Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

LIVROS

- Publicada em 15 de Março de 2019 às 01:00

Narrativas policiais subversivas

Grandes obras da literatura conseguem quebrar paradigmas, subverter convenções arraigadas e apresentar novidades aos leitores. É bem o caso do romance policial A promessa e da novela A pane, do notável dramaturgo e escritor suíço Friedrich Dürrenmatt (1921-1990), que é muito conhecido no Brasil por suas peças como A visita da velha senhora e Os físicos. Com a edição de A promessa e A pane, a Editora Estação Liberdade inicia a publicação da obra do autor que foi encenado mundo afora e que igualmente se dedicava à pintura e à gravura.
Grandes obras da literatura conseguem quebrar paradigmas, subverter convenções arraigadas e apresentar novidades aos leitores. É bem o caso do romance policial A promessa e da novela A pane, do notável dramaturgo e escritor suíço Friedrich Dürrenmatt (1921-1990), que é muito conhecido no Brasil por suas peças como A visita da velha senhora e Os físicos. Com a edição de A promessa e A pane, a Editora Estação Liberdade inicia a publicação da obra do autor que foi encenado mundo afora e que igualmente se dedicava à pintura e à gravura.
A promessa que tem por subtítulo Réquiem para um romance policial, ao mesmo tempo homenageia e subverte as regras do romance policial clássico. A narrativa apresenta a derrocada do experiente inspetor Matthäi, que foi designado para desvendar o violento e misterioso assassinato de uma menina. Ele jura à família da vítima que encontrará o culpado. Dürrenmatt coloca a si mesmo como personagem - um escritor que ouve de um ex-chefe de polícia o caso que arruinou o homem mais genial que ele conheceu.
Matthäi arrisca sua carreira, sua saúde mental e seus princípios para manter a promessa, mas a vida não tem a lógica dos velhos romances policiais. O romance foi adaptado para o cinema por Sean Penn, no filme do mesmo nome estrelando o grande Jack Nicholson.
Em A pane, novela que segue a máxima do autor de que "uma história não termina até ter tomado o pior rumo possível", mostra o que aconteceu com o caixeiro-viajante Alfredo Traps que teve de pernoitar num vilarejo após a pane de seu carro. Alfredo vai jantar com um grupo de senhores locais, que tem o estranho passatempo de encenar julgamentos. Traps vira réu e contará seus segredos aos desconhecidos, de modo irreversível.
Nas duas obras, o autor traz verdadeiras pérolas narrativas e reflete fundo sobre moralidade humana e a respeito do lugar da literatura no mundo contemporâneo. Dürrenmatt notabilizou-se por sua versatilidade e por suas ideias provocadoras e críticas à sociedade europeia. Ele marcou presença entre os principais autores de língua alemã da literatura moderna.
 

Lançamentos

  • Cidadã de segunda classe (Dublinense, 252 páginas, tradução de Heloisa Jahn) é a primeira tradução para o português do romance da consagrada autora nigeriana Bucht Emecheta (1944-2017). Na Nigéria dos anos 1960, Adah luta contra todo tipo de agressão às mulheres. Imigra para Londres, onde encontrará novos obstáculos, enfrentando marido, violência doméstica, compatriotas e ingleses.
  • Paradeiro (Ateliê Editorial, 302 páginas) é o romance de estreia de Luís Bueno, apresentado por André Braga. Bueno escreve sobre São José dos Campos e suas origens pessoais, através de personagens que encontram seu destino em diferentes épocas. Em cada capítulo, estilos literários diferentes, com precisão histórica dos fatos e personagens.
  • A mamãe é punk - crônicas da adolescência (Belas Letras, 112 páginas), da paranaense Ana Cardoso, autora do best-seller A mamãe é Rock, mostra que a adolescência é para os fortes, com pais e mães com nervos de aço e quartos que parecem devastados por tsunami. Dificuldades com tarefas escolares, facilidades demais ao celular, risos e choros e esperanças no futuro.

Essa tal felicidade

A busca pela felicidade é objetivo dos mais antigos dos seres humanos. O bem-estar, o contentamento e a ventura são desejos milenares dos humanos que variaram (e ainda vão variar muito) conforme as épocas e situações. Durante dias e noites em períodos de guerra e de paz as pessoas vão atrás de felicidade, ou, ao menos, de momentos felizes, que todo mundo sabe que não existe felicidade contínua. "Tristeza não tem fim, felicidade sim "está no samba de Tom e Vinicius que fez parte da trilha sonora do filme Orfeu Negro, do diretor francês Marcel Camus, premiado com a Palma de Ouro, em Cannes e Oscar de melhor filme estrangeiro. O filme se baseou na peça Orfeu da Conceição, de Vinicius, com músicas de Tom, marcando o início de uma das maiores parcerias de música popular brasileira.
Dia 20 próximo, se comemora o Dia Internacional da Felicidade, evento objeto do calendário da ONU e celebrado em 193 países e 11 territórios. A iniciativa foi de Jayme Illien, ex-consultor especial da entidade. A felicidade tem sido objeto de estudos em universidades, inclusive em Harvard, nos Estados Unidos, onde uma das cadeiras mais procuradas trata do tema e de como viver mais feliz e por mais tempo.
Após pesquisas e trabalhos em vários países, os estudiosos chegaram a uma conclusão não muito surpreendente: viver mais e ser mais feliz depende, especialmente, de relações humanas com qualidade, de envolvimento saudável com parentes, amigos, vizinhos, colegas de trabalho e outras pessoas. Comer bem, fazer ginástica, meditar, espiritualizar-se, ir ao médico, tomar remédios, buscar equilíbrio entre o corpo e a mente e ser previdente é claro que são importantíssimos, mas em verdade as relações humanas saudáveis vêm em primeiro lugar. "A vida é a arte do encontro", "É impossível ser feliz sozinho", disse o poetinha Vinicius, que viveu intensamente.
As pessoas já buscaram felicidade acumulando dinheiro, fazendo coleções de roupas, imóveis, automóveis, latas de cerveja, selos, joias, obras de arte, moedas, filhos, casamentos, medalhas e honrarias e algumas almas especiais colecionaram atos de caridade e doações. Com medo da morte, os seres humanos acumulam tudo o que não vão levar no caixão, achando que serão eternos. Ledo e Ivo engano. Há quem diga que a melhor forma de ser feliz e fazer os outros felizes.
Há quem diga que a verdadeira felicidade está em coisas aparentemente pequenas, simples, cotidianas e tantas vezes próximas das belezas da natureza. Há quem diga que a maior felicidade é o amor, a amizade e o cachorro-quente de festa de criança. Da barriga da mãe até o túmulo, felicidade varia, mas no final as pessoas se vão com poucos cabelos e ilusões. Uns dizem que o primeiro e o último prazer é a comida. Mas nosso primeiro sentido, no ventre materno, é a audição e feliz daqueles que ouviram belas melodias antes de nascer.
 

A propósito...

No Dia Internacional da Felicidade podemos pensar no "ter" e no "ser" e refletir sobre nossos hábitos de vida tão veloz e de consumo tão desenfreado. A felicidade, a natureza e todos nós vamos agradecer. Melhor que pensar muito e refletir demais é olhar o tempo e a vida, na medida do possível, com olhos de criança que vê o mar pela primeira vez ou com olhar de turista sem pressa e sem rumo certo. Contemplar a lua, o sol, o mar, as estrelas, as árvores, as flores, o céu, as pessoas e as maravilhas da natureza como se fosse a primeira vez, é bilhete de passagem quase garantido para viajar por momentos felizes. Quando a dor voltar, teremos coisas boas para lembrar, que a memória é onde as coisas acontecem muitas vezes.