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LIVROS

- Publicada em 23 de Maio de 2019 às 22:17

Mudanças e recomeços

O lado obscuro (Faro Editorial, 288 páginas, R$ 44,90, tradução de Fábio Alberti), romance, é a nova obra da consagrada escritora norte-americana Tarryn Fisher, autora best-seller do The New York Times e da conhecida trilogia Amor e mentiras; F*ck love e Stalker, lançados no Brasil pela Faro Editorial, além de coautora da série Never, Never, com Colleen Hoover.
O lado obscuro (Faro Editorial, 288 páginas, R$ 44,90, tradução de Fábio Alberti), romance, é a nova obra da consagrada escritora norte-americana Tarryn Fisher, autora best-seller do The New York Times e da conhecida trilogia Amor e mentiras; F*ck love e Stalker, lançados no Brasil pela Faro Editorial, além de coautora da série Never, Never, com Colleen Hoover.
Tarryn é uma das autoras contemporâneas mais aclamada por leitores de todo o mundo e apresenta nesta narrativa uma história fortíssima sobre uma mulher que se vê à beira do abismo. Senna, escritora mundialmente famosa, sempre teve uma vida perfeita, uma casa linda, uma vida confortável. Algo, porém, faltava.
Um dia ela acorda numa casa estranha, em meio a uma tempestade de neve, na manhã de seu aniversário, com roupas que não eram suas, trancada por um maníaco que espalhou diversas referências de seus livros e sua vida pessoal nos cômodos da cabana. Ela logo viu que não estava sozinha e que havia muita coisa por trás daquele cruel sequestro, um verdadeiro enredo de terror. Ela vai precisar decifrar as pistas ligadas a seu passado para conseguir fugir.
Senna sempre foi reclusa, de poucos amigos e escassa vida social. Seu foco era o trabalho e seus exercícios. Num momento complicado de sua vida, quando havia desistido de tudo, justamente apareceu o psicopata que a captura e a leva para um lugar afastado, onde muitas surpresas acontecerão.
O cirurgião Isaac tinha encontrado Senna num momento em que ela estava fragilizada. Ele a ajudou muito. Ficaram afastados durante muitos anos, e acabaram juntos na cabana. Correram o risco de serem consumidos por recordações que esperam esquecer.
Escassez de comida e água, perigos cercando a cabana, jogos perigosos do raptor e o despertar de um sentimento antigo ameaçam romper as defesas de Senna, o que pode ser fatal. Senna sempre foi capaz de destruir antes de ser destruída. Na narrativa os leitores vão saber qual a diferença entre o amor de sua vida e a sua alma gêmea. Um se escolhe, o outro não.
Como se vê, um thriller com muito mistério e suspense.
 

Brasil, mostra as tuas caras

A tela em branco, o importante espaço público a ser preenchido até a improrrogável hora de baixar a matéria. De preferência com alguma competência, clareza, objetividade e com a devida sensibilidade social jornalística para atender às necessidades e gostos dos meus nove soberanos leitores-jornalistas, que generosamente me pautam.
Pensei em falar das maravilhas da Praça Província de Shiga, sobre ficar sossegado e isentão em cima da Muralha da China ou comentar sobre o novo bar da Padre Chagas. Não tem mais crônicas sobre a falta de assunto, nas quais reinava Rubem Braga. Não fujo dos assuntos federais. Sou do grupo de Whatsapp Amigos do Bananão e não fui excluído. Hoje somos todos peixes atarantados e embolados, caídos nas redes sociais.
Somos milhões de comentaristas, analistas, interpretadores, primeiros-ministros, presidentes da República e técnicos de futebol. Os mares com tsunamis não estão para peixe, e os tubarões de todas as cores e poderes andam por aí, mordendo geral, não só banhistas e surfistas, mas vertebrados aquáticos de todas as classes. A Constituição Cidadã separou os poderes, para evitar usurpações, e criou três poderes "harmônicos" e "independentes" entre si.
Volta e meia os poderosos brigam em privado e em público, nem sempre em alto nível, mas depois acabam se entendendo e, muitas vezes, ferrando o contribuinte. É como diz a sabedoria africana: "quando os elefantes brigam, quem saí perdendo é a grama". Tomara que nossos harmônicos e independentes poderosos leiam o artigo primeiro da Constituição: todo o poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido.
Não estou totalmente contra nem totalmente a favor do governo. Tento examinar o que tem de bom ou de ruim, conversar com os outros e ver o que seria melhor. Acho que precisamos falar menos, respirar, dar umas pausas nos "discursos" e "narrativas" e deixar o tempo fazer o papel dele. O tempo se vinga das coisas feitas sem sua colaboração. Radicalismos e totalitarismos de direita, de esquerda ou até o "radicalismo de centro" não deram certo, é só entender a história do planeta.
Óbvio que devemos tentar, ao menos, falar mais baixo, ouvir o próximo, ser mais solidários e humanos, pensar mais no coletivo, procurar soluções pacíficas e deixar o egoísmo e a mania exagerada de acumular de lado - ao menos um pouco de lado - que o ser humano é acumulador juramentado. Kennedy disse: não pergunte o que seu país pode fazer por você, pergunte o que você pode fazer por ele. Se o barco coletivo afundar, ruim, mortal para todos. É difícil, é complicado, claro que é, mas é o caminho.
É preciso ver como Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Japão, países nórdicos e outras nações resolveram seus problemas, suas diferenças e cresceram. Não se trata de direita, esquerda, centro ou outro rótulo. Se trata de andar para a frente, evoluir. Melhor pensar no que é melhor para o todo, observar as experiências humanas mais bem sucedidas e seguir desenvolvendo a eterna, infinita democracia.
 

Lançamentos

  • Teatro completo de Simões Lopes Neto (Movimento e Instituto Estadual do Livro, 448 páginas), nova edição da obra referencial, agora completa, dos trabalhos dramatúrgicos do grande escritor pelotense, que ficaram décadas guardados. Textos de apresentação de Dilmar Messias, Regina Zilberman, Mozart Victor Russomano, Cláudio Heemann, Márcio de Souza e Carlos Jorge Appel.
  • O azul e o mar (Ateliê Editorial e Editora UFMG, 184 páginas, edição bilíngue), do genial poeta francês Paul Valéry, tradução, seleção e apresentação de Eduardo de Campos Valadares, professor da UFMG, traz poemas do último clássico da poesia francesa, perfeccionista da palavra e discípulo de Mallarmé. Cemitério marinho e A Jovem Parca estão, entre outros, na obra.
  • O traço afetuoso - The affectionate trace (Território das Artes, 104 páginas, edição bilíngue), assinado pela artista multimídia Liana Timm - arquiteta, professora, designer gráfica, poeta e editora -, é um denso, sensível e belo passeio pela obra gráfica da consagrada artista visual Clara Pechansky, contando com fotografias de Lisa Roos.
 

A propósito...

Tomara que nossos representantes pensem no melhor para a pátria e para os contribuintes. Tomara que se lembrem que estamos aqui de passagem rápida e que a vida não é eterna (a não ser para a rainha Elizabeth e para o Sarney). Quem sabe eles lembrem que mandatos, cargos supremos, banquetes, votos, dinheiro, apartamentos funcionais e viagens para o exterior são temporários e que não cabem em caixões sem gavetas. Não há mais minorias ou maiorias silenciosas. A voz rouca das ruas virou gritaria nas redes. Os eleitores recomendam: se fazer de surdo é prejudicial para a saúde.