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- Publicada em 06 de Março de 2020 às 03:00

Os velhos amigos são os melhores amigos?

A última festa é seu primeiro livro lançado no Brasil

A última festa é seu primeiro livro lançado no Brasil


REPRODUÇÃO/DIVULGAÇÃO/JC
Depois da leitura do romance A última festa (Editora Intrínseca, 304 páginas, R$ 49,90, tradução de Marina Vargas), da escritora e editora inglesa Lucy S. Foley, que é perfeito para os leitores de Agatha Christie, todos se perguntarão: será que os velhos amigos são sempre os melhores amigos?
Depois da leitura do romance A última festa (Editora Intrínseca, 304 páginas, R$ 49,90, tradução de Marina Vargas), da escritora e editora inglesa Lucy S. Foley, que é perfeito para os leitores de Agatha Christie, todos se perguntarão: será que os velhos amigos são sempre os melhores amigos?
A autora já publicou os romances The book of lost and found ( 2015) e The invitation (2017), narrativas históricas já publicadas em dezesseis idiomas. A última festa é seu primeiro livro lançado no Brasil. Em síntese, a autora prova que a fórmula tradicional do assassinato em uma casa isolada ainda funciona maravilhosamente bem e nos apresenta uma narrativa esplêndida.
A trama gira em torno de uma festa de fim de ano, quando amigos de longa data se reúnem em um lugar recôndito e onde ocorre um assassinato misterioso. Os direitos para adaptação audiovisual já foram adquiridos pela mesma produtora dos filmes Uma jornada para casa e O discurso do rei .
Tornou-se tradição para os nove amigos comemorarem juntos a chegada do Réveillon, mas neste ano apenas oito vão voltar para casa depois da festa. Nos cenários idílicos das Terras Altas escocesas, entre refeições deliciosas regadas a champanhe, música, jogos e conversas descontraídas, as tensões começam a surgir. Tensões, aliás, que já haviam brotado durante a viagem de trem do grupo. Fica claro que o velho grupo não tem mais nada em comum.
As tênues nostalgias cultivadas não suportam o peso dos ressentimentos enraizados e das feridas jamais cicatrizadas e segredos potencialmente destrutivos aparecem para explodir o grupo. No dia seguinte à festa alguém morre, e a forte nevasca impede a vinda do resgate. Ninguém pode entrar, ninguém pode sair, muito menos o assassino. A envolvente história é contada em flashbacks a partir das perspectivas dos vários personagens.
Ao fim e ao cabo, depois de lançada a semente da dúvida, através de uma trama assustadora e brilhantemente construída, realmente a grande pergunta vai dominar as mentes: será que os velhos amigos são sempre os melhores amigos?

Fim de veraneio

Domingo, primeiro de março, sol e calor senegalescos de melancólica despedida do Litoral Norte. O mar azulado, imenso como só ele, vai brincando com suas ondas e vai promovendo seu eterno retorno, vai dizendo de novo que o melhor mês de veraneio é março e que não está preocupado demais com as guerras, o vírus, os sobes e desces da vida e outras coisas próprias da eternidade.
O mar sentirá saudades das lindas gaúchas que enfrentam muitas vezes até o vento para que suas peles fiquem cor de chocolate e caramelo. Também sentirá saudades o mar dos gaúchos que ficam tomando mate, cerveja e espumante e churrasqueiam cada vez mais na beira, falando de futebol, política, mulheres e generalidades.
Os veranistas vão se queixar mais uma vez do IPTU alto e da falta de diálogo com as prefeituras. Mais uma vez os veranistas vão pensar que o veraneio deveria ir até, no mínimo, 15 de março, dando mais oportunidades e benefícios a todos, veranistas e moradores. Ano que vem, quem sabe, a ideia volte como as ondas do mar.
Os veranistas ficam sonhando com alguns equipamentos de proteção contra os ventos, como, por exemplo, biombos de palha ou de outros materiais, que poderiam ser removidos ao final da temporada. Mais vegetação na orla, mais conforto, banheiros químicos, mais bares e restaurantes são o sonho dos veranistas gaúchos que ainda não desistiram e não foram ainda para Punta Del Este, Santa Catarina, Rio de Janeiro ou para praias paradisíacas do Nordeste.
A Associação dos Condomínios Horizontais Fechados de Xangri-lá, por exemplo, tem feito muitos esforços e tomado muitas ações em favor da comunidade local e dos veranistas, com o desejo de tornar ainda melhor a vida no Litoral Norte, em qualquer época do ano. É um exemplo a ser seguido, pois efetivamente é preciso união em torno dos interesses de todos.
A turma dos habitantes de condomínios aumenta e uma saudável tendência no aumento de viagens durante o ano para o litoral vai acontecendo, meio lenta, mas vai. Por conta dos condomínios e por conta de moradores em apartamentos. Aposentados e profissionais na ativa por vezes mudam residência da capital e de seus cidades do interior para as cidades do litoral, fugindo da violência urbana e de custos maiores para quem vive na Capital e cidades do Interior. O fenômeno precisa ser devidamente estudado.
Claro que a Serra, com seus encantos, nesta época do ano começa a piscar seus olhos verdejantes para os viajantes, e aí a galera vai curtir o frio, os queijos e vinhos e as outras delícias de Gramado, Canela, Bento Gonçalves e outras cidades turísticas. Penso que existem visitantes para todos, especialmente considerando que turismo no Litoral Norte, nos meses de temporada baixa, pode apresentar preços mais em conta. É preciso estudar alternativas e, especialmente, ver como atrair visitantes para o Litoral Norte nos meses de outono e inverno, de modo especial.
É preciso considerar que a maior parte das praias do litoral é próxima de Porto Alegre e de muitas outras cidades de nosso estado.

A propósito...

Não é demais repetir que veranistas do Litoral Norte, moradores, administradores e legisladores das cidades praianas precisam conversar mais, especialmente sobre obras de infraestrutura, questões de segurança, ambientais e outras. Todos sairiam ganhando. Criando mais belezas naturais, opções gastronômicas e de lazer e buscando mesmo turismo de negócios e de estudos, o Litoral Norte e seus visitantes sairiam ganhando, assim como os veranistas, que poderiam aproveitar mais suas casas durante o ano. Essa conversa é anual, um pouco repetitiva, desculpem, mas acho que importante e necessária. Que bons ventos a tragam. E vamos lá que depois do Carnaval as coisas engrenam. Espero que elas não gangrenem... Boas idas e voltas a todos!
(Jaime Cimenti)

Lançamentos

  • A construção de uma marca com propósito (Editora Gente, 208 páginas), cujo subtítulo é "Segredos de gestão para que executivos de todos os portes, empreendedores e profissionais liberais possam construir empresas sólidas, valiosas e duradouras", do administrador e empresário canelense Marlin Kohlrausch, fala dos famosos calçados Bibi, que tem mais de 60 anos de mercado.
  • Coleção Clássicos da literatura pocket (TAG Curadoria) apresenta, em uma caixa, três obras-primas da literatura mundial: Amor e amizade, de Jane Austen; Sonho de uma noite de verão de William Shakespeare; e A mão e a luva, de Machado de Assis. A edição comemora os cinco vitoriosos anos da TAG.
  • Uma breve história da literatura (312 páginas, tradução de Rodrigo Breunig), de John Sutherland, professor emérito de Literatura de Língua Inglesa Moderna na University College London e colaborador do The Guardian, apresenta um panorama mundial da literatura, desde os primórdios até nossos dias, em textos ágeis e rápidos, com ilustrações de Sarah Young.