contavam com um eventual retorno triunfal de um de seus maiores inimigos. Como se vê, paz frágil, profecia secreta e um apocalipse prestes a acontecer estão no livro, para deleite dos leitores.

Dia do Trabalho

Primeiro de maio, Dia do Trabalho, Dia do Trabalhador, Dia Internacional dos Trabalhadores ou Festa dos Trabalhadores, como achar melhor, vem sendo celebrado em cerca de 80 países do mundo. A data remonta a uma famosa greve em 1886, em Chicago, Estados Unidos, que pleiteava redução de jornada de trabalho de 13 a 17 horas por dia para oito horas diárias.
Com a Revolução Industrial, houve aumento da produção de bens, mas precarização das condições de trabalho. Na Suécia, em 1890, após movimentações, a jornada de trabalho ficou em oito horas. Na França, em 1919, o Senado aprovou as desejadas oito horas de trabalho diárias. No Brasil, as comemorações iniciaram em 1924 e alguns anos depois veio a legislação trabalhista mais moderna.
O trabalho é a atividade que geralmente toma mais tempo da vida das pessoas e na qual elas podem sentir-se realizadas ou não. Desde os tempos bíblicos, o trabalho está associado com pecado, suor, esforço, castigo, aparelho de tortura e outras coisas do tipo. Mas o fato é que o trabalho humano é das partes mais bonitas da história da humanidade. O sonho seria um mundo de adultos trabalhando com a seriedade, a alegria e a concentração de uma criança brincando.
Vivemos num mundo de muito trabalho e pouco emprego. Milhões e milhões não têm emprego formal e milhões hoje estão sem sua atividade informal, devido ao coronavírus e aos problemas econômicos globais. Um dos maiores desafios do mundo é enfrentar essas questões de emprego, trabalho, renda e distribuição. Nunca houve tanta concentração de renda. Dia Internacional do Emprego seria bem melhor que Dia do Trabalho ou do Trabalhador.
Tecnologias modernas, especialmente eletrônicas e digitais, aplicativos para imóveis, transportes, alimentação e outros dão trabalho para alguns e deixaram milhões à deriva. É grande o desafio, e, neste momento de coronavírus, essas realidades tornam-se ainda mais preocupantes.
Máquinas podem fazer o trabalho de dezenas, centenas de pessoas, mas máquina alguma pode fazer o trabalho de uma pessoa extraordinária. Quem não sabe que o trabalho mais duro que existe é não fazer nada? Quem trabalha feliz, trabalha mais e melhor e nem pensa em parar. O trabalho é uma das áreas em que o ser humano está mais conectado consigo mesmo e é preciso pensar nisso, assim como no ócio criativo, para quem tem condições para isso.
Neste Dia do Trabalho, a homenagem maior é para os profissionais da saúde, da segurança, dos transportes, dos serviços que seguem na quarentena, possibilitando a milhões o isolamento social necessário para administrar melhor a crise do coronavírus. Não há dinheiro que pague o risco à própria vida, a dedicação aos outros e a generosidade de propiciar a tantos ficar em suas casas, aguardando dias melhores.
É mentira que quem inventou o trabalho não tinha o que fazer e que a melhor coisa do mundo é ver, sem se cansar, os outros trabalhando. O trabalho enobrece e dignifica e, assim, deve ser objeto de reflexão, cuidado e soluções dignas.

Lançamentos

O livro traz conversas de livraria, leituras, dossiê, arquivo, acervo, almanaque, memória e muito mais

O livro traz conversas de livraria, leituras, dossiê, arquivo, acervo, almanaque, memória e muito mais


REPRODUÇÃO/DIVULGAÇÃO/JC
  • Livro - Revista do Núcleo de Estudos do Livro e da Edição - números 7 e 8 (Ateliê Editorial e USP), editada pelos professores Plinio Martins Filho e Marisa Midori Deaecto, traz conversas de livraria, leituras, dossiê, arquivo, acervo, almanaque, memória, bibliomania, estante, debate e letra e arte, com textos de especialistas como Walnice Nogueira Galvão e Lincoln Secco.
  • A crise da educação ocidental (É Realizações, 208 páginas, R$ 59,90), do professor Christopher Dawson (1889-1970), que lecionou em Harvard e na Universidade de Liverpool, foi publicado em 1961 e trata do sistema educacional do Ocidente. Dawson critica as excessivas preocupações políticas e econômicas na educação e a falta de humanismo.
  • Ryôkan - Todos os haicais (Class, 70 páginas), com tradução do escritor, artista plástico, fotógrafo e tradutor Roberto Schmitt-Prym e contando com ensaio do professor Andrei Cunha, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, apresenta os haicais de uma das figuras mais importantes e peculiares da literatura japonesa.

A propósito...

É isso. Essa meninada esperta e tecnológica das startups, os estudiosos, historiadores, políticos, administradores e todos nós devemos pensar em como dar ocupação e dignidade aos milhões que estão aí, muitos nas ruas. Porto Alegre, por exemplo, tem cerca de quatro mil moradores de rua. Que sonho poder dar trabalho ou emprego para milhões, para que se sintam úteis, felizes e não precisem de ajudas privadas ou públicas! Um mundo digno desse nome não pode prescindir de ocupação para os milhões que estão aí, assistindo mudanças que os deixam à margem, enquanto a maquinização segue rápida, firme e forte. São questões antigas, mas que ainda estão aí, pedindo atitudes de todos. Feliz Dia do Trabalho e do Emprego! (Jaime Cimenti)